Da Folha
A Rede Record, que pertence ao bispo Edir Macedo, dono da Igreja Universal do Reino de Deus, veiculou no domingo à noite no programa "Domingo Espetacular" mais uma sequência de ataques à Folha.
Durante 13 minutos, a emissora de TV usou depoimentos de vítimas da ditadura militar (1964-1985) para repetir críticas ao termo "ditabranda", empregado recentemente em editorial da Folha e que o jornal retificou a seguir.
O programa destacou que a "Folha da Tarde", hoje extinta e que pertenceu ao Grupo Folha, apoiava no início dos anos 1970 a repressão do governo contra a guerrilha esquerdista.
A Record tem insistido em diversos tipos de ataque contra o jornal. Desde 17 de março, os telejornais da emissora afirmam que a Folha estaria em "crise de credibilidade", não seria isenta na publicação de notícias e promoveria uma campanha contra a Record e a Igreja Universal do Reino de Deus.
A emissora alega que as agressões são resposta a notícias divulgadas pela coluna "Outro Canal", publicada pela Ilustrada.
Escrita por Daniel Castro [foto], a coluna tem como foco os bastidores da TV. Em março, Castro divulgou dados de audiência da Record News, canal de notícias da rede, que resultaram favoráveis à concorrência. Sem invalidar a conclusão, parte dos dados continha erro, que foi corrigido em seguida pelo jornal.
Antes de tentar intimidar o jornalista da Folha, a Record quis contratá-lo. No início de fevereiro, por meio de seu vice-presidente comercial, Walter Zagari, a emissora ofereceu ao colunista o cargo de gerente de comunicação, que foi recusado.
ATUALIZAÇÃO
A emissora reapresentou o ataque à Folha no Jornal da Record na noite desta segunda. Antes, em editorial, disse que o jornal tentou confundir seus leitores ao afirmar que a Igreja Universal recorreu à tv para criticá-la. Afirmou não ser verdade que tenha tentado contratar o jornalista Daniel Castro.
> Folha ganha prêmio pela reportagem sobre a Universal. (dezembro de 2008)
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