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Lava Jato tem três deputados da bancada evangélica

Cunha, Ribeiro e Olímpio, que se pautam pelos valores bíblicos,
são suspeitos de serem da quadrilha que assaltou a Petrobras
Na lista de políticos suspeitos de envolvimento na roubalheira da Petrobrás (o caso Lava Jato), que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal), constam três nomes de deputados da bancada evangélica, que se ocupa, como se sabe, de impor ao país uma moralidade com base na Bíblia. 

Os deputados são Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara e seguidor da Igreja Sara Nossa Terra; Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), fiel da Igreja Batista; e o Missionário José Olímpio (PP/SP), da Igreja Mundial do Poder de Deus.

O STF abriu inquérito para apurar as responsabilidades dos três, entre outros políticos, no total de 47.

O doleiro Alberto Youssef, em delação premiada ao Ministério Público e à Polícia Federal, disse que Cunha pressionou fornecedoras da Petrobras com a intenção de receber propina, em relação a um contrato de aluguel de um navio-plataforma.

Quando começou haver resistência da parte de fornecedores em pagar Cunha, sempre de acordo com Youssef, o deputado solicitou a uma Comissão do Congresso que questionasse “tudo sobre as empresas Toyo, Mitsui, Camargo e Samsung em suas relações com a Petrobras”. Cunha usou dois deputados do PMDB para a apresentação desse pedido.

Cunha tem negado que tenha tomado qualquer iniciativa com o propósito de obter propina de fornecedores da estatal. Ele tem argumentado que o seu nome apareceu na lista do Janot por questões políticas.

Para ele, o PT e o governo, que não absorveram sua conquista da presidência da Câmara, estão tentando lhe dar um troco. Ele tem deixado subentendido que, no caso, o procurador tem feito o jogo do PT.

O fato é que, de acordo com o “Globo”, uma deputada aliada de Eduardo Cunha, Solange Almeida (PMDB-RJ), apresentou no dia 7 de julho de 2011 dois requerimentos praticamente nos mesmos termos citados pelo doleiro. Atualmente, Solange é prefeita de Rio Bonito.

Cunha já foi condenado pelo TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) por captação ilícita de sufrágio e por uso eleitoral de serviços custeados pelo poder público na campanha eleitoral de 2006, de acordo com a representação 1041768.2006.619.0000. O deputado está recorrendo da condenação junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na ação 1041768 /2012.

Quando tomou posse na presidência da Câmara, Cunha demonstrou com arrogância que ia seguir uma pauta ditada pelo conservadorismo evangélico.

Ele afirmou, na época, que a legalização do aborto e a aprovação de direitos aos homossexuais, como a união gay, “não são a agenda do país”.

Disse que esses temas, entre outros, só seriam votados se, antes, os interessados passassem por cima do cadáver dele.

O jornalista Alberto Dines, em um artigo para o site do El País, versão brasileira, chamou Cunha de caudilho, oligarca e cacique. “[Um] führer típico, determinado, ídolo dos medíocres, aliado predileto dos pusilânimes.”

Ao ser entrevistado pelo Canal Livre, da TV Bandeirantes, no programa que foi levado ao ar na madrugada do dia 9, Cunha, abalado pela denúncia de seu envolvimento no Lava Jato, mostrou um pouco de humildade. Disse que, quando se refere a assuntos polêmicos como o do aborto, fala em seu nome, e não da Câmara dos Deputados.

O deputado Aguinaldo Ribeiro, outro da bancada evangélica, afirmou estar tranquilo sobre a inclusão de seu nome na lista de Janot. Ele acredita que o STF vai arquivar o seu caso, cujas implicações ainda não foram divulgadas.

Em 2011, Ribeiro se empenhou contra a distribuição pelo governo federal às escolas da chamada "cartilha gay", de orientação contra o preconceito aos homossexuais. Na época, ele se explicou dizendo que fazia parte de uma bancada cujo propósito é a defesa dos “valores da Bíblia e da família do Brasil”.

No STF, ele já é réu no inquérito 3146/2011, que apura crimes previstos na Lei de Licitações.

O deputado Missionário José Olímpio, dentro do esquema da quadrilha que se instalou na Petrobras, aparece no grupo dos corruptos de “menor relevância”. Ele teria recebido semanalmente quantia em torno de R$ 500.

Olímpio é um deputado folclórico. Em 2014, apresentou um projeto de lei que proíbe a implantação de chips em seres humanos, de modo a combater uma “nova ordem satânica mundial”. O projeto não seguiu adiante.

Com informação das agências, Transparência Brasil e outras fontes e fotos de divulgação.





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