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Comissão aprova projeto que torna a Bíblia patrimônio imaterial. Teocracia evangélica?

O PL segue agora para outras comissões e, se chegar ao plenário da Câmara, chances de aprovação são mínimas


Paulo Lopes

trabalhou na Folha de S.Paulo, Agência Folha, Diário Popular, Editora Abril e em outras publicações


A tramitação de alguns projetos de lei na Câmara dos Deputados parece indicar que o Brasil caminha acelerado rumo a uma teocracia evangélica. Um exemplo é a do PL 1/2019, que declara a Bíblia um patrimônio Nacional, Cultural e Imaterial do Brasil e da Humanidade.

No dia 8 de maio, o pastor Marco Feliciano, presidente da Comissão de Constituição da Câmara, deu parecer favorável ao PL, de autoria do pastor Sargento Isidório.

Ao PL foi juntado outro de teor semelhante, o 4.322/2019, do pastor Silas Câmara.


O projeto de lei vale
também para Sagitário A*,
o buraco negro do
centro da via Láctea?

O pastor Feliciano, em seu parecer, livrou a Comissão de Constituição do ridículo, retirando do PL a validade para a humanidade.

Só faltava esta agora: o Legislativo brasileiro decretando medida teocrática para todos os países.

Feliciano admitiu o óbvio: somente uma organização internacional, a Unesco, pode declarar um patrimônio com tal abrangência. Aliás, por si só, a Bíblia já é um patrimônio imaterial, devido à influência que tem na cultura do Ocidente, para o bem e para o mal. 

O PL foi enviado para outras comissões da Câmara. Se aprovado por todas, seguirá para votação pelo plenário da Câmara, onde suas chances de aprovação são poucas.

Mas caso o PL obtenha aprovação dos deputados, o STF julgará a nova lei como inconstitucional, em respeito à laicidade de Estado.

Mas ainda assim, se um delírio acometer a maioria dos ministros e a lei for considerada constitucional, não fará a mínima diferença na vida dos brasileiros.

Os pastores-deputados podem até conseguir a aprovação da Bíblia como patrimônio imaterial do Brasil, dos países, de Marte, da via Láctea, do buraco negro do centro da galáxia, da galáxia mais próxima (Andrômeda), e do universo observável (dois trilhões de galáxias), e não terá nenhuma importância.

O que fica evidente mais uma vez é que esse pessoal nunca desiste de fulminar o Estado laico.

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