"Os jornais de quarta-feira (14/3) reagiram de forma curiosa à noticia sobre a criação desta estranha entidade que se chamará Rede Pública de TV, mas que será na realidade uma TV estatal.
Primeira observação: a imprensa divulgou a repercussão mas não comentou nem opinou. [Na quinta (15/3), O Estado de S.Paulo publicou um editorial a respeito.]
Segunda observação: apenas um jornal, no caso o Estadão, por intermédio de um entrevistado, deu-se ao trabalho de ressaltar o conflito entre a intenção de fazer uma rede pública e o fato de ela ser justamente o contrário, uma rede estatal.
Terceira observação: está comprovado que o cidadão médio não sabe a diferença entre público e estatal e a mídia não está interessada em desfazer esta confusão.
A quarta observação diz respeito à reação dos empresários de TV: foram os únicos que deram boas-vindas a esta TV pública que não é pública. E por quê? Simplesmente porque os empresários de TV não estão minimamente preocupados com uma rede estatal. Sabem que ela não roubará telespectadores da TV comercial. Mas se o governo resolvesse investir 250 milhões na rede de TVs educativas e culturais, os empresários abririam o berreiro porque esta quantia resultaria em grandes melhorias para a programação alternativa que, assim, roubaria audiências da TV comercial.
Conclusões: nem o governo nem a iniciativa privada estão interessados numa rede verdadeiramente pública. Portanto, esta seria a aposta certa em beneficio da sociedade".
De Alberto Dines, do Observatório da Imprensa no Rádio:
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