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Ibama alerta que Brasil já perdeu 34 milhões dos 82,6 milhões de hectares da caatinga

Em decorrência de ocupação, mais de 10% do bioma da região apresentam características de desertificação


Fabíola Sinimbú
jornalista

Agência Brasil
empresa financiada pelo governo brasileiro

O Brasil já perdeu 34 milhões de hectares dos 82,6 milhões de hectares da caatinga, alertou o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, durante a participação em um seminário técnico-científico sobre o bioma. 

Para ele, o desafio é atingir a meta desmatamento zero se estenda à vegetação nativa predominante no Nordeste.

“A caatinga tem 60% de área de vegetação nativa ocupada, das quais uma boa parte já passou por processo de antropização seguidos, como corte raso, queimas reiteradas, extração seletiva de vegetação e animais, introdução de espécies exóticas”, afirma.


Geração de energia
eólica é uma das
ameaças na região
FOTO: GABRIEL CARVALHO / SETUR-BA

Em decorrência dessa ocupação, já são sentidos efeitos como a desertificação de mais de 10% do bioma, o que na visão de Agostinho deve ser enfrentado com a criação de unidades de conservação, recuperação da vegetação nativa e criação de dados de conservação para proteção integral e uso sustentável.

A melhoria dos licenciamentos ambientais e a demarcação dos territórios das populações tradicionais foram outras necessidades elencadas pelo presidente do Ibama. 

“Temos muita população tradicional e que normalmente não é reconhecida, como o sertanejo, e isso é um desafio, porque, de repente, chega um empreendimento e essas pessoas são expulsas de suas áreas rapidamente”, ressaltou.

A transição energética também necessita de um olhar atento para a caatinga, na visão de Agostinho, que lembrou que embora o crescimento das energias eólica e fotovoltaica seja desejado pela região, isso não pode custar o desmatamento da vegetação nativa 

“Não faz sentido colocar energia eólica e solar desmatando extensas áreas de caatinga, só porque o preço da terra é mais barato.”

Na análise da instituição, para enfrentar o desmatamento, os efeitos das mudanças climáticas, a extinção de espécies e as queimadas na caatinga é necessário ir além das políticas de combate e controle.

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