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Violação de sigilo pode ter virado rotina

Deu no Estadão

Gabeira acusa ex-diretor do
BB de violar sigilo de Luiz Vedoin

Deputado do PV chegou a essa conclusão depois de ouvir Expedito Afonso Veloso

Expedito Filho, Fausto Macedo

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), sub-relator da CPI dos Sanguessugas, acusou ontem o economista Expedito Afonso Veloso, ex-diretor de Gestão e Risco do Banco do Brasil (BB), de ter violado o sigilo bancário do empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam. Gabeira chegou a essa conclusão depois de ouvir Expedito. 'Ele quebrou o sigilo e devia estar preso.'

Ao mesmo tempo, a Procuradoria da República anunciou ontem que abrirá procedimento específico para investigar a conduta de Veloso e saber se ele teve acesso a dados bancários de Vedoin. O procurador repetiu três vezes que 'é possível' ter ocorrido invasão de dados no BB. 'Vamos pedir investigação específica sobre isso. Ele (Veloso) pertencia a um sistema de inteligência e ocupava cargo de proeminência no Banco do Brasil. É possível que tenha tido acesso a dados confidenciais, isso é grave.'

O ex-diretor pode também ter violado os dados da conta do empresário Abel Pereira, suspeito de ser um dos intermediários de um esquema de corrupção que envolveria o ex-ministro da Saúde Barjas Negri.

A direção do BB afastou Expedito do cargo de confiança e abriu sindicância para apurar seu envolvimento no caso. Segundo a Assessoria de Imprensa do banco, o ex-diretor será ouvido até o fim da semana. Na primeira etapa da auditoria, o BB concluiu que 'de julho até ontem', Expedito ' não acessou nenhuma das contas citadas pela imprensa'.

Um alto funcionário do banco ressalvou, contudo, que ainda não há dados suficientes para absolver ou condenar Expedito. Os auditores vão apurar se um gerente de contas ou de agência teria violado o sigilo dos dois empresários por ordem do diretor demitido. 'No âmbito desse inquérito será apurado se houve ou não quebra de conduta', observou o funcionário do BB.

O próprio Expedito contou a interlocutores que coletou 15 cheques ao portador, supostamente pagos por Vedoin a Pereira, com os respectivos comprovantes de depósitos bancários, para ajudar o chefe da máfia das ambulâncias na montagem de um dossiê contra políticos tucanos. 'Nós temos 15 cheques do Vedoin para o Abel e os comprovantes dos depósitos bancários', confidenciou a um amigo, logo que a sua participação no escândalo se tornou pública.

O ex-diretor do BB não deu detalhes de como teria tido acesso aos dados nem apresentou nenhum pedido ou autorização prévia dos dois empresários. Expedito tem evitado falar nos valores para não se comprometer ainda mais. Mas, na conversa da sexta-feira com Gabeira, revelou como atuou na operação do dossiê. Segundo o deputado, Expedito contou que recolheu provas e as repassou a Vedoin. Para Gabeira, isso constitui violação do sigilo.

Essa não é a primeira vez que o governo Lula aparelha o banco estatal para quebrar o sigilo de alguém. Em março passado, com participação do ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso, o governo bisbilhotou as contas do caseiro Francenildo Costa Santos - um abuso que derrubou o então ministro Antonio Palocci, da Fazenda.

Em outra investida menos barulhenta, um funcionário de codinome Mexerica, que era funcionário da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) foi flagrado bisbilhotando a conta bancária do senador Heráclito Fortes (PFL-PI). Mexerica foi demitido, mas, de acordo com Gabeira, a prática da arapongagem na conta alheia continuou.

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