Começou assim: escrevi que muita besteira se diz sobre o falso embate entre o que se convencionou chamar de “velha mídia” (jornais e revistas) e de “nova mídia” (blogs, sites informativos etc.).
Como exemplo, transcrevi e comentei um texto de um tal de Julio Daio Borges, que, no espaço de comentários do blog, agradeceu “pela repercussão”, numa tentativa de fazer ironia, e sugeriu que eu lesse uma entrevista que ele fez para o Digestivo Cultural com o jornalista Pedro Doria, do Estadão.
Verifiquei que a entrevista é, na verdade, uma vergonhosa tietagem, coisa de macaca de auditório, de gente débil mesmo.
Entre outras coisas, Daio diz que Pedro é o pai da blogosfera brasileira, que é uma referência em cobertura dos conflitos no Oriente Médio, que é um profeta, que é a maior autoridade da nova geração (?) etc.
Em resumo: trata-se de caprichada puxação de saco, a ponto de o próprio entrevistado, em determinado momento, sentir-se constrangido, mas o tal de Daio não se tocou e foi em frente.
Para a caixa de comentários da entrevista, escrevi o seguinte:
Vergonhoso!.
Isso não é entrevista, é tietagem, e das mais vergonhosas. Em qualquer redação de jornal, seria deletada. O Pedro Doria sabe disso e ele próprio não permitiria que tal coisa tivesse as honras de Gutenberg. No entanto ele se mostrou satisfeito como um pinto no lixo. O que me leva a duas conclusões. Primeira: no Brasil, a informação jornalística, digamos assim, da internet se encontra anos-luz atrás da velha e carcomida mídia. Segunda: "vaidade das vaidades, tudo é vaidade"
O comentário não foi publicado. Então, com o nome de Roberto, escrevi outra nota, agora com elogio às “brilhantes perguntas”:
Um exemplo de bom jornalismo
Interesso-me pelo jornalismo na web e gostaria de parabenizar o entrevistador Julio Dalio Borges, pelas brilhantes perguntas, e o jornalista Pedro Doria, pelas respostas esclarecedoras. O Digestivo Cultural, assim, dá um exemplo de bom jornalismo.
Desta vez, o comentário foi publicado. Ou seja, na entrevista/tietagem só cabem elogios. Para a cabecinha do Dalio, faz sentido.
A revista Digestivo Cultural, a versão impressa, não é bem do meu tempo, mas sei que prestou bons serviços à divulgação da cultura e, conseqüentemente, ao vasto mar das divergências de idéias e opiniões. Teve utilidade.
Sobre o site Digestivo Cultural, não sei do se trata exatamente, porque não o leio. Mas, pelo que relatei, ele está mais para indigesto cultural do que para qualquer outra coisa. O que só prova o que já disse: há muito cocô na internet, mais do que a tal de velha mídia conseguiria suportar, até por um limite de espaço.
A entrevista-tietagem.
Blogueiros escrevem bobagens sobre a "velha mídia".
xxx
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