Pular para o conteúdo principal

Aquecimento do oceano impacta distribuição de corais e ameaça espécies da costa brasileira

Mudança na temperatura deve provocar mudanças drásticas na distribuição de importantes corais na costa brasileira. 


Pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e do Instituto Espanhol de Oceanografia preveem que até 2050, devido ao aquecimento das águas, o litoral do Norte e Nordeste se tornará menos favorável à sobrevivência dos corais, enquanto o contrário ocorrerá nas águas do Sul e Sudeste. 

As conclusões foram publicadas nesta terça (16) em artigo na revista científica “Diversity and Distributions”.

A pesquisa alerta que espécies limitadas às regiões tropicais, como Mussismilia braziliensis, ou coral-cérebro, e Mussismilia harttii, podem ter dificuldades em migrar para o sul.


Está sob ameaça a sobrevivência
de espécie tropical Mussismilia
braziliensis, ou coral-cérebro
FOTO: JOÃO PAULO KRAJEWSKI / ACERVO PESQUISADORES

Os cientistas analisaram doze espécies de corais, predizendo suas distribuições para os anos de 2050 e 2100 diante um cenário intermediário de emissões de gases causadores do efeito estufa — os quais resultam nas mudanças climáticas que levam ao aquecimento do oceano. 

Os resultados permitem propor ações de conservação específicas para cada espécie, levando em consideração as tendências observadas nas populações de corais.

Espécies de maior abrangência encontram maior probabilidade de expandir sua presença ao litoral subtropical. Por outro lado, “o resultado que mais nos impressionou foi o grande declínio que previmos para duas espécies de coral-cérebro que só ocorrem na costa brasileira, e que são importantes construtoras do maior complexo recifal do Atlântico Sudoeste, o Banco dos Abrolhos”, explica a primeira autora do estudo, a pesquisadora Melina Martello

“Com a perda dessas espécies, o ambiente deve reduzir a complexidade e biodiversidade associadas”, completa.

Segundo o trabalho, serão os corredores ecológicos que conectam as regiões tropical e subtropical do litoral brasileiro que, se preservados, aumentarão as chances de uma possível expansão e persistência dos corais. A criação de novas áreas de proteção marinhas — e fortalecimento das já existentes – na porção subtropical, por exemplo, podem assegurar a transferência de espécies para locais com clima mais favorável.

Agora, os pesquisadores pretendem investigar até que ponto a expansão dos corais é possível, conforme explica o chefe do Departamento de Oceanografia e Limnologia da UFRN, Guilherme Longo, também autor do estudo

. “O coral é um animal que fica fixo no recife. Ele joga larvas na água, que derivam pelas correntes e atingem outro lugar. Então, o próximo passo é justamente incorporar ao modelo a capacidade biológica dos corais se dispersarem como estamos prevendo, e verificar se isso é favorecido pelos sistemas de correntes vigentes na costa brasileira. Assim, poderemos ter uma ideia mais precisa da probabilidade desse cenário, que o estudo prevê, ocorrer ou não”, analisa o cientista.

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Cérebro dos ateus é diferente do de crentes? Estudos sugerem que sim

Chico Buarque: 'Sou ateu, faz parte do meu tipo sanguíneo'

Caso Roger Abdelmassih

Violência contra a mulher Liminar concede transferência a Abelmassih para hospital penitenciário 23 de novembro de 2021  Justiça determina que o ex-médico Roger Abdelmassih retorne ao presídio 29 de julho de 2021 Justiça concede prisão domiciliar ao ex-médico condenado por 49 estupros   5 de maio de 2021 Lewandowski nega pedido de prisão domiciliar ao ex-médico Abdelmassih 26 de fevereiro de 2021 Corte de Direitos Humanos vai julgar Brasil por omissão no caso de Abdelmassih 6 de janeiro de 2021 Detento ataca ex-médico Roger Abdelmassih em hospital penitenciário 21 de outubro de 2020 Tribunal determina que Abdelmassih volte a cumprir pena em prisão fechada 29 de agosto de 2020 Abdelmassih obtém prisão domicililar por causa do coronavírus 14 de abril de 2020 Vicente Abdelmassih entra na Justiça para penhorar bens de seu pai 20 de dezembro de 2019 Lewandowski nega pedido de prisão domiciliar ao ex-médico estuprador 19 de novembro de 2019 Justiça cancela prisão domi...

Vicente e Soraya falam do peso que é ter o nome Abdelmassih

Santuário Nossa Senhora Aparecida fatura R$ 100 milhões por ano

MP pede a retirada das cédulas do real a frase 'Deus seja louvado'

A referência a Deus é incompatível com o Estado laico brasileiro Pedro Antônio de Oliveira, procurador substituto do MPF (Ministério Público Federal) em São Paulo, enviou em dezembro uma representação ao BC (Banco Central) para que deixe de imprimir nas cédulas do real a frase “Deus seja louvado”, de modo a cumprir a laicidade do Estado brasileiro, prevista na Constituição. Como resposta, o BC apresentou duas argumentações. Primeira: a representação tem um “vício de origem” porque não cabe ao BC tratar desse tipo de questão, mas, sim, ao CMN (Conselho Monetário Nacional), que é o responsável pela emissão de cédulas e moedas do país. Segunda: a república brasileira não é antirreligiosa ou anticlerical, o que não impede que as cédulas tenham a referência a Deus, o que, inclusive, se repete na própria Constituição. O que não pode, segundo o BC, é que haja nas cédulas menção a uma doutrina religiosa ou a um determinado credo. As argumentações do BC são contraditórias entr...

Justiça mantém livre pastor de call center de curas e só autoriza uso de tornozeleira eletrônica

Zanin e Dino votam para manter símbolos religiosos em prédios públicos. Votação continua no STF

Ateísmo faz parte há milênios de tradições asiáticas