Por Emma Thomasson, da Reuters
AMSTERDÃ - O governo holandês tenta evitar a ira islâmica depois do lançamento na Internet de um filme feito por um deputado que acusa o Corão de incitar à violência.
O deputado direitista Geert Wilders fez o lançamento na noite de quinta-feira. O filme "Fitna" (termo corânico às vezes traduzido como "briga") entrelaça imagens dos atentados como os de 11 de setembro de 2001 com citações do Corão.
O filme argumenta que o crescente número de muçulmanos na Holanda e no resto da Europa ameaça as sociedades democráticas, e pede aos muçulmanos que rasguem os versículos "cheios de ódio" de seu livro.
Depois da legenda "A Holanda no futuro?", o filme mostra homossexuais sendo executados, crianças com rostos ensanguentados, mulheres apedrejadas e mutilação genital. Conclui com uma caricatura do profeta Maomé com uma bomba sob o turbante --a mesma que, publicada num jornal dinamarquês em 2006, provocou protestos em todo o mundo islâmico.
Para evitar que tais protestos se repitam, o governo holandês rejeitou de antemão as posições de Wilders.
"Acreditamos que [o filme] não serve a propósito nenhum senão ofender", disse o primeiro-ministro Jan Peter Balkenende. "Mas sentir-se ofendido não deve nunca servir como pretexto para agressões e ameaças."
Ele disse que a Holanda está em contato com países islâmicos e com exportadores holandeses, e se disse tocado com a reação inicial moderada dos muçulmanos do país.
Mas em lugares como Afeganistão e Indonésia, manifestantes foram às ruas, mesmo antes do lançamento do filme, para queimar bandeiras holandesas e dinamarquesas. Os governos do Paquistão e do Irã criticaram o projeto.
A Otan disse que o filme pode piorar a segurança das tropas estrangeiras no Afeganistão, principalmente de 1.650 soldados holandeses.
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