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Câmara aprova projeto de lei que só faz sentido em uma teocracia

Projeto de lei de deputado evangélico proíbe alteração no texto da Bíblia  

A Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que coloca o Estado brasileiro com guardião das escrituras sagradas dos cristãos, a Bíblia, como se o país fosse uma teocracia, não laico.

O Pastor Sargento Isidório (Avante-BA) obteve no dia 23 de novembro, em votação simbólica, aprovação para o seu projeto que proíbe alterações nos textos bíblicos.

O único parágrafo da proposta de lei é genérico, não especifica qual a versão da Bíblia não pode ser modificadas, nem estabelece punição ao “criminoso” que o fizer.

O deputado Tiago Mitraud (Novo/MG) reagiu ao projeto afirmando que o Estado não deve interferir em questões da Igreja. "O Estado laico não pode dizer 'essa é a Bíblia que vale e essas outras não."

Pastor Isidório tem
 conseguido apoio para
 seu fanatismo

O deputado Isidório é, obviamente, um fanático religioso.

Em 2013, ele afirmou que já tinha sido gay e que evitava ficar muito tempo perto de homens para não ter recaída — “a carne é fraca.” Tornou-se um militante da homofobia.

No ano seguinte, Isidório afirmou que Deus estava castigando Estado de São Paulo com uma rigorosa seca por causa da realização da Parada Gay, uma das maiores do mundo.

O sargento é, na verdade, capitão da PM. Ele se aposentou como 1º tenente e obteve uma promoção mesmo não estando na ativa.

O projeto de lei será submetido ao Senado, onde deverá ser rejeitado. Se passar nessa instância, o Supremo Tribunal Federal, se provocado, o declarará inconstitucional.

Isidoro é folclórico, mas tem de ser levado a sério por quem zela pelo Estado laico, porque ele consegue apoio de seus colegas deputados, por mais malucas que suas propostas sejam.

Em março de 2022, líderes e ex-líderes de 16 partidos, inclusive do PT, aprovaram caráter de urgência a um projeto de lei do Pastor Isidoro que criminalizava o uso da palavras "Bíblia" e "Bíblia sagrada" fora do contexto religioso, com pena de prisão.

Na época, editorial da Folha chamou a iniciativa de "estapafúrdia", destacando que, para o Estado brasileiro, o livro sagrado é a Constituição.

Com informação da Câmara dos Deputados, da Folha de S.Paulo e de outras fontes e foto de divulgação.

• Religiosos não entendem que Estado laico beneficia a todos

• Estado laico no Brasil só existe no papel, afirma professora



Comentários

AspenBH disse…
Enquanto nós chafurdamos cada vez mais no lodaçal da fé, populações civilizadas se distanciam dessa imundície. Creio que isso tenha a ver com falta de um Estado do Bem-estar Social na região. Quando há solidariedade coletiva e redes de amparo social para os mais pobres, ninguém precisa recorrer desesperado a amigos imaginários no céu. Por outro lado, quando o cidadão está entregue à sua própria sorte, o medo de ficar desamparado é tamanho que ele tende a procurar um falso amparo em comunidades religiosas. Quanto mais o neoliberalismo e o Estado Mínimo se espalham, maior o nível de religiosidade.

Less than half of England and Wales population Christian, Census 2021 shows
https://www.bbc.com/news/uk-63792408

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