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Rio está em caos, e Crivella canta exaltando a Igreja Universal



por Ruth de Aquino
para Época

Não sei por quanto tempo uma cidade consegue sobreviver sem prefeito. O Rio de Janeiro está tentando. Durante a campanha, Marcelo Crivella disfarçava seu propósito maior. Mas, na semana passada, ao cantar, da tribuna no Senado, em Brasília, uma música de sua autoria, “Perfume Universal”, que exalta o “sacrifício e coragem” de sua igreja e de seu tio, Edir Macedo, Crivella mostrou a que veio.

É só o que ele sabe fazer – e suas viagens internacionais para cultos e encontros com representantes da igreja comprovam. Foi assim na África do Sul, na Rússia. Crivella está prefeito, mas é pastor. Seis meses da atual prefeitura deixaram o carioca com uma certeza: não há ninguém no comando da cidade. O pior é que fica por isso mesmo.

Diante de inundações ou de tiroteios, Crivella reage da mesma forma. Zero. O rosto não trai emoção. O prefeito não passa no teste.

Se chove a cântaros e as ruas se enchem com bueiros entupidos, ele só aparece depois. No meio do caos, o carro de Crivella bate em outro carro e ele não se digna a abrir a janela, prefere bater em retirada para casa. 

Tiros ecoam pela cidade, o trânsito dá um nó com protestos por mortes – mas o “prefeito-pastor” não se amofina. Vai cantar na capital. Comanda um culto na Câmara Alta do Congresso, em sessão de homenagem aos 40 anos da Universal.

O Estado é laico. Isso não é normal.

Está prefeito, mas é cantor gospel

Íntegra do artigo.


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Crivella corta verba do Carnaval. Bem feito para eleitores do Rio


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