Vereador dá tapa no rosto de uma repórter

A repórter Márcia Pache, da TV Centro-Oeste, levou um tapa no rosto ontem (28) do vereador Lorivaldo Rodrigues Moraes (DEM-MT), da cidade de Pontes e Lacerda, quando tentava entrevistá-lo na saída de uma delegacia. Moraes tinha ido lá para ser indiciado por autorizar a invasão de casas populares construídas pelo governo do Mato Grosso. A emissora é filiada ao SBT.

Em setembro de 2007, o vereador, conhecido por Kirrarinha, já tinha agredido um repórter. Na época, ele era suspeito de ter desviado cadeiras de rodas destinadas à APAE (Associação de Pais e Amigos do Excepcionais).

Depois de ter feito exame de corpo delito, a repórter disse que o que mais doeu não foi o tapa no rosto, embora ela tivesse sido jogada no chão por causa do impacto, mas, sim, a agressão a todos os repórteres ali representados por ela e à liberdade de imprensa.

Kirrarinha falou que bateu na jornalista porque ela estava fazendo “perguntas tendenciosas”.

Pontes e Lacerda é uma cidade de 40 mil habitantes que fica a 450 km de Cuiabá.

O mínimo a se esperar que ocorra a esse covarde é que perca o mandato.

Com informação da TV Centro-Oeste.

UNESCO PROTESTA - atualização em 30/6/2010

Em nota, a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) se solidarizou com a jornalista Márcia Pache e manifestou a expectativa de que o agressor seja punido.

"Em hipótese alguma o trabalho dos jornalistas pode ser cerceado, muito menos com violência. A imprensa livre cumpre um papel fundamental que é o de fiscalizar o poder público, promover o debate informado e, assim, fortalecer a democracia", diz a nota, que foi assinada por Lucien Muñoz, represente da Unesco no Brasil.

INTIMIDAÇÃO - atualização em 7/7/2010

A repórter Márcia Pache registrou no B.O. (Boletim de Ocorrência), agora acusando o vereador Lourival Rodrigues de Moraes de intimação. Ela relatou que, depois da repercussão do tapa no rosto que levou, o vereador passou devagar de carro defronte à casa dele e que parou em frente da emissora em que trabalha.

A repórter diz não estar preocupada com a sua segurança, mas teme pela vida de seus filhos. "Ninguém sabe o que uma pessoa desequilibrada pode fazer. Qualquer coisa que acontecer comigo ou com meus filhos a polícia já está sabendo”.

Na segunda (5), a Câmara de Pontes e Lacerda abriu uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar a agressão. Ele foi o vereador mais votado da cidade.

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