por Gianluca Di Feo e Stefania Maurizi, do La Repubblica
Quando Carla Dal Ponte pediu um encontro com o papa Ratzinger, os cardeais a rejeitaram com decisão. A magistrada pede que acabe "a proteção dos franciscanos de Herzegovina ao criminoso de guerra croata Ante Gotovina, então fugitivo. E protesta: "Gotovina foi recebido por Wojtyla, e vocês negam a audiência a mim". A irrupção de Dal Ponte provocou uma dura nota da Santa Sé à embaixada norte-americana: "Ela foi irritante e mal educada". Mas é verdade que João Paulo II deu audiência ao homem da limpeza étnica croata? "Não sabemos", responde o monsenhor que se ocupa da Bósnia: "Mas se isso ocorreu foi durante uma das audiências de grupo".
Esse é um dos tantos segredos vaticanos revelados pelos telegramas do Wikileaks, aos quais a revista L'Espresso nas bancas neste sábado dedica um dossiê especial de dez páginas. Os documentos do Departamento de Estado reconstroem outros momentos de crise, como a decisiva intervenção da Casa Branca contra a emissora polonesa Rádio Maria e o seu diretor, acusados de discursos antissemitas, sem que depois o Vaticano se movesse para freá-los.
E descrevem os acordos subterrâneos entre os EUA e a Santa Sé, incluindo a operação concordada há um ano nas Nações Unidas para bloquear uma resolução desejada pelos países islâmicos: o representantes de Obama, Díaz, e o do pontífice dividem as tarefas para mobilizar uma frente contrária. Porque, como destaca o relatório de Hillary Clinton, o Vaticano é a única superpotência mundial que tem relações diplomáticas com 177 nações, incluindo aquelas onde os EUA não são apreciados: "Ele pode ser um poderoso aliado ou um inimigo ocasional".
Os telegramas evidenciam como Washington, às vésperas do conclave, não apostou em Ratzinger, considerado muito autoritário, enquanto "os bispos estão cheios de serem tratados como crianças pela Cúria Romana". E, depois das eleições, os EUA temeram que "uma máfia alemã (literalmente) tomasse o posto da máfia polonesa à qual Wojtyla confiou o Vaticano". Mas depois foram tranquilizados pelos cardeais alemães: "Nós acreditamos nas regras, não nas camarilhas".
E, em 2009, até os arquivos defendem que, na política estrangeira, o pontífice bávaro tem "muito mais afinidades com Obama do que com Bush".
Bento XVI é muito distante do papa relutante levado às telas por Nanni Moretti: "Ele se jogou no pontificado – como nos referiu DiNoia – como um peixe na água, e parece que o novo cargo lhe agrada". E é justamente a marcada diferença com Wojtyla que "poderia ser a chave do seu sucesso: a sua habilidade de ser pontífice ao seu modo e ignorar os gigantescos sapatos de pescador que herdou".
Quando Carla Dal Ponte pediu um encontro com o papa Ratzinger, os cardeais a rejeitaram com decisão. A magistrada pede que acabe "a proteção dos franciscanos de Herzegovina ao criminoso de guerra croata Ante Gotovina, então fugitivo. E protesta: "Gotovina foi recebido por Wojtyla, e vocês negam a audiência a mim". A irrupção de Dal Ponte provocou uma dura nota da Santa Sé à embaixada norte-americana: "Ela foi irritante e mal educada". Mas é verdade que João Paulo II deu audiência ao homem da limpeza étnica croata? "Não sabemos", responde o monsenhor que se ocupa da Bósnia: "Mas se isso ocorreu foi durante uma das audiências de grupo".Esse é um dos tantos segredos vaticanos revelados pelos telegramas do Wikileaks, aos quais a revista L'Espresso nas bancas neste sábado dedica um dossiê especial de dez páginas. Os documentos do Departamento de Estado reconstroem outros momentos de crise, como a decisiva intervenção da Casa Branca contra a emissora polonesa Rádio Maria e o seu diretor, acusados de discursos antissemitas, sem que depois o Vaticano se movesse para freá-los.
E descrevem os acordos subterrâneos entre os EUA e a Santa Sé, incluindo a operação concordada há um ano nas Nações Unidas para bloquear uma resolução desejada pelos países islâmicos: o representantes de Obama, Díaz, e o do pontífice dividem as tarefas para mobilizar uma frente contrária. Porque, como destaca o relatório de Hillary Clinton, o Vaticano é a única superpotência mundial que tem relações diplomáticas com 177 nações, incluindo aquelas onde os EUA não são apreciados: "Ele pode ser um poderoso aliado ou um inimigo ocasional".
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EUA acharam que uma
máfia alemã fosse
substituir a polonesa
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E, em 2009, até os arquivos defendem que, na política estrangeira, o pontífice bávaro tem "muito mais afinidades com Obama do que com Bush".
Bento XVI é muito distante do papa relutante levado às telas por Nanni Moretti: "Ele se jogou no pontificado – como nos referiu DiNoia – como um peixe na água, e parece que o novo cargo lhe agrada". E é justamente a marcada diferença com Wojtyla que "poderia ser a chave do seu sucesso: a sua habilidade de ser pontífice ao seu modo e ignorar os gigantescos sapatos de pescador que herdou".
Com tradução de Moisés Sbardelotto para o IHU Online.
Vaticano tentou impedir a destituição de padre pedófilo irlandês.
dezembro de 2010
Vaticano tentou impedir a destituição de padre pedófilo irlandês.
dezembro de 2010
Comentários
Não é a primeira vez que o Vaticano se envolve - de forma absolutamente vergonhosa - com a região da antiga Iugoslávia: os conflitos naquela área sempre interessaram porque envolve uma acirrada disputa de poder entre as religiões católica, ortodoxa e muçulmana. Vendeu-se ao mundo a ideia de que o conflito era étnico, mas na verdade cada "etnia" em guerra estava defendendo a sua RELIGIÃO: croatas e eslovenos (católicos romanos), sérvios (católicos ortodoxos) e bósnios (muçulmanos.
Ou seja, é aquilo de sempre: a Igreja luta por "democracia" [http://bloguerosrevolucion.ning.com/profiles/blog/show?id=2522192%3ABlogPost%3A28500]...
Todos sabemos que a suposta aparição de Fátima tinha como slogan incansável...o necessário combate, através da reza do terço, AO COMUNISMO, flagelo "com que Deus castigará a Rússia (a menos que se convertesse) e o mundo inteiro". Coincidentemente, enquanto a faxina étnica se desenrolava na ex-Iugosláia, MEDJUGORJIE era outra fantasia profética de "guerra como flagelo divino", encobrindo as reais causas, e tudo com o apoio disfarçado de "silêncio", tradicional ao estilo da Santa Sé em todos os seus acobertamentos de crimes e criminosos. Ora, supor que tais ilusionismos não tenham agradado ao maccarthismo do governo e serviço secreto norte-americanos; e que indiretamente não tenham subsidiado, como desde o pós-guerra, seu eterno aliado capitalista, o Vaticano, é ingenuidade. Surpreendente é que haja quem ainda considera descoberta, tal santa aliança romano-saxônica-protestante um milagre ignoto, ou uma revelação atual carregada de novidade...Na segunda grande guerra, os americanos espionavam os espiões do Vaticano e se surpreendiam ao tomarem conhecimento de serem espionados por estes; ignorantes que o serviço secreto mais antigo do mundo é o do Vaticano; oficialmente fundado com Pio IX (Sodalitium Pianum), mas cuja larga experiência em informação privilegiada sob sigilo remonta aos tempos dos papas inquisidores, cruéis, guerreiros e devassos, sempre sob perigo de envenenamento, sobretudo na Renascença. Sem o apoio de Ronald Reagan, o Vaticano não tinha obtido tantas faculdades, rádios e isenções fiscais (cherchez la femme) nos EUA, e sem João Paulo II ser grato pela contrapartida; os yankees não teriam arrasado a Nicarágua, colocado seus mísseis em território europeu, apontados diretamente para Moscou, nem financiado o Solidariedade polonês, para demolir o já desmontado império soviético. Bush, um carola evangélico e fundamentalista, convertido aos Alcóolicos Anônimos, estaria fazendo o que de joelhos no genuflexório oficial vaticano, supostamente orando pelo cadáver do finado Woityla? Desde quando protestantes fazem orações por mortos? Mortos de crentes são os que, piedosamente acreditam, que Vaticano e Casa Branca não negociem seus silêncios, suas cumplicidades, - como nos escândalos inaceitáveis do abuso de crianças, num país que tem paranóia com a pedofilia-; negociadas COM O SANTO ARGUMENTO DO DINHEIRO!Não apenas as relações com 177 países, pesam na avaliação da senhora Clinton, para respeitar tão poderoso "aliado"; mas a tradição de depósito bancário privilegiado que a Santa Sé tem, com seus investidores norte-americanos, desde a década de 50: (in op.cit. infra)"com a derrota italiana na Segunda Guerra, o Vaticano apostou as fichas nos Estados Unidos...quilos de outro enviados para a Reserva Federal dos EUA, cerca de 7,6 milhões de dólares. Até hoje suspeita-se que parte desses recursos era fruto de lavagem de dinheiro nazista obtido espuriamente do confisco de judeus. Em 1958 (!) a carteira do Vaticano somava 800 milhões de dólares, além de outros (!!!) 940 milhões do IOR (Instituto de Obras Religiosas) MAIS CONHECIDO COMO BANCO DO VATICANO". (Money and the Rise of the Modern Papacy, John F.Pollard, Cambridge University Press, 2005. VATICANO S.A. Gianluigi Nuzzi , Larousse, 2010).
Mas afinal eu vos pergunto:
Se a Igreja é maliciosa,quem é pois bondoso?
Nunca na minha vida,observei algo malicioso a durar tanto tempo(2000 mil anos)como a Igreja...
E se o Vaticano tiver mesmo montes de dinheiro e ouro?Nao sera esta a vontade de Deus?
Tentem lembrarem-se de Salomao...
E se de repente a Igreja desaparecer?
O mundo ficara melhor?Ou se tornara numa orgia maior?
Padres pedofilos??
Onde?
Se alguem for acusado de cometer pedofilia,tera pois de prestar contas com a lei.
Seja esse alguem padre,padeiro,engenheiro,pedreiro,carpinteiro,ateu,crente,etc,etc...
Todos terao de ir a tribunal para serem julgados.
Me digam vcs agora quantos padres foram a tribunal para serem julgados por terem cometido pedofilia?
Um,dois ou tres talvez?...
Comenta-se muito e a voz do "povo"é linguaruda...
Um dia havemos de nos encontrar a todos...e quem vos vai dar com a vara vou ser eu.
Nesse momento vcs irao reparar que afinal a Igreja nao significa apenas um edificio branco com um sino numa das torres.
Que a Igreja nao é constituida apenas por padres e bispos,mas tambem por leigos que amam e seguem Cristo,aceitando o destino que Deus lhes deu e permanecendo fieis a Jesus Cristo e a sua Igreja,mesma que esta ultima tenha muita má fama no mundo.
Para esses fieis crentes,o que o mundo fala,nao é para ser valorizado.
Todo o ateu ou homem do mundo,nao passa apenas de um mesquinho,ganancioso,malandro,mentiroso,convencido,com manias...
Enfim,com um medo terrivel da morte.
E quando ao Islamismo, que sobreviveu por 1400 anos? E o Hinduísmo, que é uma religião de mais de 5000 anos? E a prostituição, que tem quase 3800 anos?
Confesse, você escreveu isso sem pensar.
>> "Me digam vcs agora quantos padres foram a tribunal para serem julgados por terem cometido pedofilia?
Um,dois ou tres talvez?..."
Você está realmente desinformado. Não é questão de um, dois ou três. Só nos EUA, foram mais de 4 mil padres acusados de pedofilia. Mas o pior mesmo não é haverem padres pedófilos. O pior são as dioceses ocultando e protegendo tais padres.
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