Cardeal do Canadá pede desculpas por erros da Igreja

Do IHU Online:

O arcebispo de Québec, cardeal Marc Ouellet, publicou ontem uma carta nos principais jornais da província pedindo perdão pelos erros da Igreja Católica, desde abusos sexuais a menores até atitudes racistas ou discriminatórias. A notícia é do boletim eletrônico Religón Digital, 22-11-2007.

Na sua carta, Ouellet escreve:

“Como arcebispo de Québec e Primaz do Canadá, reconheço que as atitudes de alguns católicos, antes de 1960, favoreceram o anti-semitismo, o racismo, a indiferença para com as primeiras nações (indígenas) e a discriminação de mulheres e homossexuais”.

“O comportamento dos católicos e de algumas autoridades episcopais no que diz respeito ao direito de voto, acesso ao trabalho e a promoção da mulher não estiveram à altura das necessidades da sociedade nem conformes com a doutrina social da Igreja”, acrescentou Ouellet.

Referindo-se a vários escândalos como “jovens que sofreram agressões sexuais por parte de sacerdotes e religiosos, causando-lhes graves danos e traumas que romperam suas vidas”, o cardeal acrescenta:

“Estes escândalos abalaram a confiança do povo para com as autoridades religiosas e nós o compreendemos! Perdão por todo o mal!”

Ouellet convida os padres e os fiéis a buscar com ele a forma de reconhecer os erros e as deficiências da Igreja, “com o objetivvo de ajudar” a sociedade a “se reconciliar com o seu passado cristão”.

Québec, província que até os anos 1960 era a região do país mais religiosa, hoje tem o menor índice de religiosidade, especialmente entre a comunidade católica.

Ouellet, recentemente, foi atacado por meios católicos tradicionalistas por ter solicitados que “os fundamentalistas seculares” cessassem suas pressões sociais porque ameaçavam destruir a coesão social de Québec.

No dia 12-11-2007, Eric Alcock, presidente de Vote Life Canadá, uma organização conservadora católica, afirmou que o “cardeal Ouellet buscava respostas em todos os lugares, menos no espelho. Num intento desesperado de culpara os “fundamentalistas seculares”, o cardeal acusara a si mesmo e a seus colegas”.

Alcock acrescentou que “a religião pseudo católica representada pelo cardeal é uma vítima das forças anti-católicas e os meios de comunicação”.

Nota: o IHU (Instituto Humanitas Unisinos) é uma entidade ligada aos jesuítas.
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