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Liberação de cultos no auge das mortes pela Covid-19 mostra que Nunes é terrivelmente bolsonarista

> PAULO LOPES
jornalista

A decisão de Nunes Marques de autorizar a celebração de cultos e missa no auge das mortes pela Covid-19 mostra que o ministro do STF é terrivelmente bolsonarista.

O próprio Supremo já decidira que cabem aos Estados e municípios tomar as decisões sobre restrições de controle da transmissão do coronavírus, o que faz sentido, porque o contágio não é igual em todas as regiões nem os recursos hospitalares.

A atitude transloucada de Nunes deverá ser anulada nos próximos dias, e o próprio ministro sabe disso, mas ele, ainda assim, atingirá o seu objetivo: agradar Bolsonaro, que o indicou para o Supremo.

Nunes concedeu a medida liminar em atenção a uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental proposta pela Anajure (Associação Nacional de Juristas Evangélicos). Só que tem um detalhe: a associação não possui representatividade para tanto, conforme decisão do Supremo em fevereiro de 2021.

Nunes chegou ao Supremo com a fama de ser defensor do Estado laico. Talvez tenha sido um dia, mas deixou de sê-lo, para se tornar em um cruel aliado da expansão do coronavírus e da morte.

O posicionamento da Anajure é insustentável sob qualquer perspectiva, inclusive o religioso.

Se Deus está em todos os lugares, por que igrejas evangélicas fazem tanta questão de celebrar cultos, de aglomerar as pessoas, de favorecer o coronavírus?

Porque elas querem manter o fluxo da arrecadação do dízimo, aproveitando-se de uma situação de desespero das pessoas por causa da morte de parentes e da falta de dinheiro para o gasto básico, para comida, por exemplo.

O desprezo que um ministro do Supremo demonstrou pela autonomia das unidades da federação para administrar a pior crise sanitária da história do Brasil, com pessoas morrendo como moscas, serve como mais um aviso sobre o quanto o bolsonarismo é capaz. E que, por isso mesmo, a imposição constitucional do Estado laico não pode ser negligenciada.

Comentários

Anônimo disse…
E ainda tem a pachorra de falar que é contra o aborto por ser defensor da vida, kkkkkkkkkk
Nõa é só a situação de arrecadação. É haver o evento FÍSICO, que dá um enorme poder em "gadização". O efeito psicológico do grupo e fazer parte dele, mesmo sendo um ser adestrado, aliás, os adestrados acabam curtindo o adestamento e a manutenção do mesmo.
Certamente muitos crédulos nessa da pandemia, se não largaram as crenças de vez, passaram a adotar uma postura menos fanática ou mesmo ter migrado para aquelas mais brandas e que não ficam muito criticando, condenando etc ninguém.

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