Chá chegou a constar na lista de drogas |
A resolução, publicada no Diário Oficial da União de ontem (26 de janeiro de 2010), veta o comércio e propaganda do chá, que só poderá ser consumido em rituais religiosos e sem fins lucrativos.
O chá chegou a constar na lista de drogas alucinógenas. A legalização do seu consumo ocorreu em novembro de 2004.
O nome indígena do Santo Daime é ayahuasca. De origem inca, é produzido com a fervura do cipó Banisteriopsis caapi (douradinho) e folha do Psychotria viridis (chacrona), ambas nativos de floresta tropical, como a amazônica.
A medida do Conad cria condições para combater os “padrinhos” (responsáveis por centros religiosos) que tentam banalizar o consumo da bebida, com objetivos comerciais.
O slogan de um desses “padrinhos” é “Ayahuasca para todos”. Ele vinha defendendo a legalização do consumo do chá em casa.
Até a semana passada, o chá podia ser obtido por intermédio de um site mediante uma “doação” que teria de ser depositada em uma conta bancária.
Há centros que cobram até R$ 30 de cada interessado de participar de um ritual, com direito a três doses do chá. Cada dose corresponde a um copinho de café.
Em alguns centros, os rituais, além do chá, são embalados com maconha e bebidas alcoólicas, entre outras drogas.
Edson Lodi Campos Soares, do Centro Beneficente União Vegetal, disse ao jornal Estado de S. Paulo que a regulamentação do uso do chá veio junto com “a responsabilidade”.
Mas resolução não deixa claro a qual órgão cabe a fiscalização (já inexistente) dos centros.