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Atrito com irmão teria sido o motivo da esganadura de Isabella

Saturno devora os seus próprios filhos.
Pintura de Goya

Para a polícia, não há dúvida: foram Alexandre Nardoni, pai de Isabella, e Anna Carolina Jatobá, madrasta, que mataram com crueldade a menina de 5 anos. Agora, caberá à Justiça condená-los ou inocentá-los.

A versão da polícia está baseada nos depoimentos do casal, nos das testemunhas e nos laudos da perícia científica, os quais foram fundamentais para que Alexandre e Anna fossem indiciados por homicídio doloso (com intenção de matar).

Porém, na versão da polícia, uma pergunta aguarda resposta: o que levou o casal a matar a menina?

Na semana passada, o promotor Francisco Cembranelli disse que as investigações iriam apontar o motivo do assassinato. Talvez essa informação venha a ser divulgada nos próximos dias.

O que policiais insinuam em conversas com jornalistas é que tudo teria começado com um atrito entre Isabella e o seu meio-irmão Pietro, de 3 anos.

Há quem defenda, na polícia, que Pietro tenha uma conversa com um psiquiatra para que conte o que houve na noite do dia 29 de março. Trata-se de um procedimento instituído em vários países, informa o psiquiatra João Augusto Figueiredo.

Emocionalmente frágil, a ponto de sentir ciúmes da ex-mulher de Alexandre, a mãe de Isabella, Anna Jatobá, em defesa de seu filho e em um acesso de fúria, esganou a menina por três minutos seguidos, até que ela vomitasse e desmaiasse, asfixiando-a.

As marcas encontradas na garganta da menina são compatíveis com as mãos da madrasta, segundo a perícia.

Com a menina desmaiada, Anna e Alexandre teriam entrado em pânico porque achavam que ela estaria morta. Isabella estava de fato muito mal, mas se tivesse socorrida a tempo teria sobrevivido à asfixia, na avaliação dos médicos do IML (Instituto Médico-Legal).

O pai então, para encobrir o que ele acreditava ser um crime, jogou a filha pela janela, mas pelo quarto dos dois irmãos dela, porque assim o corpo cairia no jardim do edifício, no gramado, e não em piso de cimento, caso ela fosse atirada do seu próprio quarto.

Na interpretação do promotor Cembranelli, essa foi uma atitude de alguém que tinha ligação afetiva com a menina. Se Isabella tivesse sido morta por um estranho, na versão do casal, o assassino não teria a preocupação de poupar o corpo dela, em “amaciar” a sua queda.

Reforço que essa é uma versão que tem sido “soprada” para os jornalistas por policiais. Até agora, a polícia não apresentou prova de que assim tenha ocorrido. Talvez porque seja qual tenha sido a origem do crime nada muda, no inquérito, o fato de que a menina foi espancada, esganada, asfixiada e jogada do sexto andar.

A única certeza, na avaliação de Figueiredo, é que Isabella foi morta por pessoa ou pessoas mentalmente perturbadas.

A VERDADE DO MITO – Na mitologia romana, o deus Saturno devora os seus filhos por temer ser destronado. Ele chegou ao poder após castrar o seu pai com uma foice a pedido de sua própria mãe. Para Jung, os mitos revelam muito do comportamento humano.



Laudos incriminam Nardoni

> Anna admitiu à polícia que tinha ciúmes da ex-mulher de Alexandre.

> Caso Isabella.

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