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Estadão compara bloqueiro com macaco adestrado



O anúncio acima do Estadão deixou os blogueiros (ou boa parte deles) furiosos, porque foram comparados a um macaco adestrado que produz conteúdo para a internet.

Não há como negar: os blogueiros de fato fabricam muito lixo, e é assim em todo mundo. O que, aliás, era de se esperar, considerando o baixo nível cultural da população da maioria dos países.

Mas não sou contra os blogs (tanto que tenho um) e demais ferramentas de conteúdo disponíveis aos usuários de internet. Considero-os um avanço na democracia: com eles, todo mundo tem um espaço garantido para dizer o que quiser, ainda que só tenha a dizer bobagens. (Digo “todo mundo”, mas sei que não é bem assim, porque quem tem acesso à internet no Brasil é uma minoria.)

A péssima qualidade do conteúdo produzido por usuários da internet já foi tratada rapidamente aqui em dois post, Bloqueiros escrevem bobagens sobre a “velha mídia” e Internet é um caos de informações inúteis.

E eu, de novo, digo o óbvio: na imprensa há conteúdo melhor porque se trata de jornalismo profissional. Quem escreve jornal ganha para isso e tem compromisso com a qualidade, embora nem sempre isso ocorra.

Já blogueiros, com exceções, não têm compromisso nenhum. São amadores. Eles não apuram fatos, que é a essência do jornalismo, e se restringem a dar opinião na base do "eu acho isso e aquilo" e a repercutir informações publicadas pela grande imprensa.

Apesar disso, de acordo com uma pesquisa divulgada recentemente pela agência McCann, o Brasil é o quinto maior grupo de leitores de blogs do mundo, representando 10% acima da média mundial.

O anúncio do Estadão visa “roubar” esses leitores para sua versão on-line gratuita. O anúncio é criativo, o que tem sido raro na propaganda brasileira ultimamente, exceto pelo destaque ao “ao”, do Estadão. O jornalista Alberto Dines, do Observatório da Imprensa, até já fez um comentário sobre isso.

E já que bloqueiro não apura e só dá opinião, aqui vai a minha: se tiver de escolher entre os jornais e os blogs, fico com bons livros.

> Talent diz que não quis comparar blogueiro com macaco.

Campanhas publicitárias polêmicas.xxx

Comentários

Felipe Hummel disse…
Vale lembrar que há MUITA informação que só aparece em blogs e não nas mídias tradicionais.

Mas concordo com o seu post.
Paulo Lopes disse…
Concordo, Felipe. Tem informação que só sai em blogs. Da mesma forma que têm informações que só são divulgadas em jornais de bairro, em revistas especializadas, em publicações religiosas, em conferências acadêmicas, em bate-papo entre amigos etc. O que sai na mídia tradicional é o mínimo das informações geradas pela sociedade. Se os blogs que se pretendem informativos se descolassem um pouco da grande imprensa, dedicando-se a setores poucos noticiados, eles prestariam um valioso serviço à sociedade, e aí sim seriam uma mídia alternativa. Por enquanto, estão longe disso.
Anônimo disse…
AGORA QUE VOCÊ JÁ LEU A VERSÃO DO GENERAL CUSTER,
LEIA A DOS ÍNDIOS.

Nos ultimos dias, vimos reverberar na blogosfera ataques e defesas à nova
campanha do Estadão, feita pela Talent. Tudo começou nos blogs de publicidade e nos pegou
totalmente de surpresa, principalmente por que o subtexto que foi espalhado
por aí, de que o Estadão é contra os Blogs, não foi colocado em nenhuma das
peças da campanha. Isso seria extremamente incoerente, já que o Estadão sabe
que os blogs não só fazem parte da sociedade como do próprio Grupo Estado.
Sendo assim, vamos analisar a questão mais de perto pra saber se houve alguma
falha na comunicação da campanha.

Os filmes começam com uma vinheta , World Wierd Web, que já identificam o propósito
de fazer humor com a parte estranha, sem noção, da web.
No filme em que o rapaz lê o blog de economia do Bruno, o cientista diz que o
macaquinho já está copiando e colando textos pela web. É impressionante, mas a
reação que esperávamos dos blogueiros é exatamente contrária ao que aconteceu.
Quantas vezes, você blogueiro já não encontrou seu texto por aí, fora de
contexto, faltando partes e sem os créditos? No outro filme da campanha, dois
ruivos colocam informações mentirosas na internet pra sair ganhando alguma
coisa. As meninas que são enganadas pelo hoax nunca falam que encontraram
essas informações num blog e, do outro lado, um dos ruivos diz apenas "pronto,
tá na net". Nesse caso, nada de blogs. Na mídia impressa acontece algo
parecido, apenas um do três anúncios diz abertamente "Blog", os outros dois
usam os termos "página" e "site".

Desta forma , nós posicionamos o estadao.com em linha com a proposta de
credibilidade, conteúdo de qualidade e compromisso do Grupo Estado. Os sites,
blogs, veículos e pessoas que frequentam o lado “luz” da internet , obviamente
, não devem se sentir atingidos por uma crítica ao lado “escuro” do ambiente
virtual, da mesma forma que um bom jogador de futebol não deve se sentir
desvalorizado por ter um colega perna-de-pau ou quebrador de joelhos. Ou será
que os publicitários que primeiro criticaram nosso trabalho consideraram
uma campanha difamatória aos publicitários o fato
de um dono de agência ganhar as manchetes por servir de intermediário na
distribuição de fortunas em verbas públicas?
Alguém em sã consciência pode defender incondicionalmente todo o conteúdo da
internet , com seus hoaxes , pegadinhas, pornografias, ideologias escondidas,
baixarias, falsos gurus, falsários, tomadores de dinheiro e tempo, Maranhão do
Sul na wikipedia, alterações da história e interesses privados disfarçados de
clamor do internauta?

No seminário da Microsoft este ano, em Cannes, os dados apresentados levaram
a uma inconteste conclusão: a de que a internet, como as
regiões de uma cidade, vai se dividir em duas. Uma útil, crível ,
inteligente, prestadora de serviço, informativa e confiável. Outra que é como
uma rua escura e sem policiamento: vai quem quer, sob seu próprio risco. Vamos
sempre promover o estadão.com como parte da primeira metade.

Separar o joio do trigo na internet deveria ser do interesse de qualquer
cidadão de bem.


João Livi
Diretor de Criação- Talent
joaolivi@talent.com.br

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'Quando saí [do  convento], era como eu  tivesse renascido' Elizabeth Murad (foto), de Fort Pierce (EUA), lembra bem do dia em que saiu do convento há 41 anos. Sua sensação foi de alívio. Ela tocou as folhas de cada árvore pela qual passou. Ouviu os pássaros enquanto seus olhos azuis percorriam o céu, as flores e grama. Naquele dia, tudo lhe parecia mais belo. “Quando saí, era como se eu estivesse renascido”, contou. "Eu estava usando de novo os meus sentidos, querendo tocar em tudo e sentir o cheiro de tudo. Senti o vento soprando em meu cabelo pela primeira vez depois de um longo tempo." Ela ficou 13 anos em um convento franciscano de Nova Jersey. Hoje, aos 73 anos, Elizabeth é militante ateísta. É filiada a uma fundação que denuncia as violações da separação entre o Estado e Igreja. Ela tem lutado contra a intenção de organizações religiosas de serem beneficiadas com dinheiro público. Também participa do grupo Treasure Coast , de humanistas seculares.

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