Dois dos suspeitos
Crianças que participaram do reconhecimento
Em uma sessão de reconhecimento realizada ontem (17) pelo Ministério Público e pela CPI da Pedofilia, doze crianças (de um grupo de 43) de Catanduva apontaram as pessoas das quais teriam sido vítimas de abuso sexual. Outras sessões já tinham sido feitas.
Entre os suspeitos – no total de 13 – estão o pediatra Wagner Rodrigo Brida Gonçalves, 29, e o empresário José Emanuel Volpon Diogo, 44, dono de uma caminhonete S-10 que teria servido para transportar as crianças.
As informações são da Agência Senado.
A sessão foi realizada em São José do Rio Preto, um “território neutro” que fica a 60 km de Catanduva.
Em Catanduva, as investigações da Polícia Civil estavam sob suspeita porque o inquérito inicialmente aberto não incluiu o médico e o empresário, embora eles tenham sido denunciados por mães das supostas vítimas.
Por determinação da Justiça, houve a abertura de novo inquérito para que ninguém ficasse de fora.
Ainda assim, para a Justiça, o encaminhamento das investigações continuou insatisfatório. Um exemplo disso foi o aviso que a delegada Rosana da Silva Vanni deu com um dia de antecedência ao médico de que o computador dele seria apreendido para vistoria. Quando perícia chegou à casa de Gonçalves, o computador tinha sido levado para o conserto.
Ao final de fevereiro, o Gaeco (Grupo Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado), do Ministério Público, assumiu as investigações, que estão ao encargo de promotores sediados em São José do Rio Preto.
O senador Magno Malta (PR-ES), presidente da CPI, informou que, entre os suspeitos, as crianças reconheceram supostos abusadores, mas ele não revelou nomes.
De acordo com a Agência Estado, Cristiane Silva disse que uma de suas filhas identificou o médico. “Ela trocou de nomes [dos suspeitos], mas reconheceu quatro agressores, entre eles o doutor."
Mas José Luís Oliveira Lima, advogado do médico, afirmou que o seu cliente não foi reconhecido, como ocorreu em sessões anteriores.
Adriano Salles Vanni, advogado do empresário, também disse que Volpon Diogo não foi identificado.
No dia 11 de março, promotores procuram o médico e o empresário para prendê-los por solicitação da Justiça. Eles não foram encontrados e, tidos como foragidos, só apareceram quando obtiveram habeas corpus.
Malta vai apresentar à CPI requerimento para que o médico e o empresário sejam ouvidos em Brasília.
A Justiça já condenou duas pessoas acusadas de pertencerem a uma rede de pedofilia de Catanduva: Antônio Barra Nova de Mello, 46, conhecido por Zé da Pipa, que pegou 11 anos de prisão sem direito de recorrer em liberdade, e o seu sobrinho William de Melo Souza, 19, que terá de cumprir prisão de 7 anos e meio.
Comentários
-- Professor é condenado a 68 anos por pedofilia --
O professor de educação física Márcio Leandro de Souza, de 31 anos, foi condenado hoje a 68 anos de prisão por abuso sexual contra oito alunos e ex-alunos de escolinhas de futebol de salão das cidades de Mairinque e Alumínio, na região de Sorocaba, no interior de São Paulo. Os crimes de pedofilia - os meninos tinham entre 8 e 12 anos - foram praticados entre o final de 2007 e o primeiro semestre de 2008.
Entre as provas apresentadas pelo Ministério Público está um filme feito pelo próprio acusado em que ele aparece abusando sexualmente de meninos com 9 e 12 anos. O filme havia sido apagado, mas as imagens foram recuperadas por peritos. Em Alumínio, o acusado trabalhava numa escolinha mantida pela prefeitura.
O advogado do professor vai entrar com recurso, mas a juíza da Vara da Infância e da Juventude de Mairinque Camila Giorgetti negou o pedido do réu para permanecer em liberdade.
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