Antes que fosse demitido, Antônio Dantas (foto), 69, coordenador do curso de medicina da UFBA (Universidade Federal da Bahia), deixou o cargo.
Decepcionado com a avaliação dos estudantes de medicina no Exame Nacional de Desempenho, do MEC, há uma semana Dantas tinha dito que “baiano tem QI baixo” e toca berimbau porque o instrumento só tem uma corda. “Se tivesse duas [cordas], não tocaria, por falta de neurônios”.
Em nota divulgada no final de semana, o professor, que nasceu na Bahia, disse que foi mal interpretado pelos jornalistas, que quiseram saber de suas preferências musicais, um assunto pessoal que não tem nenhuma relação com o desempenho dos estudantes da universidade.
Dias antes do afastamento, o professor tentou se reparar, mas se complicou mais. Afirmou que os baianos não têm vocação para medicina, mas para música, embora, acrescentou, não considere como música os ritmos de percussão da Bahia.
Na nota, admitiu que tocar berimbau não é tão simples como pensava. Disse que chegou a essa conclusão depois de ter conversado com tocadores do instrumento.
Pediu desculpas: “Por força de um estado emocionalmente comprometido e por uma profunda tristeza, uma irritação incomum e um assomo de destempero arrastaram-me a uma manifestação inadequada, da qual expressamente me redimo."
AINDA QUE PRECONCEITUOSA, o professor Dantas tinha uma explicação para o vergonhoso desempenho dos estudantes de medicina da UFBA (Universidade Federal da Bahia) no Exame Nacional de Avaliação. Agora, aguarda-se uma explicação do reitor da universidade e de todos aqueles que criticaram o professor. A impressão que se tem com esse episódio é que, se a sociedade fosse tão diligente em fiscalizar a qualidade do ensino como é para combater as manifestações de preconceito, o Brasil teria um dos melhores ensino do mundo.
Faltam recursos
> Professor universitário diz que baiano é burro.
> Citações sobre preconceito.
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