Disse que, para a economia crescer, é preciso ampliar os investimentos públicos, principalmente em infra-estrutura, e incentivar os investimentos privados. Mas isso é dizer o óbvio, qualquer um diria. A questão é saber de onde sairá o dinheiro para infra-estrutura e como convencer os empresários a investirem em uma econômica cuja expansão tem sido pífia, abaixo da média dos países da região.
A todos pediu “pressa, ousadia, coragem e criatividade para abrir novos caminhos”. Mas o próprio presidente demonstra não ter pressa, porque nem sequer escolheu ou confirmou os nomes do seu novo ministério. E o tal de PAC já deveria ter sido anunciado, de acordo com que pretendia o próprio Lula.
O presidente disse que a “educação de qualidade será a prioridade” do governo dele. Seria o caso de se perguntar porque isso já não feito no primeiro mandato.
De novo, lembrou de suas origens de pau-de-arara e que elas, disse, vão orientar o seu governo. E garantiu que seu governo será popular, voltado aos pobres, mas não populista. Se o segundo mandato do Lula for tão “popular” como foi o primeiro, os banqueiros deverão ter mais uma safra de lucros exorbitantes.
Lula criticou os órgãos de imprensa, os quais qualificou como “feitores” da opinião pública. Disse: “Este povo [que o elegeu] constitui a verdade opinião pública do país que alguns pretenderam monopolizar”.
Além de não cumprir muito do que se propôs, o governo Lula foi coalhado de denúncias de corrupção. Tanto é que os seus mais próximos companheiros de partido tiveram de se afastar da vida pública. E a imprensa (mais a escrita) só fez a sua obrigação de dar uma cobertura crítica ao que eu chamo de um inesperado mar de lama.
Escândalos como o do mensalão, dos dólares da cueca, da máfia da sanguessuga, da tentativa de compra de um suposto dossiê anti-Serra, entre outros, não foram invenção nem delírio dos jornalistas.
Foi, enfim, um discurso fraco. Espera-se que na prática Lula se saia bem melhor.
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