Da Folha deste domingo, por Ranier Bragon:
O esquema funciona assim: o deputado faltoso pede ao líder de sua bancada o abono da falta. Este encaminha um ofício à Mesa da Câmara, que, sem cobrar comprovante ou verificar a veracidade da informação, perdoa a falta alegada por "missão oficial autorizada". Assim, caem na mesma vala um deputado que viaja para acompanhar investigações da CPI dos sanguessugas no Mato Grosso e outro que deixa Brasília para pular Carnaval.
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A Câmara dos Deputados perdoou nos últimos quatro anos 79% das faltas às sessões de votação no plenário sob o argumento de que os congressistas cumpriam "missão oficial autorizada". O artifício permitiu que ao menos 37,5 mil ausências ficassem à margem do escrutínio público e alheias às punições que existem na Casa para os parlamentares fujões.
Em indício claro da existência de uma "indústria da falta", as "missões" se concentraram em vésperas de feriados, épocas de festas populares e dias próximos a fins de semana.
Análise feita pela Folha dos registros de freqüência às 568 sessões da atual Legislatura -de fevereiro de 2003 a setembro deste ano-, aliada à apuração de diversos casos, mostra que a "missão oficial autorizada" é, usualmente, uma senha para justificar faltas ocasionadas por motivos que vão de compromissos eleitorais nos Estados à participação na festa de São João no Nordeste.O esquema funciona assim: o deputado faltoso pede ao líder de sua bancada o abono da falta. Este encaminha um ofício à Mesa da Câmara, que, sem cobrar comprovante ou verificar a veracidade da informação, perdoa a falta alegada por "missão oficial autorizada". Assim, caem na mesma vala um deputado que viaja para acompanhar investigações da CPI dos sanguessugas no Mato Grosso e outro que deixa Brasília para pular Carnaval.
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