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Renan Calheiros: a força de um chantagista


A classe política está hoje sob o julgo do chantagista Renan Calheiros -- e ninguém é chantageado se nada deve. Pois é pela chantagem que Renan tem se mantido na presidência do Senado, apesar de ser o centro de uma crise que já dura mais de 120 dias.

Renan tem chantageado adversários, mas também aliados e quem possa voltar-se contra ele. Por intermédio de recados de meias palavras e insinuações, o presidente do Senado deixou claro que, se cair, muita gente cairá com ele, porque dirá tudo que sabe – e ele deve saber muito. Assim, Renan nivela todos a ele. O seu raciocínio é o seguinte: “Se todos tiram proveito da política, por que só eu terei de ser punido?”

As chantagens incluem acusações levianas. Como se fosse o guardião da moral e da decência, Renan aponta com fúria o seu dedo contra adversários: ontem, ele acusou a Heloisa Helena de ser sonegadora de impostos quando era deputada estadual de Alagoas -- a ex-senadora do Psol disse que é mentira. Renan também tem chantageado o senador Jefferson Peres (PDT-AL), por este ter sido acusado de fraude em gestão de uma siderúrgica.

Recentemente, fez ameaça ao senador Agripino Maia (RN), líder do DEM: “Se estivesse nessa [minha] situação, com os negócios que tem, com as concessões que tem, com os financiamentos bancários e estatais, talvez não agüentasse duas semanas de acusação como tenho agüentado.”

O governo tem apoiado o presidente do Senado --a ponto de Aloizio Mercadante ter conclamado a bancada petista a se abster na votação da cassação do Renan-- porque não quer correr o risco que acordos de bastidores (o toma-lá-dá-cá) com o venham a público. Ameaça nesse sentido não faltou da parte de Renan. Consta que é o senador José Sarney (PMDB/AP) quem tem feito o meio de campo entre Renan e o governo. Pode ser. O fato é que em várias ocasiões Lula se expus em público em algumas ocasiões para defender Renan, apesar de todas as evidências de que o senador é freguês contumaz da corrupção.

Até a Abril, que edita a Veja, a revista que publicou a informação de que despesas da amante de Renan eram pagas pela Construtora Mendes Júnior, está sendo chantageada. Com o apoio da bancada do PT na Câmara dos Deputados (que acham que a revista é golpista), Renan conseguiu o número suficiente de assinaturas para que seja aberta uma CPI que investigue a venda da TVA, da Abril, à espanhola elefônica, um negócio que seria irregular. Por conta disso, a Playboy, também da Abril, teria decido adiar a publicação de ensaio fotográfico da ex-amante do senador, a jornalista Mônica Veloso.

Renan evidentemente não é o primeiro político a recorrer à chantagem para se manter no poder. Mas até agora ninguém ameaçou --com êxito-- tantas pessoas e interesses ao mesmo tempo.

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