Pular para o conteúdo principal

Ministra ameaçou retirar da Igreja tutela do Cristo Redentor

Igreja Católica acredita ser proprietária não só
da imagem como também da paisagem carioca
A ministra Marta Suplicy, da Cultura, ameaçou retirar da Igreja Católica a tutela do Cristo Redentor após a Cúria Metropolitana do Rio censurar trecho de curta de José Padilha.

No curta “Inútil Paisagem”, um dos dez que compõem o longa “Rio, eu te amo”, o personagem interpretado por Wagner Moura, durante um voo de asa-delta, reclama de Cristo sobre a violência da cidade da qual ele deveria ser o protetor. Na falta de uma resposta, o personagem dá uma banana para o Cristo.

Na avaliação da Cúria, o filme continha cenas “consideradas ofensivas à imagem do Cristo e, consequentemente, à casa dos católicos”.

Posteriormente, a Cúria desistiu da censura, admitindo que o filme não teve um enfoque religioso de desrespeito no trato à imagem do Cristo.

Sabe-se agora, de acordo com “O Globo”, que o recuo da Igreja Católica se deve ao recado de Marta Suplicy de que já estaria pronto um decreto presidencial para retirar a tutela da imagem da Cúria.

Antes, o prefeito Eduardo Paes (PMDB), do Rio, já tinha pressionado o cardeal Orani Tempesta, da Cúria, para liberar o Cristo Redentor filmado por Padilha.

O monumento se encontra em uma área cedida à Igreja na década de 1930, mas o acesso ao Cristo se dá pelo Parque Nacional da Tijuca, da União e administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.

Padilha teve de reeditar às pressas o curta para incluir o trecho da conversa do personagem com o Cristo Redentor. Ele tinha dito não estar disposto recorrer à Justiça, para não perder tempo e dinheiro.

Antes do recuo da Cúria, Padilha, em artigo para Folha de S.Paulo, questionou: “Será que faz sentido a lei permitir que uma organização religiosa controle a imagem de um monumento que se situa em um local proeminente na paisagem do Rio de Janeiro e que é considerado um símbolo da cidade?”.

Continuou: “Aceitar que qualquer filmagem, fotografia ou representação gráfica do Cristo Redentor precise de autorização da cúria é dar à Igreja Católica o controle sobre a imagem de boa parte da paisagem carioca. Qualquer tomada aérea acima do Sumaré que enfoque a Lagoa ou a baía de Guanabara mostra o Cristo”.

Padilha ressaltou que o Brasil é um país laico. “Se a estátua do Cristo Redentor deve ser entendida como um objeto religioso privado, que não pode ser reproduzido livremente para todos nós, então imagino que ela deva ser tratada como um outdoor, uma propaganda de uma organização religiosa. Neste caso, talvez o Rio devesse cobrar pelo uso comercial do seu espaço...”

Com informação do "Globo", "Folha" e outras fontes.




Para Bellotto, Cristo Redentor parece não ter religião
janeiro de 2014


Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Mulher morre na Irlanda porque médicos se negam a fazer aborto

da BBC Brasil Agonizando, Savita aceitou perder o bebê, disse o marido  Uma mulher morreu em um hospital [católico] da Irlanda após ter seu pedido de aborto recusado pelos médicos. A gravidez de Savita Halappanavar (foto), de 31 anos, tinha passado dos quatro meses e ela pediu várias vezes aos funcionários do Hospital da Universidade de Galway para que o aborto fosse realizado, pois sentia dores fortes nas costas e já apresentava sintomas de um aborto espontâneo, quando a mãe perde a criança de forma natural. Mas, de acordo com declarações do marido de Savita, Praveen Halappanavar, os funcionários do hospital disseram que não poderiam fazer o procedimento justificando "enquanto houvesse batimento cardíaco do feto" o aborto não era possível. O aborto é ilegal na Irlanda a não ser em casos de risco real para a vida da mãe. O procedimento é tradicionalmente um assunto muito delicado no país cuja maioria da população é católica. O que o inquérito aberto pelo gover...

BC muda cédulas do real, mas mantém 'Deus seja Louvado'

Louvação fere o Estado laico determinado pela Constituição  O Banco Central alterou as cédulas de R$ 10 e R$ 20, “limpou” o visual e acrescentou elementos de segurança, mas manteve a expressão inconstitucional “Deus seja Louvado”.  As novas cédulas, que fazem parte da segunda família do real, começaram a entrar em circulação no dia 23. Desde 2011, o Ministério Público Federal em São Paulo está pedindo ao Banco Central a retirada da frase das cédulas, porque ela é inconstitucional. A laicidade determinada pela Constituição de 1988 impede que o Estado abone qualquer tipo de mensagem religiosa. No governo, quanto à responsabilidade pela manutenção da frase, há um empurra-empurra. O Banco Central afirma que a questão é da alçada do CMN (Conselho Monetário Nacional), e este, composto por um colegiado, não se manifesta. Em junho deste ano, o ministro Marco Aurélio, do STF (Supremo Tribunal Federal), disse que a referência a Deus no dinheiro é inconcebível em um Estado mode...

Cinco deuses filhos de virgens morreram e ressuscitam. E nenhum deles é Jesus

Fundamentalismo de Feliciano é ‘opinião pessoal’, diz jornalista

Sheherazade não disse quais seriam as 'opiniões não pessoais' do deputado Rachel Sheherazade (foto), apresentadora do telejornal SBT Brasil, destacou na quarta-feira (20) que as afirmações de Marco Feliciano tidas como homofóbicas e racistas são apenas “opiniões pessoais”, o que pareceu ser, da parte da jornalista,  uma tentativa de atenuar o fundamentalismo cristão do pastor e deputado. Ficou subentendido, no comentário, que Feliciano tem também “opiniões não pessoais”, e seriam essas, e não aquelas, que valem quando o deputado preside a Comissão de Direitos Humanos e Minorias, da Câmara. Se assim for, Sheherazade deveria ter citado algumas das opiniões “não pessoais” do pastor-deputado, porque ninguém as conhece e seria interessante saber o que esse “outro” Feliciano pensa, por exemplo, do casamento gay. Em referência às críticas que Feliciano vem recebendo, ela disse que “não se pode confundir o pastor com o parlamentar”. A jornalista deveria mandar esse recado...

Livros citados neste site

Mais contradições bíblicas: vire a outra face aos seus inimigos e olho por olho e dente por dente

Crânio de 20 milhões de anos registra começo da evolução do cérebro

Adventistas vão intensificar divulgação do criacionismo

Consórcio vai investir em pesquisa na área criacionista A Igreja Adventista do Sétimo Dia anunciou o lançamento de um consórcio para intensificar a divulgação do criacionismo no Brasil e em outros países sul-americanos. Na quinta-feira (13), em Brasília, entidades como Sociedade Criacionista Brasileira, Núcleo de Estudos das Origens e Museu de Geociências das Faculdades Adventistas da Bahia assinaram um protocolo para dar mais destaque à pesquisa criacionista e às publicações sobre o tema. Os adventistas informaram que o consórcio vai produzir vídeos para adolescentes e jovens explicando a criação e como ocorreu o dilúvio e um plano piloto de capacitação de professores. O professor Edgard Luz, da Rede de Educação Adventistas para oitos países sul-americanos, disse que o lançamento do consórcio é um “passo muito importante”, porque “o criacionismo está ligado à primeira mensagem angélica da Bíblia”. Com informação do site da Igreja Adventista . Colégio adventista de ...

Arcebispo defende permanência de ‘Deus’ em notas do real

Dom Scherer diz que descrentes não deveriam se importar   Dom Odilo Scherer (foto), arcebispo metropolitano de São Paulo, criticou a ação que o MPF (Ministério Público Federal) enviou à Justiça Federal solicitando a determinação no sentido de que a expressão “Deus seja louvado” deixe de constar nas cédulas do real. Em nota, Scherer disse: "Questiono por que se deveria tirar a referência a Deus nas notas de real. Qual seria o problema se as notas continuassem com essa alusão a Deus?" Argumentou que, “para quem não crê em Deus, ter ou não ter essa referência não deveria fazer diferença. E, para quem crê em Deus, isso significa algo”. O promotor Jefferson Aparecido Dias, autor da ação, defendeu a supressão da expressão porque o Estado brasileiro é laico e, por isso, não pode ter envolvimento com nenhuma religião, mesmo as cristãs, que são professadas pela maioria da população. Scherer, em sua nota, não fez menção ao Estado laico, que está previsto na Constituição. E...