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Pesquisadores testam bioplásticos que se decompõem no solo em quatro meses

O material degradado pela umidade e calor se transforma em nutrientes para a agricultura




Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) testaram novos tipos de compostos bioplásticos que se biodegradam rapidamente nas diferentes condições ambientais do solo brasileiro e, assim, agridem menos o meio ambiente. 

Em um relatório-síntese lançado na sexta (29), eles descrevem um filme compostável que pode ser completamente degradado em até quatro meses, gerando nutrientes para o solo.

Os resultados foram obtidos analisando os processos de biodegradação de cinco amostras de matérias-primas de plástico certificadas como seguras cedidas por empresa do ramo. As amostras tinham diferentes espessuras e formulações e foram observadas durante seis meses. 

Além disso, eram formadas por materiais de dois tipos de fontes – renováveis e biodegradáveis. 

Talheres produzidos com
poliéster alifático, cuja 
estrutura molecular é fraca 
FOTO: KAROLINA GRABOWSKA / PEXELS

Em quatro meses, duas amostras foram 100% degradadas por micro-organismos do solo, enquanto as outras três apresentaram percentual de biodegradação de 30%, 60% e 50% em seis meses. Em termos de comparação, bioplásticos feitos com poliácido lático (PLA), mais usuais no mercado, demoram de 20 a 30 anos para biodegradarem.

A degradação nas amostras acontece porque esse tipo de plástico, que contém poliéster alifático, tem uma estrutura molecular fraca o suficiente para ser quebrada em estruturas menores quando exposto à umidade e ao calor. 

Como resultado são produzidos dióxido de carbono (CO2), água, biomassa e minerais, que podem ser consumidos com mais facilidade por micro-organismos encontrados em ecossistemas aquáticos e terrestres, além de servirem de nutrientes para o solo.

Segundo Fábio Fajardo, idealizador dos compostos, e Michele Spier, cientista da UFPR e autora do estudo, a intenção é encontrar alternativas ao plástico convencional. 

“Nossas pesquisas são realizadas com base em estudos de países como Alemanha, EUA e França, que já adotam bioplásticos seguros e que garantem que eles não gerem ao meio ambiente os microplásticos e nanoplásticos”, explica Spier.

Apesar de mais caros em comparação aos plásticos convencionais, os bioplásticos podem ser utilizados em sacolas de compras, embalagens de entregas, talheres e sacos para dejetos de animais. 

Os materiais são úteis para descarte de resíduos orgânicos domésticos porque evitam que recicladores entrem em contato direto com substâncias em decomposição ao separar a sacola plástica dos dejetos para a reciclagem. 

“É importante que o consumidor possa entender quais são os tipos de plásticos que estão à sua disposição. Os convencionais podem ficar destinados a embalagens de xampu e garrafas de água, por exemplo, pois são mais simples de serem reciclados”, esclarece a pesquisadora.

A partir de agora, os pesquisadores continuam com os estudos e novos testes no laboratório na UFPR, aproveitando que a biodiversidade do Brasil pode servir de fonte de matérias-primas para produzir bioplásticos biodegradáveis e compostáveis. Utilizar esses materiais leva a uma redução do preço do produto final para o consumidor.

“Sabemos que é apenas um pontapé inicial, mas já começamos a nossa corrida contra os materiais que causam mais danos ao meio ambiente. É preciso seguir buscando alternativas e apresentando ao consumidor produtos acessíveis e amigáveis ambientalmente”, diz Spier.

• Bactéria de mangue produz matéria-prima para plástico biodegradável

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