O ginecologista Vicente (foto), filho de Roger Abdelmassih, especialista em reprodução humana in vitro que está sendo acusado de estuprar mais de 50 pacientes, afirmou ter a certeza de que o seu pai é inocente. “A gente nunca teve nenhuma suspeita, mesmo porque, se tivesse, mudaria um pouquinho a relação de trabalho, familiar”, disse em entrevista a Rogério Pagnan, da Folha.
Indiciado pela Polícia Civil por crime sexual, Roger Abdelmassih foi preso preventivamente na segunda (17). Na quarta, o desembargador José Raul Gavião de Almeida, da 6ª Câmara Criminal de São Paulo, indeferiu um pedido de habeas corpus apresentado pelos advogados do médico. Depois, no mesmo dia, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) anunciou a suspensão temporária do registro profissional de Abdelmassih.
Vicente disse que, com as denúncias, houve uma queda de 130 para 80 tratamentos ao mês na clínica. Mas mesmo assim, falou, a Clínica Abdelmassih permanece como a maior do país, em sua área. Em recente entrevista ao DCI (Diário Comércio, Indústria & Serviços), a médica Soraya, filha de Abdelmassih, falou, sem se referir ao escândalo, que a clínica realizaria este ano 1.700 ciclos de fertilização (tentativas de gravidez), o mesmo número registrado em 2008. Acrescentou que poderia até haver um desempenho superior ao do ano passado.
Vicente Abdelmassih deixou subentendido que a concorrência pode ser a origem das acusações, o que era o que seu pai vinha dizendo abertamente.
De acordo com o jornal Valor Econômico, existem no Brasil 120 clínicas de reprodução humana em laboratório, que realizam 20 mil ciclos de fertilização por ano. O setor movimenta anualmente R$ 300 milhões.
Transcrição da entrevista:
FOLHA - O que mudou na clínica depois das acusações contra seu pai?
VICENTE ABDELMASSIH - O trabalho continua normalmente. A diferença que a gente notou desde o início do ano, quando surgiram as acusações, foi que realmente houve uma queda [na procura]. Teve uma queda, pequena, do número de pacientes que entraram em consultas novas. A gente está fazendo em torno de 70 a 80 ciclos de fertilização in vitro por mês. Eram em torno de 120, 130 ciclos. Mas, mesmo com 80 ciclos, ainda é a maior clínica de fertilização in vitro no Brasil. O que faz isso não diminuir muito é justamente o trabalho feito aqui. Temos mais de 30 profissionais. A clínica investiu muito em tecnologia, em profissionais de ponta, mão-de-obra altamente especializada.
A Promotoria pediu investigação sobre procedimentos médicos que considera irregulares na clínica. Como vocês viram essas afirmações?
Estão falando em manipulação genética. Se a gente for pensar em manipulação genética, o que está sendo citado, qualquer procedimento relacionado à reprodução humana é manipulação genética. Uma simples inseminação artificial será manipulação genética. Falaram em "turbinamento" do óvulo, que nada mais é do que pegar 10% do citoplasma e colocar num óvulo que já não está em tão boa qualidade, principalmente de mulheres de idade mais avançada. Coloca-se dentro desse óvulo essa pequena quantidade de citoplasma, juntamente com espermatozoide, com objetivo de melhorar um pouquinho as condições internas desse óvulo.
Vocês faziam o turbinamento, que a Promotoria diz ser irregular?
Não é irregular. Aqui no Brasil não temos nenhuma lei que regulamenta os procedimentos de reprodução assistida. O que a gente tem é uma norma do Conselho Federal de Medicina, de 1992, que tem algumas diretrizes. Mas não fala nada a respeito disso.
Vocês chegaram a fazer?
Sem dúvida. Chegamos a fazer, é um procedimento técnico, mas é cada vez menos utilizado porque, em termos de resultado estatístico, não melhora muito.
Fala-se em 39 mulheres e 56 estupros cometidos. Nunca ninguém viu nada irregular na clínica?
Estou aqui desde 1994. Nunca foi observada nenhuma movimentação diferente que pudesse levar a esse tipo de pensamento. Para a aspiração do óvulo, precisa ter, no centro cirúrgico, um anestesista, tem que ter médico que está retirando o óvulo, uma enfermeira, laboratório de embriologia, que vai receber o óvulo, fica do lado do centro cirúrgico com uma janela aberta para receber esse material rapidamente, porque senão estraga. Depois, um procedimento que dura de cinco a dez minutos: a paciente vai sair acordada, andando, e vai para o quarto com uma enfermeira, muitas vezes com o anestesista. Fica difícil entender tudo o que está acontecendo.
Como o senhor pretende recuperar a imagem da clínica?
A estratégia a gente vai ter que ver com o tempo. O que eu posso dizer é que nós estamos preparados. Eu estou há 15 anos fazendo esse tipo de procedimento, trabalhando com infertilidade. O dr. Roger sempre investiu em tecnologia, profissionais especializados para ter resultado diferenciado.
Por que tanta gente acusa seu pai? Já se perguntou isso?
Sinceramente, eu não tenho uma explicação. Se é verdade ou não tudo isso, a Justiça está aí para dizer. Eu quero acreditar que existe aí um má intenção de pessoas. A verdade mesmo a gente só vai saber mais para a frente.
O senhor tem dúvida se isso pode ter, de fato, ocorrido?
Não acredito que isso tenho acontecido. A gente nunca teve nenhuma suspeita, mesmo porque, se tivesse, mudaria um pouquinho a relação de trabalho, familiar. Tenho certeza de que meu pai é inocente. Não quero dizer que isso é má intenção de outras pessoas, nem da concorrência, porque a gente sabe que classe médica é como qualquer outra.
> Filha de médico acusado de abuso diz que clínica não foi afetada. (julho de 2009)
> Caso Roger Abdelmassih.
Indiciado pela Polícia Civil por crime sexual, Roger Abdelmassih foi preso preventivamente na segunda (17). Na quarta, o desembargador José Raul Gavião de Almeida, da 6ª Câmara Criminal de São Paulo, indeferiu um pedido de habeas corpus apresentado pelos advogados do médico. Depois, no mesmo dia, o Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) anunciou a suspensão temporária do registro profissional de Abdelmassih.
Vicente disse que, com as denúncias, houve uma queda de 130 para 80 tratamentos ao mês na clínica. Mas mesmo assim, falou, a Clínica Abdelmassih permanece como a maior do país, em sua área. Em recente entrevista ao DCI (Diário Comércio, Indústria & Serviços), a médica Soraya, filha de Abdelmassih, falou, sem se referir ao escândalo, que a clínica realizaria este ano 1.700 ciclos de fertilização (tentativas de gravidez), o mesmo número registrado em 2008. Acrescentou que poderia até haver um desempenho superior ao do ano passado.
Vicente Abdelmassih deixou subentendido que a concorrência pode ser a origem das acusações, o que era o que seu pai vinha dizendo abertamente.
De acordo com o jornal Valor Econômico, existem no Brasil 120 clínicas de reprodução humana em laboratório, que realizam 20 mil ciclos de fertilização por ano. O setor movimenta anualmente R$ 300 milhões.
Transcrição da entrevista:
FOLHA - O que mudou na clínica depois das acusações contra seu pai?
VICENTE ABDELMASSIH - O trabalho continua normalmente. A diferença que a gente notou desde o início do ano, quando surgiram as acusações, foi que realmente houve uma queda [na procura]. Teve uma queda, pequena, do número de pacientes que entraram em consultas novas. A gente está fazendo em torno de 70 a 80 ciclos de fertilização in vitro por mês. Eram em torno de 120, 130 ciclos. Mas, mesmo com 80 ciclos, ainda é a maior clínica de fertilização in vitro no Brasil. O que faz isso não diminuir muito é justamente o trabalho feito aqui. Temos mais de 30 profissionais. A clínica investiu muito em tecnologia, em profissionais de ponta, mão-de-obra altamente especializada.
A Promotoria pediu investigação sobre procedimentos médicos que considera irregulares na clínica. Como vocês viram essas afirmações?
Estão falando em manipulação genética. Se a gente for pensar em manipulação genética, o que está sendo citado, qualquer procedimento relacionado à reprodução humana é manipulação genética. Uma simples inseminação artificial será manipulação genética. Falaram em "turbinamento" do óvulo, que nada mais é do que pegar 10% do citoplasma e colocar num óvulo que já não está em tão boa qualidade, principalmente de mulheres de idade mais avançada. Coloca-se dentro desse óvulo essa pequena quantidade de citoplasma, juntamente com espermatozoide, com objetivo de melhorar um pouquinho as condições internas desse óvulo.
Vocês faziam o turbinamento, que a Promotoria diz ser irregular?
Não é irregular. Aqui no Brasil não temos nenhuma lei que regulamenta os procedimentos de reprodução assistida. O que a gente tem é uma norma do Conselho Federal de Medicina, de 1992, que tem algumas diretrizes. Mas não fala nada a respeito disso.
Vocês chegaram a fazer?
Sem dúvida. Chegamos a fazer, é um procedimento técnico, mas é cada vez menos utilizado porque, em termos de resultado estatístico, não melhora muito.
Fala-se em 39 mulheres e 56 estupros cometidos. Nunca ninguém viu nada irregular na clínica?
Estou aqui desde 1994. Nunca foi observada nenhuma movimentação diferente que pudesse levar a esse tipo de pensamento. Para a aspiração do óvulo, precisa ter, no centro cirúrgico, um anestesista, tem que ter médico que está retirando o óvulo, uma enfermeira, laboratório de embriologia, que vai receber o óvulo, fica do lado do centro cirúrgico com uma janela aberta para receber esse material rapidamente, porque senão estraga. Depois, um procedimento que dura de cinco a dez minutos: a paciente vai sair acordada, andando, e vai para o quarto com uma enfermeira, muitas vezes com o anestesista. Fica difícil entender tudo o que está acontecendo.
Como o senhor pretende recuperar a imagem da clínica?
A estratégia a gente vai ter que ver com o tempo. O que eu posso dizer é que nós estamos preparados. Eu estou há 15 anos fazendo esse tipo de procedimento, trabalhando com infertilidade. O dr. Roger sempre investiu em tecnologia, profissionais especializados para ter resultado diferenciado.
Por que tanta gente acusa seu pai? Já se perguntou isso?
Sinceramente, eu não tenho uma explicação. Se é verdade ou não tudo isso, a Justiça está aí para dizer. Eu quero acreditar que existe aí um má intenção de pessoas. A verdade mesmo a gente só vai saber mais para a frente.
O senhor tem dúvida se isso pode ter, de fato, ocorrido?
Não acredito que isso tenho acontecido. A gente nunca teve nenhuma suspeita, mesmo porque, se tivesse, mudaria um pouquinho a relação de trabalho, familiar. Tenho certeza de que meu pai é inocente. Não quero dizer que isso é má intenção de outras pessoas, nem da concorrência, porque a gente sabe que classe médica é como qualquer outra.
> Filha de médico acusado de abuso diz que clínica não foi afetada. (julho de 2009)
> Caso Roger Abdelmassih.
Comentários
As informações estão conflitantes, a dele com a da irmã sobre o movimento da clínica. Eles mentem!
Ele mesmo afirma na entrevista que não sabe se é verdade ou mentira, que é a Justiça que vai dizer. Depois se retrata e diz ter certeza de que é mentira.
E neste momento, nao adianta nada a opiniao dele, a sua ou a minha, esta tudo SIM nas maos da justica e e' ela que vai decidir o que e' verdade e o que nao e'.
ou foge do brasil ou vai tentar suicidio.....
Eu tenho dó do Dr. Vicente, ele é um bom profissional. Mas tenho certeza de que ele sabia.
Quanto a Justiça decidir o que é verdade.... a Justiça só dá o seu parecer (parece ser), mas a verdade é imutável, é muito maior.
E a verdade é que o Dr. Roger cometeu estes crimes. Eu tenho CERTEZA (independentemente do parecer da Justiça), porque fui vítima.
Seja mais inteligente ao "inventar situações".
Esta sua débil tentativa de coação não vai surtir efeito algum, sabe por que? Porque esta mulher que você inventou não existe.
Isso so me faz pensar, que todas podem estar mentindo pois as provas NAO existem!!
Nao fale sem saber!
Só sendo demente pra inventar uma histórinha dessas...
Concordo com Você anônimo das 11:48...
esperem e voces vao ver quem esta mentindo!
Mas, venho aqui dizer que a maldade das pessoas está muito além de nossa imaginação.
Pq o anônimo 11h30min está mentindo?
Como podemos julgar as pessoas deste modo?
A comoção da mídia fez isto com as pessoas, devemos lembrar-nos do caso de uma escola (não me lembro o nome) que os diretores foram acusados de abusar dos alunos, a imprensa fez um carnaval e pronto: a população os julgou culpados e foram previamente punidos.
Mas, depois foi provado que a denúncia não procedia!!!! Só que os danos aquelas pessoas já haviam sido causados, a escola foi fechada!
Como tirar o crédito de uma pessoa que atendeu mais de 20.000 mulheres desta maneira, precisamos apreender a ouvir primeiro.
Pq. uma mulher é aliciada pelo médico e volta ao para continuar o tratamento?
Peço que leiam, neste caso as pessoas foram presas, apareceu mãe de aluno dizendo que tinha presenciado abuso do filho, surgiu indicios de tráfico de drogas e etc ...
Por mais dificil que seja: NÃO DEVEMOS E NÃO TEMOS O DIREITO DE JULGAR E MUITO MENOS DE CONDENAR NINGUÉM ...
Esse é o perfil de um psicopata tarado...
Doutor Vicente e Doutora Soraya: Leva-se 20, 30 ou 40 anos para se adquirir credibilidade e honradez, mas basta um deslize e não mais de 60, para que, tudo o que foi construido, seja implodido de forma instantânea.
Doutores Vicente e Soraya: O Doutor Roger Abdelmassih está acabado, os senhores não!
Em relação aos médicos da clinica, acredito que de uma forma ou de outra todos sabiam o que acontecia, porem não tinham coragem de tomar atitude alguma contra o "deus" da clinica.
Ou o Sr. tem parentesco com alguem da clinica ou é amigo?se for eu entendo porque deletou meu comentário.
Aqui o caso é bem diferente. Há documentos que comprovam as denúncias recorrentes há mais de 40 anos. O inquérito já está ocorrendo há um ano e meio e as conclusões levaram a Polícia a indiciá-lo, o Ministério Público denunciá-lo e a Justiça a acatar a denúncia, tudo correndo longe da imprensa.
São casos completamente diferentes.
Tenho minha dúvidaas sobre estas duas ai!!
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