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Sou de São Paulo, tenho 36 anos e sofri abuso de João de Deus

"Entre 2010 e 2011 meu sogro ficou muito doente e falaram pra minha sogra sobre o João de Deus. Fui duas vezes lá e fiquei durante o fim de semana. Em uma delas a 'entidade' pediu para que eu participasse no dia seguinte como 'assistente' na cirurgia espiritual. Como não soube muito o que isso significava, não encontrei o lugar onde deveria ir e acabei perdendo a hora.

Na outra vez, quando passei pela 'entidade', ele pediu que eu esperasse o João de Deus do lado de fora da sala dele, que ele queria falar comigo. Fui.

"Me colocou de costas
 para ele e começou
a tocar em mim"

A sensação era um pouco de medo, ao mesmo tempo me sentindo levemente especial, e uma ponta de esperança de ouvir algo bom em relação ao meu sogro. Para minha surpresa, só havia mulheres na fila. Novas e de boa aparência. Isso me deixou bastante intrigada e me fez reparar nisso todos os dias e todas as vezes que estive lá. Sempre igual.

Que eu lembre, entrei duas vezes na sala dele: uma com meu sogro e uma sem ele. Nas duas vezes me senti bem incomodada, travada. João de Deus é uma figura que não causa nenhuma simpatia.

Quando entrei sozinha, ele disse que seria eu que curaria meu sogro e que, por isso, ele teria que fazer um trabalho comigo. Me levou para um corredor escuro dentro da sala dele, onde tinha um colchão encostado na parede. Me colocou de costas pra ele e começou a tocar em mim de forma que fiquei bem desconfortável.

Ele encostou em meus seios e na minha barriga. Lembro que me senti extremamente incomodada com aquela situação. Fiquei tensa e não consegui falar nada, mas peguei uma grande antipatia dele e deixei de acreditar naquilo.


Não comentei com meus sogros, pois ir ao João de Deus era algo que trazia muita esperança para eles e não queria cortar essa energia. Comentei apenas com a minha mãe quando cheguei em casa.

Lembro que fiquei me questionando o tempo todo se aquilo havia tido más intenções ou não. Fiquei com medo de ser perseguida caso levantasse esse assunto em algum lugar, pois ele de alguma forma faz bem a tantas pessoas, provavelmente ninguém acreditaria em mim.

Algumas vezes cheguei a pesquisar na internet se alguma mulher já havia relatado situação parecida, mas nunca encontrei nada. Ao ver recentemente um post no Facebook, me senti à vontade para me abrir.

Só espero que ele pague pelo que fez com tantas mulheres que passaram por lá. Ele, que se aproveitando de sua posição, abusou fisicamente delas com o pretexto tão sagrado da cura. Que ele pague na justiça por tudo que cometeu."

Depoimento concedido ao jornal "O Globo".



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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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