A professora aposentada Rosemary de Morais (foto), 55, vem desde 2001 tentando ser reconhecida como filha de José Alencar Gomes da Silva (foto) 79, atual vice-presidente da República. Como Alencar sempre se negou a se submeter ao exame de DNA para que fique provada a paternidade, o juiz José Antônio de Oliveira Cordeiro, da comarca de Caratinga (MG), declarou oficialmente ser ele o pai de Rosemary.
Quando alguém se recusa a fazer o exame, é porque há presunção de paternidade, conforme lei sancionada em julho do ano passado pelo presidente Lula.
Rosemary disse que Alencar teve relacionamento de um ano com sua mãe, a enfermeira Francisca Nicolina de Morais, em 1954, quando ambos moravam em Caratinga. Na época, nenhum dos dois era casado.
A professora apresentou na Justiça testemunhas desse relacionamento. Criada pelos avós paternos, ela contou que soube de sua paternidade pela mãe, que morreu há sete meses. No cartório, Rosemary consta como filha de Magmar Pinto Neves, com quem Francisca se tinha se casado.
A professora disse que, quando Alencar esteve em Caratinga em campanha para o Senado, ela foi a uma emissora de rádio onde ele estava dando entrevista e contou ser filha dela. “Ele ficou surpreso e disse que estava disposto a me dar toda atenção. Só que nunca mais me ouviu”.
Alencar nunca mais voltou lá.
Ele sofre de câncer há anos e atualmente tem sido internado com mais frequência, inclusive por causa de problema coronário.
A decisão judicial torna Rosemary herdeira de Alencar, que possui várias empresas. A principal delas é Coteminas, do setor têxtil. O empresário é casado com Mariza Campos Gomes da Silva, 74, com quem tem três filhos, Josué Christiano, Maria da Graça e Patrícia. É Christiano que preside o grupo de empresas.
José Diogo Bastos, advogado de José Alencar, disse que a sentença é “totalmente despropositada” e que vai recorrer dela. Ele não explicou por que seu cliente não quer se submeter ao exame de DNA. Alencar chegou a ser intimado em 2008 pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais a doar sangue para a realização do exame, mas ele ignorou.
No processo judicial, Alencar alega que Francisca era "mulher reconhecidamente frequentada por vários homens" e "habituée da zona de meretrício de Caratinga".
Geraldo Jordan de Souza Júnior, advogado de Rosemary, disse que se trata de difamação e que "a justiça tardou, mas não falhou".
Ela afirmou: "Não quero nada daquilo que ele [Alencar] pensa que eu tenho direito”.
Com informação da Folha e de O Globo.
> Caso da recusa de José Alencar ao DNA da paternidade.
> Casos de pedido de reconhecimento de paternidade.
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