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Na Alemanha, pessoas não confessionais superam cristãos tradicionais

A desfiliação em massa resulta de uma combinação de fatores financeiros e morais. O sistema tributário alemão impulsiona formalmente as saídas


A Alemanha registrou um marco demográfico histórico ao final de 2024. A população sem afiliação religiosa atingiu 47%. Pela primeira vez, o grupo não confessional superou o número total de membros das principais igrejas cristãs. Católicos Romanos e Protestantes (EKD) somaram 45% da população combinados. 

O grupo de pesquisa Weltanschauungen (Fowid) publicou a análise em abril, confirmando o fenômeno de secularização acelerada.

A secularização acelerou drasticamente nas últimas três décadas. Em 1990, apenas 22% dos alemães identificavam-se como não religiosos. O aumento de 25 pontos percentuais evidencia a velocidade da mudança na estrutura social do país. 

A base de fiéis cristãos tradicionais encolhe continuamente. As igrejas Católica e Protestante perderam juntas mais de um milhão de membros anualmente. 

Em 2024, ambas as denominações registraram cerca de 580.000 perdas de membros cada. Essa é a quarta vez consecutiva que as perdas combinadas superam a marca de um milhão de saídas.


O declínio
afeta a base
nominal
de fiéis.
Os 45% de
membros
formais
mantêm
uma
afiliação
instável.
Líderes
eclesiásticos
reconhecem a
 profundidade
da crise.

O Bispo Georg Bätzing, presidente da Conferência Episcopal Alemã, classificou os dados de abandono como “alarmantes”. A tendência coloca a Igreja Católica em vias de se tornar uma denominação minoritária.

Mecanismos de Abandono e Fatores Causais

A afiliação religiosa registrada implica o pagamento do Kirchensteuer, o imposto eclesiástico. Este imposto corresponde a 8% ou 9% do imposto de renda, variando conforme o estado federal.

O imposto eclesiástico representa a maior fonte de receita das igrejas.

A perda de relevância cultural acompanha a pressão financeira. Muitos alemães não consideram mais a Igreja necessária. 

A crise de confiança, exacerbada pelos escândalos de abuso sexual, fornece o ímpeto final para a desfiliação. 

A saída formal da igreja (Kirchenaustritt) é um ato administrativo de desvinculação fiscal. A decisão de interromper o pagamento do imposto estimula a saída de milhões de membros nominais.

A Realidade da Prática Religiosa e a Contração Institucional

A prática religiosa na Alemanha permanece significativamente baixa. Apenas cerca de 5% da população geral é considerada religiosamente ativa. 

A taxa de frequência mensal de cultos confirma a profundidade da dessacralização. Entre os Católicos, 6.6% frequentam cultos religiosos ao menos uma vez por mês em 2024. A proporção cai para 2.3% entre os Protestantes.

A baixa frequência demonstra que o cristianismo tradicional perdeu sua função como centro de vida comunitária. Em contraste, outras comunidades religiosas demonstram maior engajamento. Cerca de 25% dos muçulmanos frequentam mesquitas mensalmente.

O declínio de membros e receitas força a contração da infraestrutura física da Igreja. A Conferência dos Bispos da Alemanha registrou o fechamento ou readequação de 650 igrejas católicas desde 2005. 

O fechamento de templos é a manifestação física da inviabilidade financeira e da perda de relevância institucional.

Contexto Europeu

A Alemanha se alinha às tendências de secularização observadas na Europa Ocidental. Indivíduos não religiosos já constituem a maioria em nações vizinhas. 

A França registrou 51% de não religiosos em 2019-2020. A Espanha registrou 43.5% da população sem religião em 2023. 

O marco de 2024 consolida a Alemanha como um país onde a ausência de afiliação religiosa é a norma demográfica para quase metade dos seus habitantes. Especialistas preveem que indivíduos sem afiliação religiosa representarão mais de 50% da população alemã em dois anos.

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