Pular para o conteúdo principal

Livro mostra por que Platão é o pai da perseguição aos ateus


Filósofo grego
defendeu a pena
 de morte aos
descrentes

Na Grécia antiga, até determinado momento, havia liberdade de crença e de descrença. A discussão sobre a existência ou não de deuses era assunto corriqueiro entre os filósofos e as classes populares.

O historiador Georges Minois, autor do livro “História do Ateísmo”, conta que os ateus, pela sua quantidade crescente, começaram a preocupar os crentes mais devotos a partir da primeira metade do século IV antes de nossa era. E a perseguição aos ateus foi inaugurada em grande estilo por Platão (427 a.C. – 347 a.C.).

Perseguição que se prolonga até hoje, mais de 2.000 anos depois.

No livro X das Leis, o filosofo registra o que é considerado o primeiro relato do “problema” que significava a disseminação da descrença.

Platão foi o primeiro a associar ateísmo à imoralidade, dando à palavra “ateu” uma conotação pejorativa que persiste até hoje.

Escreveu Minois: “A partir de então, o ateísmo, amplamente associado a adjetivos como “vulgar”, “grosseiro”, vai se opor à atitude nobre dos idealistas, que se reportam ao mundo puro das ideias, do espírito”.

A pregação feroz de Platão contra os ateus foi muito bem recebida na época pelas pessoas cujas atividades só tinham a perder com o avanço da descrença na população. Pessoas como sacerdotes e adivinhos. “O delito de descrença estava ligado, portanto, a uma conjuntura passageira, [mas] Platão vai enraizá-lo numa concepção metafísica e ética fundamental que o transformará em verdadeiro crime.”

Para Platão, os ateus representavam um perigo para a sociedade porque, ao rejeitarem os deuses, eles também se negavam a aceitar as virtudes das divindades, demonstrando, assim, “incapacidade de dominar os gozos e as paixões”.


Em outras palavras: para ele, como para muitos até hoje, a moralidade, para ser verdadeira, tem de estar fincada na lei divina transcendente, absoluta.

Minois assinalou que Platão, com seu discurso persecutório, antecipou a célebre fórmula: “Se Deus não existisse, tudo seria permitido”.

Depois de transformar os ateus em seres imorais, Platão sugeriu uma legislação de repressão a esses "bandidos", que, segundo ele, estavam corrompendo principalmente os jovens.

O filósofo então propôs que a população denunciasse os ateus às autoridades, e aqueles que não o fizessem também seriam considerados como ímpios.

De acordo com o filósofo, o ateísmo era como se fosse uma doença contagiosa. E os doentes estavam divididos em dois grupos. O primeiro era de pessoas que tinham atitudes corretas, mas ainda assim eram perigosas por causa de suas ideias. O segundo grupo era composto por ateus depravados, que serviam e se colocavam como mau exemplo para os cidadãos.

A aplicação das sanções seria proporcional à gravidade da prática da descrença.

Para os ateus do primeiro grupo, Platão sugeriu inicialmente a condenação de pelo menos cinco anos em prisão isolada.

“Nenhum cidadão poderá se relacionar com eles, com exceção dos membros do Conselho Noturno, cujas relações terão como adjetivos admoestá-los e, ao mesmo tempo, prover à salvação de suas almas.”

Completado o tempo da condenação, esses ateus só seriam libertados caso parecessem recuperados, demonstrando bons sentimentos. Só assim eles teriam autorização para voltar a “viver na sociedade das pessoas de bom senso”, a dos crentes.

Se esses condenados, ao término de sua pena, continuassem descrentes, a Justiça deveria emitir nova sentença, desta vez a de morte.

Platão defendeu para os ateus do segundo grupo, o dos depravados, a prisão perpétua em penitenciária no deserto, em “local mais selvagem possível, cujo nome evoque a ideia de que se trata de um lugar de castigo”. Eles receberiam apenas os alimentos prescritos pelos Guardiões da Lei.

A perversidade do filósofo se aplacava sobre os descrentes até mesmo após a morte deles. Ele sugeriu que os cadáveres desses condenados ficassem sem sepultura, à mercê das aves de rapina e outros bichos.

“No caso de algum homem livre se interpor, querendo dar-lhes sepultura, que ele seja, da parte da autoridade competente, passível de perseguição por crime de impiedade”, escreveu Platão.

O filosofo achava que todos deviam seguir os deuses da religião oficial, da religião de Estado. Ele também defendeu a pena de morte aos feiticeiros e aos praticantes de sortilégios em geral.

Minois conclui que Platão foi ao mesmo tempo o precursor da perseguição e repressão aos ateus, da intolerância religiosa e do campo de concentração.


Ateísmo é a evolução lógica da religião, diz Richard Dawkins

Ateísmo mundial se expande e enfrenta maior discriminação

Ateísmo significa libertação do medo do sobrenatural



Crescimento do ateísmo no Brasil preocupa Igreja Católica

A responsabilidade dos comentários é de seus autores.

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Vicente e Soraya falam do peso que é ter o nome Abdelmassih

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Limpem a boca para falar do Drauzio Varella, cristãos hipócritas!

Varella presta serviço que nenhum médico cristão quer fazer LUÍS CARLOS BALREIRA / opinião Eu meto o pau na Rede Globo desde o começo da década de 1990, quando tinha uma página dominical inteira no "Diário do Amazonas", em Manaus/AM. Sempre me declarei radicalmente a favor da pena de morte para estupradores, assassinos, pedófilos, etc. A maioria dos formadores de opinião covardes da grande mídia não toca na pena de morte, não discutem, nada. Os entrevistados de Sikera Júnior e Augusto Nunes, o povo cristão da rua, também não perdoam o transexual que Drauzio, um ateu, abraçou . Então que tipo de país de maioria cristã, tão propalada por Bolsonaro, é este. Bolsonaro é paradoxal porque fala que Jesus perdoa qualquer crime, base haver arrependimento Drauzio Varella é um médico e é ateu e parece ser muito mais cristão do que aqueles dois hipócritas.  Drauzio passou a vida toda cuidando de monstros. Eu jamais faria isso, porque sou ateu e a favor da pena de mor...

Feliciano manda prender rapaz que o chamou de racista

Marcelo Pereira  foi colocado para fora pela polícia legislativa Na sessão de hoje da Comissão de Direitos Humanos e Minoria, o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na foto, mandou a polícia legislativa prender um manifestante por tê-lo chamado de racista sob a alegação de ter havido calúnia. Feliciano apontou o dedo para um rapaz: “Aquele senhor de barba, chama a segurança. Ele me chamou de racista. Racismo é crime. Ele vai sair preso daqui”. Marcelo Régis Pereira, o manifestante, protestou: “Isso [a detenção] é porque sou negro. Eu sou negro”. Depois que Pereira foi retirado da sala, Feliciano disse aos manifestantes: “Podem espernear, fui eleito com o voto do povo”. O deputado não conseguiu dar prosseguimento à sessão por causa dos apitos e das palavras de ordem cos manifestantes, como “Não, não me representa, não”; “Não respeita negros, não respeita homossexuais, não respeita mulheres, não vou te respeitar não”. Jovens evangélicos manifestaram apoio ao ...

Prefeito de São Paulo veta a lei que criou o Dia do Orgulho Heterossexual

Kassab inicialmente disse que lei não era homofóbica

Físico afirma que cientistas só podem pensar na existência de Deus como hipótese

Deputado gay é ameaçado de morte no Twitter por supostos evangélicos

Resposta do deputado Jean Wyllys O militante gay e deputado Jean Wyllys (PSOL) recebeu hoje (18) pelo Twitter três ameaças de morte de supostos evangélicos. Diz uma delas: "É por ofender a bondade de Deus que você deve morrer". Outra: "Cuidado ao sair de casa, você pode não voltar". A terceira: “"A morte chega, você não tarda por esperar".  O deputado acredita que as ameaças tenham partido de fanáticos religiosos. “Esses religiosos homofóbicos, fundamentalistas, racistas e enganadores de pobres pensam que me assustam com ameaças de morte!”, escreveu ele no Twitter. Wyllys responsabilizou os pastores por essas “pessoas doentes” porque “eles as conduzem demonizando minorias”. Informou que vai acionar as autoridades para que os autores da ameaça seja penalizados. Escreveu: "Vou recorrer à Justiça toda vez que alguém disseminar o ódio racista, misógino e homofóbico no Twitter, mesmo que seja em nome de seu deus". Defensor da união civi...

Drauzio Varella afirma por que ateus despertam a ira de religiosos

Promotor nega ter se apaixonado por Suzane, mas foi suspenso

Gonçalves, hoje com 45 anos, e Suzane quando foi presa, 23 No dia 15 de janeiro de 2007, o promotor Eliseu José Berardo Gonçalves (foto), 45, em seu gabinete no Ministério Público em Ribeirão Preto e ao som de músicas românticas de João Gilberto, disse a Suzane Louise Freifrau von Richthofen (foto), 27, estar apaixonado por ela. Essa é a versão dela. Condenada a 38 anos de prisão pela morte de seus pais em outubro de 2002, a moça foi levada até lá para relatar supostas ameaças de detentas do presídio da cidade. Depois daquele encontro com o promotor, ela contou para uma juíza ter sido cortejadar.  Gonçalves, que é casado, negou com veemência: “Não me apaixonei por ela”. Aparentemente, Gonçalves não conseguiu convencer sequer o Ministério Público, porque foi suspenso 22 dias de suas atividades por “conduta inadequada” e por também por ter dispensado uma testemunha importante em outro caso. Ele não receberá o salário correspondente a esse período. O Fantástico de ontem apre...

Cinco deuses filhos de virgens morreram e ressuscitam. E nenhum deles é Jesus