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Encontro internacional do Vaticano examinará a ascensão do ateísmo

> ROSIE DAWSON
Religion News Service

Cinquenta anos depois de realizar a primeira conferência internacional do mundo para examinar a ascensão do ateísmo e do secularismo, o Vaticano está unindo forças com uma iniciativa britânica de pesquisa para sediar um encontro sobre as “Culturas da descrença”. 

No final de maio, estudiosos de várias disciplinas se reunirão na Universidade Gregoriana, em Roma, para discutir os resultados da iniciativa de pesquisa chamada Understanding Unbelief  [mais informações aqui, em inglês], que, há dois anos, mapeia o surgimento e a natureza da não religião em todo o mundo.

O financiamento para o programa Understanding Unbelief, no valor de 3 milhões de dólares, com sede na Universidade de Kent, na Inglaterra, veio da Fundação John Templeton.

De acordo com o Pew Research Center, o número de “nones” – aqueles que se descrevem como ateus, agnósticos ou de nenhuma religião em particular – chegarão a 1,2 bilhão em todo o mundo até 2060.

Nos Estados Unidos, 23% da população atualmente não reivindica nenhuma filiação religiosa.

Os jovens são particularmente propensos a se identificarem como “nones”. No ano passado, um estudo do pesquisador Stephen Bullivant, do Understanding Belief, revelou que 70% dos jovens entre 18 e 29 anos no Reino Unido se identificam como “sem religião”.

Entre os projetos de pesquisa que estão sendo realizados, encontra-se um estudo sobre a descrença em países onde a maioria da população é composta por não crentes. Estes incluem a Coreia do Sul, o Vietnã e o Japão, um desafio à suposição generalizada de que a descrença é um fenômeno exclusivamente ocidental. 

Outro grupo está examinando as motivações, experiências e problemas enfrentados pelos não crentes em sociedades religiosas como o Egito.

Outros projetos estão olhando para as infâncias não religiosas no Reino Unido, a persistência do pensamento mágico em sociedades incrédulas e as formas pelas quais a meditação da atenção plena [mindfulness] pode ser vista como uma religião secular.

A conferência anterior, “A cultura da descrença”, realizada em 1969, ocorreu no rastro do novo espírito de abertura trazido pelo Concílio Vaticano II, que havia se encerrado apenas quatro anos antes. A Cúria iniciou vários diálogos com outros cristãos, com judeus e pessoas de outras religiões. Também estabeleceu um secretariado pontifício para os não crentes (Secretariatus pro Non-Credentibus) para dialogar com eles.

A conferência foi convocada para abordar aquilo que o então Papa Paulo VI via como “uma das questões mais sérias do nosso tempo” – a saber, o ateísmo. O cardeal Franz Koenig, então arcebispo de Viena, escolhido pelo papa como chefe do secretariado, disse que isso representava uma “nova abordagem no modo de proceder da Igreja Católica, menos preocupada em defender sua posição do que em ir ao encontro dos mais graves problemas do mundo moderno”.

Atualmente, não há planos para o papa Francisco discursar nessa conferência, mas os organizadores dizem que a possibilidade permanece em aberto. O importante, dizem, é construir um diálogo e uma colaboração entre crentes e não crentes, a fim de alcançar uma maior compreensão sobre as crenças metafísicas existenciais e morais dos outros.

“O crescimento de diferentes formas de não religião tem sido um desdobramento significativo em muitas sociedades em todo o mundo nas últimas décadas”, diz Gordon Lynch, professor da cátedra Michael Ramsey de Teologia Moderna da Universidade de Kent.

“Essa conferência”, acrescentou, “reunindo as descobertas dos mais importantes programas internacionais de pesquisa nesse campo, promete ser um evento genuinamente histórico ao levar adiante tanto a nossa compreensão sobre as variedades da não religião quanto as suas implicações sociais.”

Com tradução de Moisés Sbardelotto para IHU Online.

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Comentários

AspenBH disse…
O escritor Phil Zuckerman (autor de "Vivendo a Vida Secularista/ Living the Secular Life") atribui a quatro fatores o declínio gradual da religião organizada nos EUA (onde os 22,8% sem religião já formam o segundo maior grupo do país, logo atrás dos 25,4% de protestantes evangélicos e à frente dos 20,8% de católicos):

1) Radicalismo: cada vez mais as lideranças das igrejas têm sido tomadas por radicais fundamentalistas com ideias ultrapassadas e provincianas, afastando assim o rebanho progressista.

2) Cinismo: raramente o discurso dos líderes religiosos combina com sua prática diária: apresentam-se como defensores do casamento porém são flagrados em adultério, apresentam-se como defensores das crianças porém são flagrados cometendo pedofilia, apresentam-se como defensores da moral porém sonegam impostos.

3) Internet: com a disseminação da rede de computadores hoje qualquer fiel pode em segundos checar as alegações de seu pastor ou confrontar o posicionamento dele com outros. A Rede também permitiu acesso ao ponto de vista ateu, que antes simplesmente não era disseminado: há dez anos as bibliotecas públicas não tinham nem mesmo livros clássicos como "Por que não sou Cristão" de Bertrand Russel; o leitor interessado tinha de correr os sebos à procura de alguma edição fora de catálogo. Hoje com dois cliques você baixa qualquer livro sobre qualquer ideologia.

4) Emancipação feminina: historicamente a tarefa de iniciar os filhos na religião sempre coube à mulher. Porém quando ingressou no mercado de trabalho ela passou a conviver com pessoas de diferentes culturas, raças, credos e estilos de vida. Dificilmente continuaria gastando o pouco tempo que tem com os filhos doutrinando-os a valorizar anacronismos como pureza tribal e misoginia. Como poderiam, por exemplo, ensiná-los que "lugar de mulher é em casa sob as ordens de um varão"?

http://www.skeptic.com/eskeptic/15-07-01/

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