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O paizão dos ricos

Da Folha de S. Paulo de hoje:

"Renda financeira do rico sobe 66%; a do trabalhador, 19%  

Beneficiados por altas taxas de juros, rentistas têm ganhos reais superiores aos dos assalariados e atingidos por programas sociais

Setor público gasta com  juros o dobro do que coloca  em programas sociais como  Bolsa-Família e benefícios  subsidiados da Previdência    DA REPORTAGEM LOCAL  

Ao declarar na semana passada ter R$ 474,6 mil em aplicações financeiras, o presidente  Luiz Inácio Lula da Silva enquadra-se no seleto grupo de  brasileiros "rentistas".
Os 10% mais ricos do país e  que, como Lula, têm dinheiro  aplicado a juros obtiveram um  rendimento médio financeiro  real (acima da inflação) de  65,8% entre 2001 e 2004.
Já os 20% mais pobres que  vivem da renda do trabalho tiveram um aumento nos ganhos  de 19,2% no mesmo período.

Ou seja, a renda do trabalho  dos 20% mais pobres cresceu  menos de 30% do aumento real  da renda financeira dos 10%  mais ricos do país.

A evolução do ganho financeiro dos mais ricos é ainda  quase três vezes superior ao  crescimento batizado como  "chinês" da renda dos 10% mais  pobres entre 2001 e 2004.
No período, a renda desses 10% mais pobres subiu 23,3%, puxada pelos benefícios previdenciários vinculados ao salário mínimo e por programas sociais como o Bolsa-Família, segundo cálculos do economista Marcelo Neri, da Fundação Getúlio Vargas.

Os dados sobre a enorme diferença do crescimento da renda do trabalho entre os mais  pobres e os ganhos financeiros  dos mais ricos foram elaborados pelo economista Marcio  Pochmann, da Unicamp.

Os resultados mostram também que nos últimos dez anos  os ganhos obtidos pelos mais  ricos com outras formas de  renda (juros, lucros, aluguéis)  cresceram a um ritmo 4,9 vezes  acima do da renda do trabalho.

"Os números revelam não ser  exatamente verdade que o governo Lula faz uma opção só  pelos pobres", diz Pochmann.

Hoje, os R$ 80 bilhões que o  governo gasta com 30 milhões  de benefícios subsidiados totalmente (como o Bolsa-Família)  ou parcialmente (alguns itens  da Previdência) equivalem apenas à metade do que todo o setor público compromete para  pagar em juros de sua dívida.
Por causa dos altos juros, os  R$ 474,6 mil de Lula no banco,  por exemplo, chegam a render  mais de dez salários mínimos  por mês se estiverem aplicados  a uma provável taxa de juros  mensal ao redor de 1%.

Os juros pagos aos "rentistas" já se aproximam de tudo o  que se arrecada em impostos.  Em 2005, a carga tributária  atingiu 36,5% do PIB (Produto  Interno Bruto). A carga financeira apropriada pelos "rentistas", 32%. (FERNANDO CANZIAN)
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