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Jovem fala de sua luta para se livrar da obsessão por religião


'Sentia
 uma culpa
horrível'

Karolyne Godói (foto), 20, teve os primeiros sintomas de TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) aos 12 anos.

Irritava-se com números que tivesse 3. Tinha necessidade de tocar na parede e maçaneta. Não suportava tapete torto no chão. A arrumação de seu quarto tinha de ser simétrica.

O diagnóstico da doença ocorreu quando tinha 14 anos e nessa época ela piorou.

As obsessões incluíram a religião.


Quando sua mãe saía para trabalhar, Karolyne repetia sem parar “Deus, não deixe nada acontecer”, machucando sua pele para aliviar a ansiedade.

“Eu achava que os meus rituais de orações eram poderosos e capazes de evitar o mal. [Em uma oportunidade], fiquei nesse processo durante seis horas e só parei quando minha mãe voltou para casa. Minha mente ficou completamente conturbada.”

Frequentar a igreja se tornou um tormento.

“[...] toda vez que eu ia à missa tinha pensamentos obscenos com o padre”, diz ela em depoimento ao portal Uol.

“Sentia uma culpa horrível, pedia perdão a Deus e fazia rituais repetitivos de orações para me livrar daquilo. Eu não suportava pensar aquelas coisas, me causava muita angústia e sofrimento, pois eu me considerava a maior pecadora.”

Ao padre, no confessionário, ela dizia que não conseguia se concentrar na missa.

“Ele [o padre] falava que meus pecados estavam perdoados e me dava a penitência. Eu chegava em casa e rezava muito, mas não era o suficiente. Me sentia impura.”

Karolyne deixou de ir à missa e só voltou quando se sentiu melhor.


A melhora tem sido o resultado de uma luta diária contra o TOC.

Submete-se a um tratamento médico há seis anos e toma medicamentos.

Ela tem obtido apoio, também, da ASTOC (Associação Solidária do TOC e Síndrome de Tourette).

“Hoje, estou muito melhor, eu ainda tenho alguns sintomas, mas falo para o meu TOC: ‘Você tinha o poder e controle sobre mim, agora eu controlo você’”.

Karolyne sabe que não é bom sinal se voltar a desejar muito a ajuda de Deus, com orações.



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