O Governo do Estado de São Paulo distribuiu à rede de ensino fundamental um livro com a poesia “Manual de autoajuda para supervilões” onde lê coisas como “Nunca ame ninguém. Estupre”, “Tome drogas, pois é sempre aconselhável ver o panorama do alto” e “Seja um pouco efeminado”.
A poesia, de Joca Reiners Terron, tenta fazer ironia, ou seja, dizer algo pelo seu contrário. Só que crianças na faixa de 9 anos não entendem ironia. Aliás, nem muitos adultos.
A Secretaria Estadual de Educação recolheu os exemplares que estavam à disposição dos alunos havia 15 dias e teve que admitir o óbvio: que houve uma “falha” na seleção do livro.
Na semana passada, a secretaria já tinha dado a mesmo desculpa para um livro de histórias em quadrinhos nos quais há expressões como “chupa rola”, “cu” e “chupava ela todinha”. Livro que também se destinava a alunos do fundamental.
O governo abriu uma sindicância para apurar os responsáveis por tais “falhas”, mas a verdade é que falta transparência no sistema de escolha dos livros, cuja compra envolve uma fortuna: são mais de 800 títulos por ano.
Além destes casos de flagrantes inadequações de conteúdo à garotada, a qualidade dos muitos livros é sofrível.
Em um deles, de geografia para a 6ª série, havia em um mapa com dois Paraguais e a ausência do Equador. Cerca de 500 mil exemplares tiveram de ser trocados, mandando para o ralo o dinheiro do contribuinte.
> SP distribui livros com palavrões a alunos na faixa de 9 anos.
maio de 2009
Comentários
Postar um comentário