Os descrentes são comparados aos dependentes químicos
Pesquisa da Fundação Perseu Abramo constatou que, das pessoas consultadas, 17% afirmaram ter repulsa/ódio aos descrentes em Deus, 25% declararam antipatia e 29%, indiferença.
No item antipatia, os usuários de drogas aparecem com um ponto percentual a menos (24%).
À pergunta sobre quais as pessoas que menos gostam de encontrar, 35% responderam que são os usuários de drogas, seguidos pelos descrentes (26%) e ex-presidiários (21%).
O elevado grau de repulsa aos dependentes químicos, na pesquisa, não chega a surpreender porque são considerados pelo senso comum como geradores de problemas, na família e na sociedade, e, por isso, estão na pauta da mídia.
A repulsa aos ateus surpreende porque, em contraposição aos usuários de drogas, eles são discretos e não existem para a imprensa, não são tidos como um problema social.
As possíveis explicações para a rejeição passam pelo fato de os ateus continuarem sendo visto como pessoas não confiáveis, embora nos últimos anos tenha se ampliado o discurso pela tolerância, religiosa ou não.
Apenas 5% dos entrevistados declararam ter repulsa/ódio às pessoas muito religiosas. Mas curiosamente o percentual de antipatia é alto (17%).
A Fundação Perseu Abramo realizou a pesquisa em parceria com a ong alemã Rosa Luxemburg Stiftung com o objetivo de levantar dados sobre a intolerância sexual. Em junho de 2008, foram ouvidas 2.014 pessoas acima de 16 anos de 150 municípios do Sudeste, Nordeste, Sul, Norte e Centro-Oeste. Os resultados estão sendo divulgados agora.
Sobre os ateus, há carência de dados. Pelo IBGE, eles são em torno de 2% da população, mas o índice pode ser maior porque os descrentes não gostam de se revelar, e é fácil entender por que diante dessa pesquisa, cuja íntegra está disponível no site da fundação.
Gráfico das respostas a essa questão: 'Vou falar de alguns grupos de pessoas e gostaria que você dissesse o que sente normalmente quando vê ou encontra desconhecidos do tipo deles' |