A mais recente análise de dados do Imposto de Renda, realizada a partir de declarações de 2024, revela que líderes religiosos estão entre os maiores beneficiários de lucros e dividendos no país. Eles compõem um seleto grupo de 467 pessoas.
Os rendimentos, que incluem lucros, dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP), atingiram uma média anual de R$ 812 mil. Esse valor, contudo, representa somente 20% do ganho líquido total declarado por eles.
Imagem criada por IA
O destaque dos dirigentes de igrejas é notável porque o setor religioso usufrui de ampla imunidade tributária no Brasil. Essa isenção é justificada pelas igrejas pela assistência social e pelo conforto espiritual que oferecem à população.
Na mesma lista de grandes beneficiários encontram-se líderes de entidades filantrópicas, que também são contemplados com isenções fiscais. Muitas dessas organizações ainda recebem incentivos financeiros do poder público.
O levantamento aponta também que, entre os que mais recebem dividendos, estão dirigentes de partidos políticos, organizações sindicais e entidades patronais.
A análise foi conduzida pelo economista Sergio Gobetti, à frente da iniciativa FiscalData, e as informações foram divulgadas pela Folha de S.Paulo. Os nomes de pessoas e organizações não foram revelados, respeitando o sigilo fiscal previsto em lei.
Dos 40 milhões de brasileiros que declararam Imposto de Renda no ano passado, 6 milhões informaram ter recebido quase R$ 1 trilhão em lucros e dividendos. A maior parcela desse valor (97%) provém de dividendos, que são isentos.
O JCP, que também tem incentivos fiscais, corresponde a 3% desse montante. A isenção dos lucros distribuídos por empresas é um fator crucial para a composição dos rendimentos desse grupo de elite.
Na sequência do ranking de rendimentos, aparecem 1.366 cantores e compositores, com uma renda média de R$ 624 mil por pessoa. Para eles, os dividendos representam 85% de sua renda, o maior percentual de dependência entre todas as profissões.
Dirigentes de empresas, advogados e atletas também se destacam, com rendimentos anuais médios de dividendos/JCP próximos de R$ 300 mil. Entre esses, os advogados são os mais dependentes, com 65% da renda líquida vindo dessas fontes.
Os médicos estão em sétimo lugar na lista e são a única categoria profissional na qual a maioria dos contribuintes (65%) declarou ter recebido dividendos ou JCP.
Gobetti também categorizou as ocupações em cinco tipos. A grande maioria (quase 60%) que recebe dividendos e JCP são empresários e investidores. Profissionais liberais somam 18% do total.
Trabalhadores em geral e servidores públicos representam 16% do total, enquanto técnicos compõem 6%. Artistas e atletas, mesmo com altos rendimentos, formam uma minoria, com menos de 1% do total dos beneficiados.
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O destaque dos dirigentes de igrejas é notável porque o setor religioso usufrui de ampla imunidade tributária no Brasil. Essa isenção é justificada pelas igrejas pela assistência social e pelo conforto espiritual que oferecem à população.
Na mesma lista de grandes beneficiários encontram-se líderes de entidades filantrópicas, que também são contemplados com isenções fiscais. Muitas dessas organizações ainda recebem incentivos financeiros do poder público.
O levantamento aponta também que, entre os que mais recebem dividendos, estão dirigentes de partidos políticos, organizações sindicais e entidades patronais.
A análise foi conduzida pelo economista Sergio Gobetti, à frente da iniciativa FiscalData, e as informações foram divulgadas pela Folha de S.Paulo. Os nomes de pessoas e organizações não foram revelados, respeitando o sigilo fiscal previsto em lei.
Dos 40 milhões de brasileiros que declararam Imposto de Renda no ano passado, 6 milhões informaram ter recebido quase R$ 1 trilhão em lucros e dividendos. A maior parcela desse valor (97%) provém de dividendos, que são isentos.
O JCP, que também tem incentivos fiscais, corresponde a 3% desse montante. A isenção dos lucros distribuídos por empresas é um fator crucial para a composição dos rendimentos desse grupo de elite.
Na sequência do ranking de rendimentos, aparecem 1.366 cantores e compositores, com uma renda média de R$ 624 mil por pessoa. Para eles, os dividendos representam 85% de sua renda, o maior percentual de dependência entre todas as profissões.
Dirigentes de empresas, advogados e atletas também se destacam, com rendimentos anuais médios de dividendos/JCP próximos de R$ 300 mil. Entre esses, os advogados são os mais dependentes, com 65% da renda líquida vindo dessas fontes.
Os médicos estão em sétimo lugar na lista e são a única categoria profissional na qual a maioria dos contribuintes (65%) declarou ter recebido dividendos ou JCP.
Gobetti também categorizou as ocupações em cinco tipos. A grande maioria (quase 60%) que recebe dividendos e JCP são empresários e investidores. Profissionais liberais somam 18% do total.
Trabalhadores em geral e servidores públicos representam 16% do total, enquanto técnicos compõem 6%. Artistas e atletas, mesmo com altos rendimentos, formam uma minoria, com menos de 1% do total dos beneficiados.
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