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Saudades de uma época que não existiu

Quando me formei, uma das primeiras portas que bati à procura de emprego foi a do Jornal do Brasil, que eu admirava, como a maioria dos jovens jornalistas daquela época.

Eu me sentia habilitado a trabalhar no então considerado melhor jornal do país porque já tinha experiência na profissão. Comecei a escrever em jornais antes de frequentar a faculdade, aos 18 anos, em minha cidade de origem, São Carlos (SP).

Não me lembro do nome do jornalista que me atendeu no JB. Só sei que foi o chefe de plantão naquela tarde típica do Rio, quente.

Ele estranhou que eu tinha ido ao Rio procurar emprego porque, disse, havia mais oportunidades em São Paulo, onde eu morava havia anos.

O começo da conversa já me soou com um “não”, dito logo em seguida pelo jornalista com o jeitinho brasileiro: “Volte no próximo ano, porque talvez haja alguma vaga aqui para você”.

Última edição impressa do JB
Nunca voltei.

Quando estive no Rio, o JB já estava em declínio – só depois me dei conta disso – por causa, entre outros fatores, da conquista de leitores e do mercado publicitário pelo jornal  “O Globo”, que tinha uma boa ajuda da tv do grupo, que estava se firmando como líder de audiência. Foi uma  concorrência ferrenha à qual os donos do JB não tiveram ou não souberam como reagir.

Ocorreu-me registrar esse episódio porque hoje circulou a última edição  do Jornal do Brasil. A partir de amanhã, só na internet.

Embora eu não seja dado a saudosismo, acho, já sinto saudades de uma redação onde não trabalhei. Talvez até mais do que algumas pelas quais passei.

Comentários

Paulo Lopes disse…
da Agência Estado

'Jornal do Brasil' circula em papel pela última vez

Circula hoje pela última vez a edição impressa do Jornal do Brasil, fundado há 119 anos, no Rio de Janeiro. De agora em diante, o JB terá apenas a versão na internet, um recurso para superar os problemas financeiros da empresa. O passivo acumulado chega a R$ 800 milhões, em dívidas trabalhistas e fiscais.

A crise financeira se agravou na década de 90 até que, em 2001, a família Nascimento Brito arrendou a marca JB para a Docasnet, empresa de Nelson Tanure. No ano passado, outra marca de jornal arrendada pelo empresário, a Gazeta Mercantil, também deixou de circular.

Na sua página na internet, o JB - que chegou a tirar 230 mil exemplares aos domingos no fim dos anos 60 - lista 50 pontos sobre a nova fase do jornal. Num deles, se vangloria de ser o primeiro jornal 100% digital, garante que 150 pessoas estarão envolvidas no processo digital e que "o Jornal do Brasil está caminhando para uma nova e melhor fase". Mas, na Redação, o clima era de luto. Dos 50 jornalistas que trabalham na casa, só 10 devem ficar na versão digital. Procurado pela reportagem, o empresário Nélson Tanure não quis falar.

Pedro Grossi, que presidia o jornal, foi contra a decisão de acabar com o jornal em papel. "Não posso avaliar nem fazer juízo sobre a opinião do dono. Ele acha que o tecnológico será mais lucrativo", lamentou.

Segundo Grossi, o jornal estava com tiragem de 30 mil exemplares (desde 2008, o JB não era auditado pelo Instituto Verificador de Circulação, IVC).
Vil Imundo disse…
Uma lástima!

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