Pular para o conteúdo principal

Papa foi imoral ao impor sua crença, diz mãe de Brittany

Debbie defendeu o direito de sua filha
 Brittany de ter morte com dignidade
Debbie Ziegler (na foto à esquerda), mãe da americana Brittany Maynard (foto), que no dia 1º de novembro se submeteu a um suicídio assistido por estar com câncer terminar, criticou duramente o papa Francisco por ter considerado a morte como “repreensível” e “pecado contra Deus”.

“Censurar uma escolha pessoal como repreensível porque ela não vai de acordo com a crença de outra pessoa é imoral”, escreveu Debbie em uma carta que foi divulgada pela ong Compassion & Choices (Compaixão e Escolhas), que luta pelo direito à morte com dignidade.

Brittany tinha 29 anos e sofria de tumor no cérebro. Ela teria, no máximo, seis meses de vida com muito sofrimento.

Na carta, Debbie escreveu que só mesmo quem não conhecia Brittany, quem não conviveu com ela, poderia tê-la como “repreensível”.

Ela afirmou que, como professora, reserva a palavra “repreensível” para os tirânicos e pedófilos.

“A escolha de minha filha por morrer gentilmente em invés de sofrer uma degradação física e mental e dores intensas não merece ser classificada como repreensível por estranhos em um continente distante, que não sabem das particularidades da situação”, afirmou.

Segue a íntegra da carta

Eu sou a mãe de Brittany Maynard. Estou escrevendo em resposta a uma variedade de comentários feitos na imprensa escrita e online por indivíduos e instituições que tentaram impor o seu sistema de crença pessoal sobre o que Brittany e a nossa família consideramos ser uma questão de direitos humanos.

A imposição de uma "crença" em uma questão de direitos humanos está errada. Censurar uma escolha pessoal como repreensível, porque não está em conformidade com a crença de outra pessoa, é imoral. A escolha de minha filha de vinte e nove anos de idade de morrer calmamente em vez de sofrer uma degradação física e mental, além de dor intensa, não merece ser rotulada como repreensível por estranhos que estão a um continente de distância, que não a conhecem ou sabem das particularidades de sua situação.

Repreensível é uma palavra dura. Significa: "muito ruim; que merece censura". Repreensível é uma palavra que usava quando era professora para descrever as ações de Hitler, outros tiranos políticos e a exploração de crianças por pedófilos. Como mãe de Brittany Maynard, acho difícil de acreditar que alguém que a conheceu jamais selecionasse essa palavra para descrever suas ações. Brittany era uma doadora. Ela era uma voluntária. Ela era uma professora. Ela era uma advogada. Ela trabalhou para fazer do mundo um lugar melhor para se viver.

Essa palavra foi usada publicamente em um momento em que a minha família estava ainda sofrendo. De luto. Essa forte crítica pública de pessoas que você não conhece, nunca conheci - é mais do que um tapa na cara. É como nos chutar enquanto lutamos para respirar.

As pessoas e as instituições que sentem ter o direito de julgar as escolhas de Brittany podem me ferir e causar-me uma dor indizível, mas elas não me dissuadem de apoiar a escolha de minha filha. Atualmente, existe grande confusão e arrogância no caminho dos americanos que desejam terminar suas vidas suavemente. Exorto aos americanos a pensar por si mesmos. Deixe claro seus desejos enquanto você ainda tem essa capacidade. Certifique-se de que tenha todas as opções enunciadas se você for diagnosticado uma doença dolorosa, debilitante e incurável. Faça sua própria pesquisa. Peça à sua família para investigar e enfrentar a dura realidade com você. Peça a seu médico para ser brutalmente honesto com você. Então, faça a sua escolha pessoal sobre como você pretende prosseguir. É a SUA escolha.

A "cultura da cura" tem levado a uma crença de conto de fadas de que os médicos podem sempre corrigir nossos problemas. Perdemos de vista a realidade. Toda a vida termina. A morte não é necessariamente o inimigo em todos os casos. Às vezes, uma morte suave é um presente. Médicos equivocados, pegos em uma crença aspiracional de que eles devem prolongar a vida, seja qual for o custo, causam sofrimento desnecessário aos indivíduos e às famílias. Brittany levantou-se contra os "bullies". Ela sempre pensou que ninguém tinha o direito de lhe dizer quanto tempo deveria sofrer. Para o doente terminal, o direito de morrer é uma questão de direitos humanos. Puro e simples.


Debbie Ziegler
Mãe de Brittany

Com informação das agências e foto de divulgação.





Livro de Hitchens é exemplo de como um ateu enfrenta a morte
fevereiro de 2013


Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Vicente e Soraya falam do peso que é ter o nome Abdelmassih

Limpem a boca para falar do Drauzio Varella, cristãos hipócritas!

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Físico afirma que cientistas só podem pensar na existência de Deus como hipótese

Prefeito de São Paulo veta a lei que criou o Dia do Orgulho Heterossexual

Kassab inicialmente disse que lei não era homofóbica

Em vídeo, Malafaia pede voto para Serra e critica Universal e Lula

Malafaia disse que Lula está fazendo papel de "cabo eleitoral ridículo" A seis dias das eleições, o pastor Silas Malafaia (foto), da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, gravou um vídeo de 8 minutos [ver abaixo] pedindo votos para o candidato à prefeitura de São Paulo José Serra (PSDB) e criticou a Igreja Universal e o ex-presidente José Inácio Lula da Silva. Malafaia começou criticando o preconceito que, segundo ele, existe contra pastor que emite opinião sobre política, o mesmo não ocorrendo com outros cidadãos, como operários, sindicalistas, médicos e filósofos. O que não pode, afirmou, é a Igreja, como instituição, se posicionar politicamente. “A Igreja é de Jesus.” Ele falou que tinha de se manifestar agora porque quem for para o segundo turno, se José Serra ou se Fernando Haddad, é quase certeza que será eleito, porque Celso Russomanno está caindo nas pesquisas por causa do apoio que tem recebido da Igreja Universal. Afirmou que apoia Serra na expectativa de...

Deputado gay é ameaçado de morte no Twitter por supostos evangélicos

Resposta do deputado Jean Wyllys O militante gay e deputado Jean Wyllys (PSOL) recebeu hoje (18) pelo Twitter três ameaças de morte de supostos evangélicos. Diz uma delas: "É por ofender a bondade de Deus que você deve morrer". Outra: "Cuidado ao sair de casa, você pode não voltar". A terceira: “"A morte chega, você não tarda por esperar".  O deputado acredita que as ameaças tenham partido de fanáticos religiosos. “Esses religiosos homofóbicos, fundamentalistas, racistas e enganadores de pobres pensam que me assustam com ameaças de morte!”, escreveu ele no Twitter. Wyllys responsabilizou os pastores por essas “pessoas doentes” porque “eles as conduzem demonizando minorias”. Informou que vai acionar as autoridades para que os autores da ameaça seja penalizados. Escreveu: "Vou recorrer à Justiça toda vez que alguém disseminar o ódio racista, misógino e homofóbico no Twitter, mesmo que seja em nome de seu deus". Defensor da união civi...

Promotor nega ter se apaixonado por Suzane, mas foi suspenso

Gonçalves, hoje com 45 anos, e Suzane quando foi presa, 23 No dia 15 de janeiro de 2007, o promotor Eliseu José Berardo Gonçalves (foto), 45, em seu gabinete no Ministério Público em Ribeirão Preto e ao som de músicas românticas de João Gilberto, disse a Suzane Louise Freifrau von Richthofen (foto), 27, estar apaixonado por ela. Essa é a versão dela. Condenada a 38 anos de prisão pela morte de seus pais em outubro de 2002, a moça foi levada até lá para relatar supostas ameaças de detentas do presídio da cidade. Depois daquele encontro com o promotor, ela contou para uma juíza ter sido cortejadar.  Gonçalves, que é casado, negou com veemência: “Não me apaixonei por ela”. Aparentemente, Gonçalves não conseguiu convencer sequer o Ministério Público, porque foi suspenso 22 dias de suas atividades por “conduta inadequada” e por também por ter dispensado uma testemunha importante em outro caso. Ele não receberá o salário correspondente a esse período. O Fantástico de ontem apre...

Malafaia diz que vai ‘arrebentar’ candidatura do petista

Malafaia afirmou que não vai dar moleza para o candidato do PT O pastor Silas Malafaia (foto), da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, do Rio, afirmou que vai se envolver na campanha do segundo turno das eleições municipais de São Paulo com o propósito de “arrebentar” a candidatura do petista Fernando Haddad por ter sido o mentor do chamado “kit gay” quando foi titular do Ministério da Educação. "Haddad já está marcado pelos evangélicos como o candidato do 'kit gay'”, disse. “Não vamos dar moleza para ele." Ao final do primeiro turno, quando Haddad começou a subir nas pesquisas de intenção de votos, o pastor gravou um vídeo manifestando apoio ao tucano José Serra. Nos próximos dias, Malafaia divulgará outro vídeo com ataques direitos ao petista. No Twitter, ele pede voto para “Serra 45” contra “Haddad, autor do kit gay”. O pastor teve encontro ontem em São Paulo com Serra, que agradeceu o apoio. Também participou do encontro o pastor Jabes de Alencar...

Feliciano manda prender rapaz que o chamou de racista

Marcelo Pereira  foi colocado para fora pela polícia legislativa Na sessão de hoje da Comissão de Direitos Humanos e Minoria, o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na foto, mandou a polícia legislativa prender um manifestante por tê-lo chamado de racista sob a alegação de ter havido calúnia. Feliciano apontou o dedo para um rapaz: “Aquele senhor de barba, chama a segurança. Ele me chamou de racista. Racismo é crime. Ele vai sair preso daqui”. Marcelo Régis Pereira, o manifestante, protestou: “Isso [a detenção] é porque sou negro. Eu sou negro”. Depois que Pereira foi retirado da sala, Feliciano disse aos manifestantes: “Podem espernear, fui eleito com o voto do povo”. O deputado não conseguiu dar prosseguimento à sessão por causa dos apitos e das palavras de ordem cos manifestantes, como “Não, não me representa, não”; “Não respeita negros, não respeita homossexuais, não respeita mulheres, não vou te respeitar não”. Jovens evangélicos manifestaram apoio ao ...