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OAB vira distribuidora de Bíblia em presídio feminino do Ceará

A  secção Ceará da OAB (Ordem dos Advogados Brasileiros), em vez de reforçar a divulgação do código penal, distribuiu 900 exemplares da Bíblia às detentas do presídio Auri Moura Costa, de Fortaleza. A associação cearense parece que se tornou defensora da "lei divina", deixando em segundo plano a "lei dos homens".

Associação fez uso de
seu acesso às detentas
para pregar religião
A Coordenadoria de Liberdade Religiosa da entidade se prestou ao papel de distribuidora de Bíblias doadas pela Igreja Mórmon. Foi uma "parceria", noticiou o site dos mórmons.

Assim, a tal coordenadoria, a quem deveria defender o direito de as detentas de terem a religião que desejarem, inclusive o de não possuir nenhuma, fez, na verdade, proselitismo mórmon.

Que “liberdade religiosa” é essa? Que Estado laico é este da OAB cearense?

É de se supor que não existe no Ceará uma lei que impede a distribuição de livros religiosos a detentos.

Mas, nesse caso, por que não foi a própria Igreja Mórmon que distribuiu as Bíblias?

Será que a coordenadoria da OAB aceitaria uma "parceria" para a doação de livros com pregação de religiões afrodescendentes? Ou a do livro “Deus — um delírio”, de Richard Dawkins?

Valdetário Andrade Monteiro compareceu ao ato da entrega das Bíblias como presidente da OAB do Ceará, mas falou como um sacerdote.

“A palavra de Deus é, sem sombra de dúvidas, algo que traz conforto e um novo norte [às detentas]. Acredito que nós hoje cumprimos um importante papel”, afirmou.

“Conforto”? “Novo norte”?

O presidente da OAB deveria dizer que quem garante isso é cumprimento da lei e da Constituição.

Com advogados desse naipe, as detentas de Fortaleza não precisam de assistência espiritual, o que já tem de sobra, mas, sim, de orientação jurídica, e rápido.

Com informação da OAB-CE e de outras fontes e foto de divulgação.





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