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Caso norueguês mostra que religião aliada à política amplifica conflitos

por Headbanger Ateu a propósito de

Os escandinavos realmente "sofrem" de identity crisis. Tenho amigos noruegueses, suecos e finlandeses e sei exatamente como é. Eles agem como certos brasileiros fazem ao lidar com argentinos.

A diferença é que eles, muito além de somente futebol, apelam para questões raciais de identidade para ficar insultando-se entre si.

Eles têm o "orgulho" de ser noruegueses, suecos ou finlandeses. Há questão cultural viking, as lendas, mitos, guerras e histórias de cada um deles. Não é difícil vê-los abarcar esses assuntos em suas conversas quotidianas.

Quase sempre notei que eles gostam de justificar o ódio - ainda que de brincadeira - como base para tais coisas. E toda ideologia (principalmente religiosa) é bem-vinda como uma "justificativa".

Acho que o caso de Anders foi só um aperitivo mais extremista do que realmente ocorre na Escandinávia em sentidos culturais.

Há, sim, uma podridão naqueles países. Os argumentos do alto Índice do Desenvolvimento Humano (os noruegueses, que detêm o mais alto desse nível atualmente, são os primeiros a se orgulharem disso), da riqueza e do progresso a todos, da liberdade naqueles países, nunca me enganaram.

E tal podridão está na ferrenha paixão do orgulho racial aquecido por um histórico de guerras, conquistas e tomadas de povos; dos ideais políticos extremistas (que chegam a ser xenófobos, como é o caso de Anders) e, finalmente, do risco da religião como sendo o cerne para esses ideais políticos.

O cristianismo protestante luterano - que é a religião oficial da Noruega e reconhecida oficialmente por Estados laicos escandinavos, sendo um deles a Finlândia - que tem esse caráter de protestar contra outras religiões em nome do autêntico cristianismo deles, é um iminente risco àqueles países. Pois aumentam as chances de atentados políticos-extremistas ligados à religião.

Não há como negar que Anders, apesar de ser um criminoso - e não um cristão criminoso - teve bases religiosas para a sua luta política contrária aos islâmicos que avançam na Europa com também outros interesses religiosos e culturais.

As tentativas de se inocentar a religião nesse caso chegam a ser idiossincráticas em escalas infantis. Porém, trágicas, pois a possibilidade do uso dos ideais do cristianismo (assim como do islamismo ou outra convicção religiosa ou política a exemplo de comunismo) de ser usada como um "errado ideal" é sempre iminente.

"Self-made religion oriunda do secularismo", como usou o autor, é só mais um argumentum ad hominem - muito comum na mídia, principalmente religiosa - para tentar inocentar a religião e ocultar os fatos ligados a ela.

Vivemos tempos em que está cada vez mais evidente que aliar religião e política é algo nocivo e ampliador de conflitos. Há toda uma história que não oculta ou distorce isso. O uso das cegas convicções, dos sonhos exacerbados, dos amores incondicionais a si e ao próximo continua a ser o agravante dos erros pessoais, políticos e religiosos.

Católica afirma que invasão muçulmana na Europa é real.
por Regina Chacon em julho de 2011

por Jean Wyllys em julho de 2011

abril de 2011


Comentários

Não conheço suficientemente os escandinavos para fazer qualquer somentário sobre a sua crise de identidade, mas penso que nem é preciso recorrer ao exemplo escandinavo para “demonstrar” que nada de bom pode derivar do casamento entre o Estado e a Religião, ou de seus filhos, a Política e a Fé.
Regina Chacon disse…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Paulo Lopes disse…
Transformei os comentários da Regina Chacon no post Católica afirma que invasão muçulmana na Europa é real.
Anônimo disse…
Os protestantes querem só o Estado Laico quando o país é de maioria católica ou de outra religião.

Reparem que os países da Escândinávia, tem como religião oficial o luteranismo. A Inglaterra tem como religião oficial o anglicanismo,...

E os protestantes na maior cara-de-pau falam que os país protestantes insentivam o Estado Laico!
Anônimo disse…
Concordo plenamente com esse texto.
Anônimo disse…
O problema de quem não viaja e só conhece o mundo a partir da janela do seu laptop, é éste: transpor quilômetros de mares, somente pelos ares da imaginação fantasiada. E diz o provérbio: livra-te dos males, que eu te livrarei dos ares. Porque dos ares, e da imaginação airosa, não há quem possa se livrar. Em primeiro lugar, o jovem que cometeu os lamentáveis e desastrosos atos terroristas não é protestante, nem o Estado dos países escandinavos é religioso. O fato de persistirem Igrejas Oficiais deve-se ao fato de tais países consistirem em monarquias, e estas comumente são ligadas as Igrejas históricas, no caso nórdico, a Luterana. Porém, o fato de serem monarquias constitucionais, e os Estados serem laicos, impede as religiões e mesmo as Igrejas oficiais de exercerem o monopólio cultural e educacional absurdo, como vemos aqui, em supostas repúblicas separadas de Igrejas e estados ainda não laicos. Em segundo lugar, o fato do rapaz ser aficcionado pelas ordens e sociedades esotéricas, não o qualifica como maçom, templário, rosacruz ou o que quer que seja do gênero. Muitos anencéfalos e mentecaptos locais, brasilianos; também são pios e crédulos devotos das hierárquicas e ocultistas fraternidades de magos, aprendizes de segredos e tradições herméticas; e nem por isso se deve creditar suas atitudes de vândalos ou antisociais, aos supostos conteúdos místicos e esotéricos destas seitas ou irmandades. Quanto à xenofobia, ela não deriva de nenhuma disseminação de nazismo ou eugenia. Os povos escandinavos estão de luto, estão decepcionados com esse ato monstruoso; merecem solidariedade e respeito. A xenofobia européia não só contra muçulmanos, mas contra brasileiros, até portugueses, considerados europeus "primos pobres", marroquinos, argelinos, árabes não muçulmanos, libaneses, e outros como turcos, ciganos...deve-se ao fato de serem candidatos a empregos que por conta da crise nem existem mais. As razões são pois econômicas, não religiosas. É bom ler mais, informar-se, para não disseminar propaganda política perigosa e de má-fé. Mais respeito com os noruegueses, por favor. Um país que possui boas relações comerciais e diplomáticas, sobretudo de intercâmbio cultural e tecnológico com o de vossas senhorias. Como também os árabes, em geral. Não deveis transportar vossas idiossincrasias políticas equivocadas e resquiciais de vosso passado colonizado ao status que pretendeis ocupar agora na vossa inserção ao primeiro mundo. Lede mais, e se não podeis viajar, assisti bons filmes que mostrem a realidade além da midiática, na qual somente vos fiais. ( wellcome, philipe lioret, é um bom filme para instruir-vos na questão).
Anônimo disse…
Paulo, como você enxerga o alto desenvolvimento da Noruega, Suíça, Suécia, Finlândia? Você acha que isto tem algo a ver com o formato de religião que eles adotaram (protestante) ou foi outro fator?
Anônimo disse…
Profecias bíblicas apontam,para um tempo em que a Política se virará contra a religião. Metaforicamente menciona-se uma fera e uma meretriz.A fera representa as organizações políticas e a meretriz a religião.A fera irá devorar a meretriz, comer suas carnes e a fazer devastada e nua e será totalmente destruida no fogo.Irônico Isso, para não dizer trágico...

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