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Líderes islâmicos não gostam de xadrez porque jogo faz pensar

Jogo estimula raciocínio lógico

O grande mufti da Arábia Saudita, xeque Abdulaziz al-Sheikh, disse que o xadrez é uma “perda de tempo” e provoca a inimizade entre os jogadores. Portanto, segundo ele, o jogo deveria ser proibido como uma atividade pecaminosa semelhante ao consumo de álcool e o hábito do jogo.

Esse comentário, exibido em um programa de televisão em 2015, reapareceu na imprensa esta semana quando o reino se prepara para sediar um campeonato de xadrez, e foi imediatamente criticado por um membro da Associação Saudita de Xadrez, que escreveu no Twitter que o jogo era muito popular no reino e continuaria a ser.

Como a opinião do clérigo foi apenas uma resposta a uma pergunta do entrevistador, e não um decreto formal, é pouco provável que a proibição seja aplicada com rigor.

Não é a primeira vez que um líder espiritual critica o xadrez por desviar a atenção dos fiéis de suas devoções religiosas.

Um sábio italiano do século XI, são Pedro Damião, repreendeu o bispo de Florença por sua fraqueza pelo jogo.

Em 1979, a Revolução Fundamentalista do Irã proibiu o jogo de xadrez no país, mas em 1988, o aiatolá Khomeini liberou o jogo, desde que não fosse praticado como um jogo de azar.

Um líder contemporâneo xiita, o aiatolá Ali al-Sistani do Iraque, proibiu todas as formas do xadrez, seja jogado online ou com peças físicas, havendo ou não apostas.

Por que os líderes religiosos sentem-se ameaçados pelo xadrez?

Talvez pelo fato de ser um dos mais sofisticados jogos criados pelo ser humano e que exige um intenso raciocínio lógico e estratégico.

O xadrez popularizou-se como uma diversão da corte da Pérsia na Antiguidade tardia, e é provável que tenha se originado na Índia.

Depois da islamização da Pérsia, o xadrez difundiu-se no mundo islâmico e chegou à Espanha por intermédio dos mouros. Logo após fez sucesso nos países da fronteira ocidental da Europa.

As palavras e as peças contribuem para o fascínio do xadrez. O grito xeque-mate do vitorioso depois do ataque decisivo ao rei origina-se da expressão persa “o rei está morto” (shah-mata), mas uma tradução melhor seria “o rei está indefeso”.

Assim, os líderes espirituais, tanto antigos como modernos, sentem-se ameaçados por um jogo que transcende as categorias religiosas e culturais, além de estimular o cérebro em vez da alma.

O título do texto é de autoria deste site.





Líder saudita proíbe xadrez por ser ‘jogo de Satanás’

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