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Análise de censo católico nega avanço do secularismo no Brasil

Média do crescimento anual das paróquias
A criação de dioceses e paróquias e o aumento no número de padres e de diáconos mostram uma expansão da Igreja Católica, refutando, assim, as pesquisas que sugerem o avanço do secularismo e ateísmo no Brasil. Essa é a análise que o sociólogo e padre José Carlos Pereira faz do censo de 2010 da Igreja Católica cujos dados acabam de ser divulgados.

O censo foi feito pelo Ceris (Centro de Estatísticas e Religiosas e Investigações Sociais), que é um instituto ligado à CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).

Pelos dados colhidos pelo Ceris, o número de paróquias cresceu de 10.218 em 2008 para 10.720 em  2010, com o acréscimo, portanto, de 4,91%.  Na comparação entre os mesmos períodos, o número de sacerdotes (brasileiros e estrangeiros) cresceu 7,58% (de 20.561 para 22.119).

Pereira disse não ter elementos para concluir se o aumento de paróquias se deve ao crescimento no número de fiéis ou se os fiéis evoluíram por causa da expansão na quantidade de paróquias.

De qualquer forma, segundo ele, esses e outros números do censo da Igreja Católica mostram que “os teóricos da secularização” estão errados quando dizem que “a religião está fadada ao fracasso”.

“[...] O catolicismo ainda é a religião da maioria do povo brasileiro, como revelou o último censo do IBGE”, escreveu. “Nem a modernidade e o avanço do pentecostalismo e do ateísmo conseguiram enfraquecer o catolicismo.”

A análise de Pereira se confronta com os dados do Novo Mapa das Religiões, que é um levantamento feito pelo economista Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas.

Por esse mapa, o número de católicos caiu para 68% do total da população no período de 2003 a 2009, em seu mais baixo nível desde 1872. No mesmo período houve expansão de 20,2% na parcela de evangélicos.

O índice de pessoas com menos de 20 anos que dizem não seguir nenhuma religião foi de 9%. Como esse índice cresceu três vezes mais rápido do que entre as pessoas com mais de 50 anos, a conclusão de John L. Allen Jr., do National Catholic Reporter, um site conservador, foi de que o Brasil caminha, sim, para a secularização.

Comentários

Leandro Santiago disse…
O pior é que não duvido que a religiosidade tem aumentado. E este não é um fenômeno só brasileiro, mas global. Não é necessário ser uma Mãe Diná para saber que tempos difíceis estão próximos.
O que é estranho, já que é de se pensar que com o avanço da tecnologia e do conhecimento científico as pessoas fiquem mais informadas sobre a realidade e se prendam menos à crenças irracionais, mas está acontecendo o contraŕio.
Nem me importo quando vejo velhos bastante religiosos. É difícil mudar um comportamento assim.
Mas quando vejo jovens de vinte e tantos anos rezando pra santas, evangelizando, lendo a bíblia aos quatro ventos, fico pensando para onde caminha o Brasil do futuro.
O que parece estar aumentando é o poder de expressão dos grupos minoritários e oprimidos, como ateus e homossexuais, mas nem isso acho ser suficiente para barrar o poder dos novos religiosos.
Anônimo disse…
a religiosidade sempre existiu e existirá, a ciencia e o saber não interfere nisto, pois tem muitos cientistas e sábios religiosos tbm.

agora o fanatismo tem que ser combatido com certeza.

ateu moderado.
Anônimo disse…
kkkkkkkkkk a soberba sempre gritante dos católicos. O avanço do secularismo (diga-se ateísmo) é mais que demonstrável ao redor do mundo, principalmente na Europa.

Quando perceberem, já estarão afundandos.

Mordredis
Anônimo disse…
kkkkkkkkkk a soberba sempre gritante dos católicos. O avanço do secularismo (diga-se ateísmo) é mais que demonstrável ao redor do mundo, principalmente na Europa.

Quando perceberem, já estarão afundandos.

Mordredis


É inegável o avanço do secularismo e o declínio das religiões em geral, mas, por outro lado, quanto mais secularizados os países ficam, menos seus habitantes se reproduzem. É possível que o futuro da humanidade fique na mão de cristãos radicais, do tipo que só fazem sexo para se procriar, e muçulmanos.
Leandro Santiago disse…
@Primeiro anônimo, o problema é que em ambientes onde há muita religiosidade crescente, principalmente por religiões violentas como o Islamismo e o Catolicismo, a tendência à linhas fundamentalistas e violentas é muito alta.

Atualmente temos (na minha opinião) todos os ingredientes para uma revolução de caráter religioso e surgimento de teocracias: alta desiqualdade social, crises econômicas globais, sucesso financeiro de nações teocráticas. Em tempos de crise, não duvido que apareçam salvadores da pátria em vários países em crise.

O Brasil, graças à Hades, está um pouco longe destas crises (nós temos nossa própria crise e parece que estamos acostumados à ela :-)). Mas não penso ser difícil tais movimentos se alastrarem para cá.

A atual pressão dos políticos evangélicos de aumentar o poder desta religião no Estado e nas leis é um sinal de que a coisa está ficando feia.
Leandro Santiago disse…
@Noviço, uma espécie de "Christian Idiocrary"?
Anônimo disse…
Prezados,

Será que o que está havendo é simplesmente um erro metodologico estatistico? Ou seja, o aumento de paroquias mede a adesao dos catolicos, ou seja, catolicos nominais estao se tornando catolicos praticantes. Do mesmo modo, jovens catolicos nominais poderia agora sair do armario e dizer que sao "sem religiao" (embora nesta categoria estejam tambem o pessoal da auto-ajuda e o pessoal da New Age).

Ou seja, as duas estatisticas estariam corretas. Crescem os catolicos praticantes e crescem os catolicos nao praticantes que agora tem coragem de se declarar "sem religiao". Mas deveriamos tomar cuidado de considerar isso como aumento do secularismo (afinal, os catolicos nominais ou cristaos nominais sempre foram seculares na pratica e sempre existiram em grande proporcao dentro do cristianismo). O aumento do secularismo nessa transição cristao nominal para sem religiao nao significa que os cristaos praticantes (catolicos e evangelicos) estejam diminindo de numero, me parece que está ocorrendo o contrário (aumento de religiosos praticantes). Será que essa analise concilia as duas estatisticas?
Felipe... disse…
Ligado a cnbb já explica tudo, e tambem provavelmente nega o crescimento dos evangélicos né?


Estudo tendencioso
Felipe... disse…
Essa é a análise que o sociólogo e padre José Carlos Pereira faz do censo de 2010 da Igreja Católica cujos dados acabam de ser divulgados.


Um padre e um sociólogo da pra confiar?
Anônimo disse…
Noviço, bem observado. Não tinha refletido direito a respeito. Porém, acredito que outros fatores intevém.

Acho que a internet será o principal fator p'ra derrubar a religiosidade, pelo grande alcance do conhecimento. Acho que agora, não tem volta. Mesmo eles tendo mais filhos, seus filhos terão cada vez mais melhor acesso às informações seculares e refletirão mais sobre as crenças de seus pais. A tradição é barrada pelo avanço do conhecimento.

Mordredis
Anônimo disse…
Desculpe os erros de português. Escrevi correndo. rsrsr

Mordredis.
Anônimo disse…
[quanto mais secularizados os países ficam, menos seus habitantes se reproduzem. É possível que o futuro da humanidade fique na mão de cristãos radicais, do tipo que só fazem sexo para se procriar, e muçulmanos.]

Ateus não fazem filhos?

Talvez um mundo menos populoso seja até melhor, gasta menos recursos naturais sobra mais para todos.

Um mundo lotado de miseráveis não acho que seja um bom futuro para a humanidade.

Não acho que "Crescer e multiplicar" e viver na miséria com filhos sem nenhum futuro seja uma coisa boa!

Gente é igual micose e já está acabando com o planeta.
O Brasil não quer evoluir mesmo. Previsível.
Cláudio disse…
Se ela fizesse um posto de desbatismo em cada Igreja iria ver o quanto eu tô afim de ser classificado como católico ainda.
Anônimo disse…
Modredis, como estamos falando de futuro, então não há certeza, mas imagino que as taxas de crescimento populacional negativas nos países secularizados poderão causar um forte impacto negativo naquelas sociedades, podendo-se criar argumentos (darwinísticos inclusive) contra o secularismo e a favor da religião.
Leandro Santiago disse…
@Noviço, já assitiu o filme Idiocracy? :-)
Anônimo disse…
Erro de estatística. As estatísticas medem porcentagem não números absolutos. Por exemplo a população brasileira em 1970 era de aproximadamente 70 milhões de habitantes, com mais de 90% de católicos (algo em torno de 63 milhões de católicos). Hoje o Brasil tem quase 200 milhões de habitantes com 64% de católicos (cerca de 130 milhões). Então numericamente existem mais católicos hoje do que na década de 70, mas eles correspondem proporcionalmente menos do que antes.
Por isso, o aumento do número de paróquias não significa que haja, proporcionalmente, mais católicos. Tem mais numericamente, mas não proporcionalmente.
Anônimo disse…
Vi em uma reportagem da national que em paises de populaçao predominantemente budista a qualidade de vida é melhor, mesmo que alguns desses paises sejam pobres. O problema não é religião....
Anônimo disse…
Leandro Santiago, não assisti
Anônimo disse…
Citação de Noviço:
É inegável o avanço do secularismo e o declínio das religiões em geral, mas, por outro lado, quanto mais secularizados os países ficam, menos seus habitantes se reproduzem. É possível que o futuro da humanidade fique na mão de cristãos radicais, do tipo que só fazem sexo para se procriar, e muçulmanos.

Vai promover crescimento de política natalista é?

Só um sith fala desse jeito. Sempre soubemos que era comum que a moral católica estivesse no seu dêvido lugar, com certeza junto de outros seres estranhos e nojentos.
Igor disse…
Não sei se alguém notou, mas a análise é falsa – assim como a conclusão do padre. Foi falácia non-sequitur puríssima:

1. Houve aumento das paróquias;
2. Houve aumento de sacerdotes;
3. Logo, houve aumento do número de fiéis.

A conclusão não segue as premissas: o aumento das paróquias e o aumento do número de sacerdotes não apresentam elementos para concluir o aumento de fiéis, passo que haveriam outras possibilidades descartadas como a divisão atual do número de fiéis para as novas paróquias, ou até mesmo paróquias vazias ou paróquias para suportar o número de fiéis que já se encontravam na religião no passado.

O que ele conclui é baseado no que ele deseja que seja o resultado (pré-estabelecido), mesmo se opondo a outras estatísticas publicadas. Esse “censo da Igreja Católica” [sic] não tem credibilidade nenhuma, pois além da parcialidade gritante, parece não saber como analisar dados.

Por fim, cabe ressaltar a tática desesperada do padre: ele coloca no mesmo balaio o pentecostalismo (que é uma corrente do cristianismo), o secularismo (que é um princípio adotado pelo Estado e seus membros) e o ateísmo (descrença em divindades e deuses), com a finalidade de “demonizá-los” e reputá-los como fracasso. Só que uma coisa não tem nada a ver com a outra, principalmente o secularismo que é intimamente ligado a laicidade e a democracia – e em nada está ligado ao ateísmo ou ao pentecostalismo. Está cada vez mais claro a política da Igreja Católica Apostólica Romana contra a laicidade, o secularismo e a democracia, assim como a investida contra outras crenças, descrenças e religiões!
Anônimo disse…
Igor, o catolicismo no Brasil, embora tenha sido religião oficial/predominante, sempre careceu de infra-estrutura (igrejas, seminários e afins) e de padres. Portanto, ainda há muitas paróquias a serem construídas que não ficarão vazias, mesmo com o declínio de fiéis.

Quanto ao aumento de sacerdotes, pode até ser que esteja subindo, mas a maior evasão de padres da história foi fruto do concílio vaticano II, iniciativa das altas cúpulas de Roma.
Igor disse…
Noviço,

A possibilidade de haver paróquias vazias coloquei como exemplo de possibilidade descartada de plano pelo padre, pois ela não foi nem cogitada e analisada. Seria somente uma hipótese legítima a ser analisada, não sendo necessariamente verdadeira. Não estou afirmando isso, mas somente demonstrando a falácia do padre.

Quanto ao aumento do número de sacerdotes, isso a pesquisa apresenta dados (aumento de 7,58%)
Igor disse…
Falando em Concílio Vaticano II, grande parte das políticas contra a laicidade atualmente são advindas deste.
Anônimo disse…
O fato é que é muito difícil forjar a laicidade do Estado em um país infestado de parasitas e sanguessugas da religião.
Não consigo enxergar aumento de secularismo em lugar nenhum.
Anônimo disse…
tá bom José Geraldo Govea vá a rua pegue 100 pessoas e pergunte quantas delas são atéias daqui uns 5 ou 6 anos faça a mesma coisa,hoje você vai encontrar umas 10 ou 12 ateus daqui uns 5 anos serão 20 ou 25! tái a prova do secularismo,que fazem do ateísmo a quarta maior "religião" das Américas
Arthur disse…
Noviço vou explicar mais uma vez pela enésima vez,essa lenda que os países ateus desaparecem é a maior mentira,segundo as taxas de natividade atuais se continuarem assim o Brasil (que é católico)some em 5000,os E.U.A (que é protestante) acaba em 3500,e o Macau (que também é católico) somirá no próximo século,e eu vou repitir oque todos já sabem,a União Soviética não foi e não é considerado um país como o próprio nome diz,é uma união de federações e não um país "sólido"
Anônimo disse…
Arthur, o Brasil, embora "católico" é cada dia mais secularizado. De facto pode parecer que a religião avança, de vez em quando aparece um núcleo de alguma resistência, há uma polêmica ou outra no congresso, uns ateus esperneando por conta de umas imagens etc, mas no fundo, ninguém está mais nem aí para religião no Brasil. Paróquia virou lugar de churrasco no fim de semana e de divorciados passarem o fim de semana remediando a consciência. Gostemos ou não, o Brasil está se secularizando, mas, evidentemente, não está no mesmo grau da Europa.

No tema: via de regra, os países mais secularizados tem menores taxas de natalidade sim, algumas em níveis alarmantes... Pode ser também um fruto do avanço tecnológico (não é o irmão dos ateus esclarecidos?), vai saber.
Igor disse…
Noviço,

Pelo conceito de secularismo que conheço, o Brasil não está avançando nesse quesito. Secularismo seria o regime que o Estado e seus membros adotam de fazer suas políticas e legislações sem influência de dogmas e conceitos religiosos – inclusive das suas instituições e membros. Partindo disso, e vendo o dia-a-dia, onde a bancada cristã está aumentando cada vez mais, onde governadores instituem ensino religioso católico nos colégios, onde o governador do Acre quer implementar um complexo de liturgia evangélica com dinheiro público, onde todo mês há algum município aprovando alguma lei que determina a colocação de bíblias em locais públicos, ou instituem a reza cristã antes das seções, onde os tribunais e a Administração Pública em geral se recusam a retirar os símbolos religiosos cristãos de suas paredes, onde o ex-presidente assina uma Concordata com privilégios para a Igreja Católica, e os evangélicos correm atrás para aprovar a Lei Geral das Religiões, e até mesmo onde o Papa vem ao Brasil custeado com verba pública para chefes de estado, sendo que ele vai somente cumprir agenda católica, afirmar que há algum avanço do secularismo no Brasil é estar cego para com a realidade.

Ou então você (na verdade, vocês, porque outros comentaristas fizeram no mesmo sentido) está adotando algum outro conceito de secularismo – que, pelo o que eu vejo, seria a definição de ateísmo. Se secularismo for isso, então seria o secularismo uma categoria de descrença do cidadão (e não do Estado).

Por fim, essa coisa que país secular reduz sua taxa de natalidade a níveis alarmantes é mito. A não ser, novamente, que o conceito de secularismo que você está falando seja outro...
Anônimo disse…
Sou ateu, mas me declarei como "católico" - no último censo.
Anônimo disse…
Criaram um instituto próprio para falsear a verdade! Como sempre fizeram né mané!!
Ateu radical.
Arthur disse…
Essa é a ordem natural,noviço,os países mais evoluidos tecnológicamente e mais esclarecidos tendem a ter um processo que na geografia se chama maturecimento,que é menor natividade,o Brasilentrou nesse processo ano passado,mas a Holanda e a Albania são muito ateus e as taxas de natividade estão em 2,5 e 2,1 respectivamente que são as taxas exatas para a troca de população
itzen disse…
Curioso os comentários,desde quando no Brasil o Censo foi sério.A Igreja Catolica sempre foi eficiente em termo de levantamento estatistico e ela não tem o porque dissimular um relatório so para privilegia-la,ao contrario, o censo que mostra aumento de outras crença e diminuição do catolicismo no brasil, nada mais é como uma forma muito usada para persuadir a outros de uma situação que não existe,(muito usado nas guerras).Infelismente eu prefiro viver em um pais de maioria Catolica, onde, se tem liberdade para comentar ou discordar de algo, do que em um pais de maioria muçulmana ou evangelica, cujo fundamentalismo extrapo-la a liberdade.Basta termos a possibilidade desse comentario.Isso vale para os ateus, em todos os paises 100%ateu, não existe liberdade.
Anônimo disse…
1- Ela é capaz sim,ela abafou os caos de pedofilia
2- Não existe país 100% ateu
3- Liberdade é um termo forte,oque acontece é que as pessoas mais esclarecidas,tem maior seno do que fazer na hora de fazer,por isso as leis de países ateus como a Holanda são liberais em alguns termos e duras em outros...
Anônimo disse…
Na minha infância todo mundo era católico e ninguém ia a igreja daí obra de Igreja demorava "decadas".
Hoje tem muitos evangélicos, clima de competiçao, e igrejas cheias (Catolicas e evangélicas) todo mundo ganhando dinheiro. O papa devia agradecer ao bispo Macedo.

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