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Língua dos anjos ou dos picaretas?

Por que Deus teria criado marca religiosa que não nos permite diferenciar fiel e farsante?

HÉLIO SCHWARTSMAN
Folha de S. Paulo

Pessoas merecem respeito, mas só pessoas, não seus pensamentos. Uma ideia tola é tola não importa quem a tenha proferido. E o que dizer da glossolalia, a ideia de que fiéis, particularmente os de denominações pentecostais, podem, por inspiração do Espírito Santo, ganhar a habilidade de falar outros idiomas, naturais (caso em que o fenômeno ganha o nome de xenolalia) ou desconhecidos?

A epistemologia pode ser madrasta cruel. Como é virtualmente impossível provar que algo [o Espírito Santo] não existe num domínio tão amplo como o Universo, temos de nos contentar em analisar a plausibilidade do fenômeno. Inicialmente, religiosos acharam que os sons emitidos pelos fiéis eram outras línguas humanas. 

Há histórias de missionários que partiram para terras longínquas imaginando que conseguiriam miraculosamente se expressar no idioma ali falado. Mas, como mostra Robert Mapes Anderson, eles acabavam voltando, abatidos e desiludidos. Foi ganhando corpo então, entre os crentes, a ideia de que a sequência de balbucios era a própria língua dos anjos.



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