Pular para o conteúdo principal

Semp Toshiba mostra em anúncio a mulher como promíscua


Anúncio preconceituoso

Cinquenta meses é a duração da garantia que a Semp Toshiba dá aos seus televisores sem “cobrar nada por isso”. De acordo com anúncio acima da fabricante de aparelhos de tv, durante esse mesmo tempo, na ausência do marido, uma mulher pode ter dois filhos, um deles com o Ricardão, o  “comedor” do anedotário brasileiro.

“Cinquenta meses é muito tempo”, diz uma mulher com sotaque japonês na volta do marido, também de traços orientais, ao apresentar os dois filhos que teve com amantes.

Embora vista quimono, vestuário que não se usa aqui e muito pouco atualmente no Japão, o episódio produzido pela Talent Propaganda ocorre no Brasil, conforme deixa claro a referência ao “Ricardão”.

Com a aprovação da Semp Toshiba, 30 segundos foram o tempo necessário para que a Talent caracterizasse a mulher como promíscua. Ela passou a ter casos assim que o marido saiu de casa em circunstâncias não esclarecidas pelo anúncio.

Além disso, a agência recorreu ao clichê, que também expressa preconceito, de que os japoneses são personagens engraçados em comerciais de tv. É falta de criatividade: milhares de anúncios já foram feitos com esse tipo de personagem, como se os imigrantes japoneses e seus filhos brasileiros ainda não estivessem totalmente integrados na cultura brasileira.

O anúncio também transformou em piada o drama das pessoas abandonadas no Brasil pelos brasileiros descendentes de japoneses que foram para o Japão trabalhar e lá ficaram porque constituíram nova família, na maioria dos casos. Essa é a avaliação de Djalma Straube, 61, presidente da Associação das Famílias Abandonadas por Dekasseguis.

Filho do Ricardão
Mais de 300 famílias estão cadastradas na associação. Muitas delas passam por dificuldade financeira porque a burocracia diplomática entre o Brasil e o Japão tem favorecido os fujões, que deixam de assumir suas responsabilidades, inclusive em relação ao pagamento da pensão alimento aos filhos.

“Quem assiste ao vídeo pode até achar engraçado, mas não sabe o que a Semp Toshiba fez ao ironizar o sofrimento das famílias abandonadas”, disse Straube para este blog.

> Dekasseguis fujões deixaram no Brasil 350 famílias no abandono.
agosto de 2010


Comentários

Anônimo disse…
Caracas, agora não se pode rir de nada...
Abaixo esse politicamente correto.
Aline disse…
Que ridículo, isso é literalmente achar pelo em ovo.
Anônimo disse…
Na verdade, é "ler nas entrelinhas".
E no marketing está cheio disso.
Anônimo disse…
Besteira isso, não existe comédia "politicamente correta"
1984, We Are Watching YOU!

Chega dá medo desses politicamente corretos, só faltou falar que o Ricardão representa na "hermenêutica do contexto social contemporâneo" a bomba de Hiroshima.

É o velho coitadismo de sempre, mas agora mais do que nunca, agora como nunca antes na historia desse país.
Avelino Bego disse…
O mundo está ficando chato.
Sinceramente Paulo, admiro muito o seu trabalho, mas o que foi esta matéria? Falta do que escrever? Meu próprios amigos orientais morreram de rir com o anúncio e concordaram: 50 meses é muito tempo!
Mas se quiser regionalizar, troque os japoneses pelos nosso retirantes. O efeito e as risadas (dos próprios) será ainda maior. Em tempo: Brasileiro a muito tempo aprendeu a rir das próprias desgraças, quanto mais as dos outros.
Metal Hause resumiu apropriadamente. Muito bom!
Anônimo disse…
Sim, afinal, humor é feito de estereótipos, ou seja, de preconceitos!

Talvez tenha chegado a hora de repensarmos o que chamamos de humor.
Anônimo disse…
kkkkkkkk o ser humano sempre foi assim no fundo, os chamados valores morais só tentam mascarar o que somos de verdade.

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Historiador católico critica Dawkins por usar o 'cristianismo cultural' para deter o Islã

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Jesus não é mencionado por nenhum escritor de sua época, diz historiador

Após décadas desestruturando famílias, TJs agora querem aproximação com desassociados

'Sou a Teresa, fui pastora da Metodista e agora sou ateia'

Teresa foi pastora por mais de dez anos No dia 26 de março, uma mulher de cabelos curtos e roupa escura subiu ao palco para dar um depoimento. Suas primeiras palavras foram: “Meu nome é Teresa. Sou pastora de uma igreja metodista, pelo menos era. Eu me tornei ateia”. Na plateia, centenas de pessoas vibraram por mais de um minuto [ver vídeo abaixo], comovendo a ex-pastora, que teve de enxugar uma lágrima. O depoimento de  Teresa MacBain  (foto), 44, foi um dos pontos altos da conferência de ateus realizada naquela mês em Bethesda, no Estado de Maryland (EUA). Após os aplausos, ela disse que tinha sido uma "inimiga" deles. A plateia riu. Emoção no anúncio da descrença   Filha de um sacerdote conservador, ela contou ter sido pastora em Tallahassee (Flórida) por mais de 10 anos. Em 2009, tinha sido promovida a pastora sênior, cumprindo a rotina de dar dois sermões por domingo, cantar hinos, orar por doentes. Mas ela tinha de parar com aquilo por uma questã

Pastor Lucinho organiza milícia para atacar festa de umbanda

Ex-freira Elizabeth, 73, conta como virou militante ateísta

'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

Só metade dos americanos que dizem 'não acredito em Deus' seleciona 'ateu' em pesquisa