João Pereira Coutinho é um jovem e talentoso jornalista português. Baseado em Lisboa, é o único jornalista português do qual tenho notícia de que escreve com regularidade na imprensa brasileira. Não sei se existe uma contrapartida na imprensa portuguesa. Em artigo na Folha de S. Paulo de hoje, Coutinho aborda a língua portuguesa de raspão, mas se detém em algo que seria comum aos portugueses e aos brasileiros: o gosto pela fatalidade lacrimejante, o navegar por oceano de lágrimas, o emocional a acachapar o racional. O jornalista chama isso de “inveja espiritual”. Gostaria de discordar de Coutinho, mas creio que ele certo. Ainda que os brasileiros sejam tidos como um povo alegre e os portugueses como um povo melancólico, ambos gostam, sim, de um melodrama, que é, como se sabe, sintoma de sentimentos baratos e vulgares, com reflexos, obviamente, no idioma. Transcrevo o artigo do Coutinho. Chora, coração Por João Pereira Coutinho O erro dos McCann é não terem sido um bocadinho mais por
Ciência, saúde, religião, ateísmo, etc.