A informação me pareceu fake news e, por isso, procurei a sua fonte, a qual se revelou fidedigna porque se trata do jornal on-line britânico The Independent.
O jornal publicou uma pesquisa feita com pessoas do Reino Unido, França e Espanha segundo a qual ateus podem ser mais intolerantes do que crentes.
Conclusão é suspeita |
Há ateus intolerantes, claro, mas generalizar a conclusão de que eles — como um grupo — podem superar os crentes na rejeição aos outros me é suspeito.
Porque, afinal, os ateus não seguem nenhuma escritura sagrada, como a Bíblia ou o Corão, onde há relatos de extermínios de etnias, de matança. Relatos que também servem para justificar discriminação aos homossexuais.
Pode-se argumentar também que não se pode generalizar que os crentes sejam abomináveis porque assim é a sua escritura.
Mas neste ponto há noções inconciliáveis: cristãos que não dão crédito à Bíblia não são verdadeiros cristãos. Não é isso que padres e pastores dizem?
Porque, afinal, os ateus não seguem nenhuma escritura sagrada, como a Bíblia ou o Corão, onde há relatos de extermínios de etnias, de matança. Relatos que também servem para justificar discriminação aos homossexuais.
Pode-se argumentar também que não se pode generalizar que os crentes sejam abomináveis porque assim é a sua escritura.
Mas neste ponto há noções inconciliáveis: cristãos que não dão crédito à Bíblia não são verdadeiros cristãos. Não é isso que padres e pastores dizem?
Alguém já ouviu um padre ou pastor pregando que a Bíblia não contém a palavra de Deus? Eu não.
A mesma lógica vale para os muçulmanos e maioria dos grupos religiosos.
Até os mais moderados dos islâmicos acreditam que “Alá é Grande” porque, se não fosse assim, eles não seriam.... islâmicos.
Outra coisa: no lado oposto não há representações de ateus tentando impor sua descrença à sociedade.
Não há, por exemplo, reivindicação para que a data de nascimento de Charles Darwin seja tida como feriado. Ou que se coloque o símbolo do ateísmo em assembleias e câmaras municipais.
Os ateus defendem o respeito ao Estado laico.
Trata-se de uma iniciativa de interesse de todos os segmentos da sociedade, principalmente dos crentes devotos, porque impede que grupos religiosos entrem em conflito entre si, pela ocupação do espaço público, por exemplo.
Por isso e outras coisas, me parece que a pesquisa chegou a uma conclusão equivocada. Talvez porque ela tenha sofrido influência da instituição que a financiou, a Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica.
Não é fake news, mas parece.
E se de fato houve a tal influência, a própria pesquisa é uma prova da intolerância de religiosos em relação aos ateus.
Até os mais moderados dos islâmicos acreditam que “Alá é Grande” porque, se não fosse assim, eles não seriam.... islâmicos.
Outra coisa: no lado oposto não há representações de ateus tentando impor sua descrença à sociedade.
Não há, por exemplo, reivindicação para que a data de nascimento de Charles Darwin seja tida como feriado. Ou que se coloque o símbolo do ateísmo em assembleias e câmaras municipais.
Os ateus defendem o respeito ao Estado laico.
Trata-se de uma iniciativa de interesse de todos os segmentos da sociedade, principalmente dos crentes devotos, porque impede que grupos religiosos entrem em conflito entre si, pela ocupação do espaço público, por exemplo.
Por isso e outras coisas, me parece que a pesquisa chegou a uma conclusão equivocada. Talvez porque ela tenha sofrido influência da instituição que a financiou, a Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica.
Não é fake news, mas parece.
E se de fato houve a tal influência, a própria pesquisa é uma prova da intolerância de religiosos em relação aos ateus.
Britânicos acham que ateu tem mais propensão a ser boa pessoa
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