Pular para o conteúdo principal

Bolsonaro e assessores agem como fundamentalistas religiosos, diz Hatoum

por Milton Hatoum
escritor

Antes da fala, o eleito e seus assessores, orando de mãos dadas e olhos fechados, pareciam membros de uma seita religiosa fundamentalista, e não dirigentes políticos de um Estado laico.

O discurso, de uma vulgaridade gritante (na forma e no conteúdo), antecipa um estilo de governar.

Não menos vulgares são os assessores e bajuladores que cercam o capitão.

Ao ver e ouvir as cenas patéticas da reza e da fala, me lembrei das frases de um conto de Tchekhov*:

“Estou cercado de vulgaridades por todos os lados […] Gente enfadonha, vazia… Não há nada mais medonho, mais ultrajante, mais deprimente do que a vulgaridade. Fugir daqui, fugir hoje mesmo, senão vou ficar louco!”

Mas não é preciso fugir. Vou ficar aqui, lendo, escrevendo, dando palestras sobre literatura, questionando democraticamente essa figura sinistra e o que ela representa.


Esse texto foi publicado originalmente no Facebook. 



Aviso de novo post por e-mail

Bolsonaro logo vai descobrir que orações não resolvem problemas

O que pode ocorrer com ateus em um país em que 'Deus está acima de tudo'?

Bancada evangélica sobe de 71 congressistas para 91




Religiosos não suportam a igualdade do Estado laico, escreve Sottomaior


A responsabilidade dos comentários é de seus autores.

Comentários

Leandro Bueno disse…
Acho de uma pobreza incrível essa coisa de ficar fazendo policiamento com relação à fé alheia. Basta saber que um dos princípios básicos da nossa Constituição Federal de 1988 é exatamente a LIBERDADE DE CRENÇA (Art. 5o, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias). Ademais, se eu fosse ateu, eu teria coisa muito mais útil e proveitosa a me preocupar do que se meu semelhante tem fé em algo ou não.
Rafael disse…
Cara o seu comentário é sem pé nem cabeça.
Esta sendo discutida a laicidade do estado brasileiro. Vc sabe o que é isso ?
O que vc colocou se refere ao direito do cidadão comum.
Veja esse comentário do professor Villa: https://www.youtube.com/watch?v=wASTtugTbXA
Anônimo disse…
Se invés de um culto cristão fosse um culto a Allah (que é o mesmo deus judaico) ou ao deus Ganesh ou a trindade Hindu, vc teria essa mesma postura e opinião?
Não, não teria e ainda estaria condenando e demonizando.
Qd é a nosso favor, tudo. Qd é contra, nada.
Laicismo urgente!!!!!

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Vicente e Soraya falam do peso que é ter o nome Abdelmassih

Ateísmo faz parte há milênios de tradições asiáticas

Chico Buarque: 'Sou ateu, faz parte do meu tipo sanguíneo'

Cinco deuses filhos de virgens morreram e ressuscitam. E nenhum deles é Jesus

Santuário Nossa Senhora Aparecida fatura R$ 100 milhões por ano

Basílica atrai 10 milhões de fiéis anualmente O Santuário de Nossa Senhora de Aparecida é uma empresa da Igreja Católica – tem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) – que fatura R$ 100 milhões por ano. Tudo começou em 1717, quando três pescadores acharam uma imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba do Sul, formando-se no local uma vila que se tornou na cidade de Aparecida, a 168 km de São Paulo. Em 1984, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) concedeu à nova basílica de Aparecida o status de santuário, que hoje é uma empresa em franca expansão, beneficiando-se do embalo da economia e do fortalecimento do poder aquisitivo da população dos extratos B e C. O produto dessa empresa é o “acolhimento”, disse o padre Darci José Nicioli, reitor do santuário, ao repórter Carlos Prieto, do jornal Valor Econômico. Para acolher cerca de 10 milhões de fiéis por ano, a empresa está investindo R$ 60 milhões na construção da Cidade do Romeiro, que será constituída por trê...

Físico afirma que cientistas só podem pensar na existência de Deus como hipótese

Escritor ateu relata em livro viagem que fez com o papa Francisco, 'o louco de Deus'

Roger tenta anular 1ª união para se casar com Larissa Sacco

Médico é acusado de ter estuprado pacientes Roger Abdelmassih (foto), 66, médico que está preso sob a acusação de ter estuprado 56 pacientes, solicitou à Justiça autorização  para comparecer ao Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de São Paulo de modo a apresentar pedido de anulação religiosa do seu primeiro casamento. Sônia, a sua segunda mulher, morreu de câncer em agosto de 2008. Antes dessa união de 40 anos, Abdelmassih já tinha sido casado no cartório e no religioso com mulher cujo nome ele nunca menciona. Esse casamento durou pouco. Agora, o médico quer anular o primeiro casamento  para que possa se casar na Igreja Católica com a sua noiva Larissa Maria Sacco (foto abaixo), procuradora afastada do Ministério Público Federal. Médico acusado de estupro vai se casar com procuradora de Justiça 28 de janeiro de 2010 Pelo Tribunal Eclesiástico, é possível anular um casamento, mas a tramitação do processo leva anos. A juíza Kenarik Boujikian Fel...

Padre acusa ateus de defenderem com 'beligerância' a teoria da evolução