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Bispo afirma que ateísmo é hoje 'um sentimento contagioso’

Sacerdote está inquieto ao
ver tantos ateus por perto
O bispo espanhol Agustín Cortés está preocupado com o fenômeno (difuso, segundo ele) do crescimento do número de ateus.

Para ele, trata-se “mais de um sentimento que se contagia do que uma ideia bem fundamentada”. A palavra “contagia”, nesse contexto, sugere que o ateísmo seja algo ruim, como uma doença transmissível.

O bispo quis dizer, em outros termos, que a descrença virou moda, e seus adeptos nem sequer sabem distinguir a diferença entre ateísmo e agnosticismo.

Em um artigo que tem sido reproduzido por sites católicos de todo o mundo, Cortés flerta com o preconceito contra ateus ao escrever que as pessoas como mais de 50 anos, como ele, “se inquietam ao ver [...] que sejam tantos e tão próximos da nossa vida os que afirmam não crer , não ‘precisar’ de Deus ou não considerá-lo ‘revelante’no mundo".

Cortés é bispo da cidade espanhola de Sant Feliu de Llobregat, na província de Barcelona, comunidade autônoma da Catalunha.

Ele escreveu que, enquanto há cada vez mais pessoas que se declaram ateias, “são raros os que se confessam crentes com espontaneidade”.

Afirmou que o mundo está ficando “vazio de Deus”

"Um perigo maior se aproxima da Igreja, sem fazer barulho: o perigo de um tempo, de um mundo no qual Deus já não será negado, mas excluído [...].”


Íntegra do artigo do bispo
"Mundo está ficando vazio de Deus"

Agustín Cortés
Bispo Cortés afirmou temer  que
 Deus seja abolido da sociedade
Há 50 anos, eram raros os que se confessavam ateus e, em geral, não o manifestavam abertamente. Hoje, isso é mais comum, e são raros os que se confessam crentes com espontaneidade.

Os que viveram mais de 50 anos não se surpreendem tanto pelo fato da descrença ou do agnosticismo em si, mas se inquietam ao ver sua generalização e proximidade, ou seja, que sejam tantos e tão próximos da nossa vida os que afirmam não crer, não "precisar" de Deus ou não considerá-lo "relevante" no mundo.

É difícil hoje entender bem o que uma pessoa quer dizer quando afirma "eu não acredito em Deus", ou "sou agnóstico". Em geral, nem ela consegue explicar exatamente. Este é um fenômeno um tanto difuso, que obedece mais a um sentimento que se contagia do que a uma ideia bem fundamentada.

De qualquer maneira, as pesquisas e os fatos, como a relevância das crenças religiosas em determinados fenômenos sociais, demonstram que o fator religioso é atual. Mas o que significa esta atualidade do religioso?

No que diz respeito ao nosso mundo ocidental, "cristão" por tradição, há alguns que detectam um processo rumo à descrença real, ainda que às vezes motivada pela boa vontade.

Um representante da alta hierarquia da Igreja comentou, não sem certa ironia, em uma assembleia, que antigamente era mais comum ouvir a opinião de que se acreditava em Jesus, mas não na Igreja. Depois, dizia, ouvimos que Jesus Cristo, tal como aparece no Novo Testamento, não se sustentava, mas que era verossímil crer em Deus, como faz a maioria dos seres humanos.

Mais tarde, generalizou-se, inclusive na linguagem oficial e em ambientes culturais, a opinião de que não se pode falar de um único Deus, mas de todos os produzidos pelas diversas tradições religiosas, ou pelo menos de um sóDeus, mas não definido e conhecido, e sim como um ser muito além de toda linguagem e conhecimento humanos, sobre quem todas as religiões chegariam a um consenso. Como consequência, o seguinte passo foi considerar melhor não falar de Deus, mas de "transcendência". Mais ainda: melhor não falar de "transcendência", mas de "espiritualidade"...

Seja como for, o fato é que hoje podemos falar de um mundo vazio de Deus. Há mais de 40 anos, uma cristã absolutamente comprometida no âmbito social, Madeleine Delbrêl, em seu livro "Nós, gente do povo", lamentava este vazio:

"Um perigo maior se aproxima da Igreja, sem fazer barulho: o perigo de um tempo, de um mundo no qual Deus já não será negado, mas excluído, o qual será impensável (porque teremos mutilado o modo de conhecimento de Deus); desejaremos gritar seu nome, mas não poderemos lançar este grito, porque já não teremos um lugar onde colocar os pés. 

Esta atitude, seja agressiva, indiferente ou intolerante com relação a Deus, tem em todos os lugares um caráter comum: a rejeição de um Deus criador que situa o mundo em sua condição de criatura. O mundo parece esvaziar-se por dentro, em primeiro lugar de Deus, depois, do Filho de Deus, e depois, do que Ele comunica de divino à sua Igreja. Em geral, o que afunda por último é a superfície, e é por isso que tudo nos parece uma ilusão."

Isso parecia uma profecia, mas hoje o que parecia ser ilusão se tornou realidade. Porém, este mundo continua tendo traços de Deus e não deixamos de amá-lo. A fé que salva continua sendo possível.

Com transcrição do site Aleteia.





Suíça vai 'expulsar' de seu hino as referências a Deus
agosto de 2013

Ateísmo


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