[opinião]
O crescendo da insanidade e do repúdio ao outro tem abafado as vozes cada vez mais raras da tolerância e da conciliação.
Todos somos culpados pela degeneração do convívio pacífico.
Nas últimas duas décadas, pelo menos, a retórica de opostos tem convergido para alimentar o ódio como ferramenta de tomada e preservação de influência e do poder.
O “nós contra eles” do discurso político dividiu a nação em duas e de maneira que uma pacificação, em tese, só poderá ser imposta na marra, com vencedores e vencidos, o que não é democrático.
O Brasil hoje tem uma classe política desacreditada porque ela só demonstra estar unida quando se trata de se defender de denúncias de corrupção, além de ser incompetente, de atolar o país em uma profunda recessão.
A pregação do 'nós contra eles' vale para política e religião |
Líderes religiosos têm contribuído muito para a exacerbação.
Não é gratuito o fato de o acusado do esfaqueamento a Bolsonaro ter afirmado que agiu a mando de Deus, além de estar na esfera de influência do “nós contra eles”.
Adélio Bispo de Oliveira, o esfaqueador confesso, é um missionário evangélico que já foi militante de carteirinha do PSOL.
O próprio Bolsonaro se acha em missão divina e tem sido um irradiador de fundamentalismo religioso.
Eis a causa do radicalismo brasileiro: o fundamentalismo político e o religioso, e ambos, a rigor, são a mesma coisa.
Quando se fala em nome de Deus ou de deuses, sejam da religião ou da política, não é possível ter diálogo porque sempre haverá os donos da verdade.
Para combater a radicalização é preciso combater a religião em todas as suas expressões.
Com informação das agências.
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