Pular para o conteúdo principal

Milícia ataca repórteres de jornal do Rio

odia

No dia 14 de maio, uma repórter, um fotógrafo e um motorista do jornal carioca “O Dia” foram seqüestrados e torturados por integrantes da milícia da favela Batan, no Realengo, Rio.

A equipe do jornal estava estabelecida provisoriamente em uma casa alugada na favela para apurar informações sobre as atividades da milícia, um grupo formado por policiais e ex-policiais que cobram taxa dos moradores para protegê-los de bandidos. Alguém denunciou a presença da equipe ali.

Junto com os profissionais do jornal, um morador da favela foi seqüestrado por cerca de 10 homens armados e com toucas ninja. Todos foram levados encapuzados para uma casa da favela. Durante sete horas e meia, eles foram torturados com socos, pontapés, choques elétricos e sufocamento com saco plástico.

Havia policiais fardados no cativeiro.

Só em sua edição deste domingo (que saiu antecipada, ontem) o jornal revelou a violência, para não atrapalhar as investigações.

Os funcionários de “O Dia” foram submetidos a cuidados médicos, incluindo tratamento psicológico.

Por segurança, eles se encontram em local ignorado e os seus nomes não foram revelados. Eles contaram que só foram liberados pela milícia sob a condição de que nada fosse publicado.

Por ocupar ‘territórios’ que estavam em poder de traficantes, as milícias contam com certa condescendência das autoridades. Estima-se que no Rio as milícia já ‘protegem’ cerca de 78 comunidades.

Além de cobrarem dos moradores uma taxa, as milícias controlam negócios como o do comércio de gás, transporte e instalações piratas de tv.

COMENTO. Foi uma brutal violência não só às quatro pessoas, mas também à sociedade brasileira, em seu direito à informação. Até agora – é preciso sempre que se diga a verdade – as autoridades têm feito corpo mole no combate às milícias, constituídas, em parte, por policiais militares e civis. Pois bem: a tortura aos jornalistas mostra que as milícias já foram longe demais e têm de ser detidas tanto quanto os bandidos, os traficantes, porque, a rigor, não há diferença entre uns e outros. Ou o Estado se impõe agora, com todos os rigores da lei e da repressão, ou todos os brasileiros ficaram reféns de organizações paramilitares.

Afronta à sociedade

ATUALIZAÇÃO - O governador e jornalista Sérgio Cabral divulgou nota considerando "absolutamente intolerável o fato ocorrido com a reportagem de O Dia". Ele disse ter determinado à Secretaria de Segurança "investigações rigorosas", de modo que o caso seja solucionado "o mais rapidamente possível".

> Relato do jornal do seqüestro e tortura. (O Dia Online)

> Entrega-se o suspeito de ser o chefe da milícia que torturou jornalistas. (16/6/2008)

> Citações sobre imprensa.

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Morre o americano Daniel C. Dennett, filósofo e referência contemporânea do ateísmo

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Entre os 10 autores mais influentes de posts da extrema-direita, 8 são evangélicos

Vídeo mostra adolescente 'endemoninhado' no chão. É um culto em escola pública de Caxias

Malafaia divulga mensagem homofóbica em outdoors do Rio

Oriente Médio não precisa de mais Deus. Precisa de mais ateus

Cartunista Laerte anuncia que agora não é homem nem mulher

Sam Harris: não é Israel que explica as inclinações genocidas do Hamas. É a doutrina islâmica

Ignorância, fé religiosa e "ciência" cristã se voltam contra o conhecimento